Um sermão para as nossas crianças

Um sermão para as crianças

Izaias Resplandes

A nossa vida pode ser maravilhosa. Tudo depende apenas de nós. Podemos fazer apenas as coisas que nós gostamos. Nós temos liberdade para isso. A liberdade é o maior presente que Deus nos deu depois da vida. Deus quer que nós sejamos livres e felizes. Na natureza existem pessoas tristes e pessoas felizes. Tudo é uma questão da escolha que cada cada um faz. Eu posso ser o que eu quero. Ninguém me obriga a ser o que eu não quero ser. Mas há sempre um preço a pagar pelas escolhas que fazemos.

Um sermão é um conselho que uma pessoa mais sábia dá para nós. Eu já fiz muitos sermões na vida. Muitos deles, para os meus filhos. Os sermões nos ajudam a pensar a nossa vida para que a gente faça coisas melhores.

Nós devemos nos esforçar a cada dia para sermos pessoas melhores. Uma das maneiras da gente se tornar uma pessoa melhor é ouvindo os sermões das pessoas mais velhas, que por terem vivido mais devem ser mais sábias do que nós.

As crianças são muito inteligentes. As crianças são espontâneas. Elas têm uma sabedoria natural. Eu gosto muito de conversar com o meu neto Davi, para observar como é grande a sabedoria das crianças. Em nossas conversas eu percebo o quanto ele é um menino sábio e inteligente! Não existem muitos meninos como ele. A maioria dos meninos é desinteressada das coisas. Mais o Davi, com apenas 6 anos de idade, tem feito coisas espetaculares. Ele é muito impressionante. Eu sinto muito orgulho desse meu neto. Mas ele também precisa de nossos sermões educativos, como todos nós precisamos dos sermões uns dos outros.

Então, quando eu oriento o meu neto para fazer as coisas certas, o que estou querendo é garantir que o futuro dele seja maravilhoso. A orientação de hoje será sobre a leitura e a escrita.

A leitura nos ajuda a descobrir o mundo. O mundo que já foi construído por outras pessoas. E depois de conhecer esse mundo, nós podemos aperfeiçoá-lo, para torná-lo melhor para nós vivermos e também para os nossos descendentes, os nossos filhos, os nossos netos, bisnetos e todos aqueles que virão depois de nós nessa sucessão infinita.

A escrita é uma coisa fantástica. Através dela nós registramos as nossas ideias, os nossos pensamentos, os nossos planos, os nossos projetos… Através da escrita nós deixamos registrado para as outras pessoas que virão depois de nós, as ideias que nós tínhamos de como transformar o mundo.

Eu gosto de ler. E também de escrever. Mas quem gosta de ler e escrever não pensa exatamente em si mesmo. O escritor pensa nos outros. Pensa na família, nos amigos, nas pessoas de quem gosta e também naquelas de quem não gosta. Então, o meu desejo para o meu neto e para os meus orientandos é que leiam bastante e conheçam as ideias escritas por outras pessoas, inclusive as minhas. Por que não?

Eu escrevi muitas histórias. Muitas histórias mesmo. Algumas são verdadeiras, mas tem também as que são fictícias. Considero verdadeiras aquelas que são possíveis de acontecer e que às vezes já aconteceram. E fictícias todas aquelas que ainda não foram construídas por ninguém. Mas também acredito que a história fictícia seja uma possibilidade de realidade a ser construída. Nenhuma de minhas histórias são mentiras, mas verdades possíveis.

Eu sei que meu neto é um rapaz crítico e vejo nele um espírito crítico fantástico. Isso é muito bom, muito bom mesmo. Nós devemos nos posicionar criticamente diante das coisas. Mas é certo que tem a hora de falar e a hora de calar. E nós devemos saber qual é a hora certa para cada coisa.

Quando uma pessoa mais velha fala, as pessoas mais novas escutam. Elas prestam atenção para depois colocar em prática, se for o caso. Nós não somos obrigados a colocar em prática todas as coisas que as pessoas nos falam só porque elas são mais velhas do que nós. Nós somos livres. Nós fazemos as coisas que nós queremos e não as coisas que os outros querem que façamos. Por exemplo, eu sou livre para decidir se quero ler e escrever algo, ou não.

