Uma análise do livro: A República de Platão.
Aristocles o nome real de Platão, nasceu em Atenas 427 antes da nossa era e faleceu em 348/349, recebeu o nome de Platão em razão de seus ombros largos.
Um dos maiores filósofos, influente a cultura ocidental, seu pensamento predomina como determinante a Filosofia Antiga e Medieval.
Autor de uma vasta obra filosófica preocupava-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam à realidade em vários aspectos, a partir do seu trabalho, estabelece princípios éticos que norteiam o mundo social da Grécia antiga.
Suas principais obras: Apologia de Sócrates, O Banquete, Fédon, Teeteto, entre outras.
Essa análise formulada tem como propósito a exposição das ideias de Platão, a respeito da política e da Filosofia, com a finalidade de ajudar compreender a República, o seu livro clássico.
Objetivo do livro de Platão, ajudar do ponto de vista epistemológico, compreender a criação do poder público, em resposta a uma reflexão como referência as inconveniências da democracia.
Como criar uma Cidade-Estado ideal político em resposta aos defeitos da democracia ateniense, sua elaboração se desdobra em dez grandes tópicos.
No primeiro tópico Sócrates reunido com seus amigos começam a discutir o conceito de Justiça.
Sinôninides propõe que a definição de justiça seria dar a cada um que lhe é devido.
No entanto, Sócrates faz duras críticas a tal conceito, quando o famoso o sofista Trasímaco através da sua lógica racionalista procura defender a tese que a Justiça é o predomínio da ideologia do mais hábil.
Proposição rejeitada por Sócrates, para ele a realidade essencial do fundamento proposto era de natureza estapafúrdia.
No segundo tópico Sócrates inicia sua explicitação, refletindo sobre a origem da sociedade, objetivo satisfazer as necessidades da vida, nesse momento da reflexão defende a educação, justificando que os guardiões vão fazer cumprir a justiça e os guerreiros defender a sociedade.
No terceiro tópico Sócrates analisa os mitos em relação à vida, desenvolve uma grande crítica à educação elaborada pelos poetas através dos poemas de Homero como forma de educar a sociedade.
Platão deseja que os filósofos sejam os grandes educadores da sociedade, pois para ele as maneiras como os poetas refletem a respeito da morte não corresponde com a verdade, do mesmo modo a política, a visão do poder público.
A melhor técnica para educar os cidadãos da cidade referindo particularmente Atenas, é o caminho da moderação, fazendo o constante uso do amor a busca permanente pelo a natureza do belo, ressalvando o vigor físico, com a finalidade de proteger a cidade.
No quarto tópico do livro a República, Platão organiza por meio das palavras de Sócrates que a virtude é fundamental para a organização política da Cidade Estado.
Os guardiões da cidade devem ser os filósofos porque eles são os donos da sabedoria os guerreiros uma casta de segunda linhagem, no entanto, de fundamental importância para segurança da cidade.
A resposta figura a respeito da justiça, sendo da responsabilidade de todos no exato cumprimento dos seus deveres, que são naturalmente os cidadãos.
Justiça só é possível por meio de três caminhos fundamentais, sendo o primeiro pelo uso adequado da alma, ou seja, da própria razão, o segundo mecanismo a questão cognitiva, refere ao desenvolvimento da sabedoria, por último a aplicação da lógica irascível e o aspecto apetitivo com o objetivo de formar as classes sociais que compõem a Cidade Estado.
No quinto tópico resenha a definição da natureza da Cidade-Estado. Sustenta-se no campo do mundo afetivo, a coletividade das relações sexuais, objetivamente na comunhão das mulheres na defesa da reprodução das classes superiores.
Formando naturalmente desse modo, uma família absolutamente unida pela relação de parentesco, evitando desse modo à degeneração em contado com os bárbaros.
Entretanto, o governo deveria estar em mãos dos filósofos.
No sexto tópico do livro, Sócrates argumenta com coerência que apenas os filósofos têm cultura suficiente para dirigir a Cidade Estado, pelo fato de serem conhecedores da sabedoria, do bem e do belo, logicamente da justiça.
Só o filósofo poderá ser responsável pela educação e finaliza explicando como deve ser na prática a ação pedagógica a respeito do ensino das ideias fundamentais da República.
No sétimo tópico Platão explica o mito da caverna, em defesa de como dever ser a educação, a formação do filósofo a respeito da sociedade, sendo que não deve ser valorizada apenas a vida contemplativa, sobretudo, as ações práticas.
No oitavo tópico do livro defende como deve ser formada a Cidade Estado, a referida não pode ser corrompida por nenhuma natureza imoral e classifica as formas de governo: Timocrácia; Oligarquia; Democracia e Tirania.
No nono tópico do livro, Platão analisa as formas degeneradas do caráter humano que correspondem as tipificações pessoais, devido aos povos bárbaros.
O aumento do grau de corrupção entre os homens que governam em razão do poder não estar em mãos dos filósofos.
No décimo tópico do livro, Platão finaliza com uma reflexão ao entendimento metafísico, reflete a respeito da inferioridade da alma, pelo fato do poder não estar nas mãos dos sábios, fazendo que a sociedade seja inferior, termina sua reflexão com a imortalidade da alma.
Para justificar a respeito da sua análise, fundamenta com a criação de uma ideologia alegórica, com referência ao mecanismo do esquecimento na reencarnação.
O que ele denomina de esquecimento do Lotos, o que significa etimologicamente, os mortos quando estão no mundo das ideias, ou seja, a perfeição da idealidade, mas por alguma imperfeição tiveram que voltar ao mundo real para viverem a política da Cidade Estado de Atenas.
Portanto, antes de chegarem ao mundo dos vivos, os mortos têm que beber a água do rio lotos, isso para e esquecerem o mundo espiritual do qual faziam parte antes.
Os filósofos são inteligentes porque eles fingem que bebem da referida água, por isso quando voltam a terra, eles conseguem recordar de todas as ideias fundamentais para governarem bem as Cidades Estado.
Os que bebem da água referida, voltam ao mundo começando do nada, porque esqueceram todas as ideias contempladas no mundo da perfeição.
Motivo pelo qual existem na política das Cidades Estado todas as formas de injustiça, o povo em geral tomou da água do rio do esquecimento.
Aqueles que bebem a água do referido rio esquecem tudo, até mesmo os valores morais. Por isso que para Platão existem diversas formas de injustiças.
O esquecimento da sabedoria é uma tragédia para o mundo das ideias, motivo pelo qual seria um desastre uma pessoa comum chegar ao poder por meio da democracia, o que estava acontecendo com as invasões bárbaras ao domínio do poder público por eles, na constituição de uma anti República.
Edjar Dias de Vasconcelos.