Como entender a teoria da pós-verdade: Dilthey, Nietzsche, Bachelard, Deuleze, Foucault e Gadamer.

Hans Georg Gadamer: A hermenêutica da interpretação.

1900-2002.

Profundamente influenciado por Dilthey e Heidegger, grande hermeneuta, escreveu um magnífico livro, Verdade e método.

No qual define que a consciência contemporânea é essencialmente reflexiva em relação a tradição transmitida.

Portanto, o que é a consciência reflexiva diante da realidade das coisas, no entendimento dos fatos fenomenológicos.

Todo conhecimento no campo das ciências do espírito, só é possível pelo mecanismo interpretativo no uso da linguagem, desse modo, não existe saber na fenomenologia do espírito sem interpretação do fenômeno.

Interpretar o que for estranho, incompreensível a racionalidade. Com efeito, interpretar para poder entender.

Entretanto, toda consciência é histórica está substanciada em um campo de memória, cada estrutura de memorização é diferente umas das outras.

Com efeito, diversas interpretações, e, cada uma delas, associa-se a um campo de ideologização. Portanto, as multiplicidades dos entendimentos interpretativos.

Influenciado por Dilthey, entende que o único modelo de ciência, refere-se especificamente ao campo das ciências naturais, exatamente devido as regularidades empíricas.

No entanto, historicamente por meio do positivismo, o método indutivo empírico, foi transportado ilegitimamente para as ciências do espírito, favorecendo falso substrato de objetividade.

Desse modo, perceber exatidão na fenomenologia, como método de análise, simplesmente improcedente.

Gadamer procura epistemologicamente diferenciar as ciências empíricas exatas das ciências humanas.

Método já proposto por Aristóteles, entretanto, Dilthey foi o grande articulador de tal diferenciação.

Sendo assim, a Hermenêutica uma metodologia aplicável tão somente na fenomenologia como produto histórico das ciências do espírito.

Com efeito, a exegese favorecida a hermenêutica pode ser compreendida do seguinte modo: Todo fato fenomenológico é proposto por diversas variáveis ideológicas interpretativas.

Sendo assim, retoma a Nietzsche, não existem as verdades dos fatos, as realidades são apenas interpretativas.

A radicação de Deuleze e Foucault, a não existência dos sujeitos cognitivos, todavia, proposições articuladas nas formulações dos entendimentos.

O que propõe Gadamer, o que há mesmo são maneiras diferentes de interpretação, ideologias impostas as estruturas cognitivas da memória.

Então como saber o que é a verdade, a mais absoluta impossibilidade, todos os pós contemporâneos pensam desse modo.

Nesse contexto que Bachelard desenvolveu seu espírito cientifico, o novo racionalismo, todo conhecimento é histórico, parcial, fragmentado, objetivamenente incompleto.

Com efeito, será tanto mais, quanto mais for das ciências do espírito. No entanto, aplica-se também em menor proporção, a referida metodologia em métodos fundamentados na indução.

Bachelard criou desse modo, nas ciências, até mesmo nas exatas, a teoria do conhecimento aproximado.

Portanto, nesse contexto histórico de evolução que foi desenvolvendo a teoria da pós verdade, o que hoje é usado hermeneuticamente, sobretudo, nas ciências do espírito.

A contribuição de Gadamer, é indispensável ao novo racionalismo epistemológico. A não existência da verdade, em qualquer corrente ideologica como substraro para o desenvolvimento da interpretação.