É de lembrar, no entanto, que, ao não querer uma coisa, a gente assume a responsabilidade pelas consequências desse não querer. Então, você não é obrigado a nada. É você que decide se quer ou não quer alguma coisa. E se você decidir que quer fazer uma coisa, você tem a liberdade para fazer, mas também arcará com as consequências da sua atitude.

Quando uma criança deixa de obedecer aos pais, normalmente recebe um castigo, não é verdade? Esse é o preço que a criança paga por não obedecer aos seus pais. A criança é livre, ela pode obedecer ou não obedecer. Se ela obedecer, receberá elogios e longos louvores de seus pais. Se ela desobedecer, receberá o castigo. Deixará de ter algumas coisas que gostaria de ter e perderá alguns dos privilégios que tinha. Quer dizer, o castigo é um preço que se paga pela desobediência aos pais.

Quando o empregado deixa de obedecer ao patrão, esse empregado pode ser demitido, mandado embora; ele pode perder o emprego.

Perder o emprego significa perder a oportunidade de ter um salário no final do mês, um salário para sustentar a família, um salário para comprar a comida e para poder pagar a sua diversão. Nesse mundo, tudo é pago. Então, nós temos necessidade de dinheiro. E para conseguir esse dinheiro nós precisamos de um trabalho.

O trabalho é a forma de nós ganharmos o dinheiro que nós precisamos para garantir a nossa subsistência e a subsistência da nossa família. O meu neto ainda é uma criança e ainda não está trabalhando para ganhar dinheiro. Mas um dia ele vai crescer e aí terá que trabalhar para ganhar o dinheiro, para se manter e também à sua família. Certamente que também poderá ser o seu próprio patrão e poderá montar o seu próprio trabalho. Mas para montar o seu próprio negócio, antes precisará trabalhar como empregado, para conseguir o dinheiro que irá necessitar. Poderá pedir um empréstimo, mas isso não é muito recomendado.

Nós devemos nos esforçar para termos o nosso próprio negócio, para sermos patrões de nós mesmos. Porque sendo patrões de nós mesmos, nós teremos mais liberdade de fazer aquilo que nós queremos fazer.

O empregado não a tem liberdade para fazer o que ele quer fazer. Se o patrão o mandou vender um produto por um preço e se ele, ao invés disso, der o produto ao cçiente, não somente poderá ser mandado embora do emprego, como também ainda poderá ter que pagar por aquele presente que deu.

E então, o que eu quero dizer para o meu neto e meus aconselhandos nesse seu sermão é que a vida vai cobrar de vocês muitas responsabilidades. Vocês terão que fazer muitas coisas que não gostariam para poder fazer as coisas que vocês gostariam de fazer. Eu gosto de conversar com meu neto. Mas para poder estar aqui, agora, conversando com ele e também com vocês, eu tive que crescer, eu tive que estudar, eu tive que ler bastante, eu tive que fazer muitas coisas que necessariamente, eu não gostava.

Mas, a verdade e que jamais vou forçar o meu neto a fazer uma coisa que ele não gostaria de fazer. E nem ninguém vai me forçar e nem forçar outrem a fazer as coisas que não gostariam. No entanto, haverá um preço a se pagar por cada uma de nossas escolhas.

Se você escolher fazer o que não é permitido para você fazer, então você vai pagar o preço: provavelmente, será castigado. O castigo é o preço que você vai pagar por ter feito uma coisa que você gostaria de fazer, mas que não podia fazer naquele momento.

Uma criança de 6 anos, como meu neto Davi, gosta de brincar, gosta de assistir televisão, gosta de jogar minecraft ou outros jogos. Então ela poderia fazer isso, se quisesse, mas sempre lembrando que haverá um preço a se pagar para poder fazer tais coisas.

É preciso que você cumpra com as suas responsabilidades. Todas as pessoas têm responsabilidades. As crianças têm que se alimentar, têm que aprender a ler, têm que aprender a escrever, têm que tomar banho, têm que dormir na hora certa, têm que aprender ouvir os mais velhos e têm que ser obedientes. Esses são os deveres da criança. Não é porque é uma criança, que a pessoa não tem deveres.

A criança tem deveres para poder crescer e para gerar outras crianças dentro da sucessão contínua da reprodução humana.

Esse é o nosso sermão para as crianças que tanto amamos e que desejamos ver conquistando e dominando o mundo maravilhoso de Deus.

Poxoréu, MT, 15/12/2017.

Izaias Resplandes de Sousa