COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
RESUMO
Ao chegarem no Brasil em 1500, os portugueses não encontraram ouro ou prata, por isso decidiram continuar a comercializar as especiarias com o oriente por ser mais lucrativa. Mesmo assim o governo português enviou algumas expedições. Expedição pode ser investigativa ou exploradora, para descobrir ou conhecer alguma região determinada, expedição extrativa, tem como objetivo extrair algo de uma determinada região, expedição colonizadora, visa colonizar, isto é, povoar uma determinada região.
Em 1503 em uma expedição exploradora os portugueses descobriram a existência de uma árvore típica da mata Atlântica, o pau-brasil, madeira vermelha, muito dura de alto valor comercial usada para tingir tecidos, construir móveis e casas. Ao tomar conhecimento da existência dessa valiosa madeira o rei de Portugal mandou construir “Feitorias” (armazém fortificado usado para guardar mercadorias). Eram os indígenas que cortavam em pedaços de 1,5 m pesando 30 quilos e transportavam o pau-brasil até os navios, em troca os indígenas recebiam, facas, foices, machados, espelhos, colares, e outros objetos úteis a eles. Esse tipo de troca de produto por produto sem envolver moeda, chamado de escambo.
As outras nações como Holanda, Inglaterra e França não aceitaram o tratado de Tordesilhas, tanto que os franceses auxiliados por tribos indígenas que eram inimigas dos portugueses levaram daqui muitos carregamentos de pau-brasil. A coroa portuguesa tentou reagir a essa situação enviando expedições policiadoras, mas percebeu que com um litoral tão extenso não seria possível ter um bom resultado. Por volta de 1520 o comercio com o oriente começou a declinar devido a concorrência com outros povos que também passaram a explorar esse tipo de comércio. Mediante tantas dificuldades o rei D. João III decidiu em 1530 enviar a primeira expedição colonizadora, comandada por Martin Afonso de Sousa. Ele fundou a cidade de São Vicente em 1532 a primeira vila do Brasil em uma área habitada pelos índios Guaianases e Carijós. Combateu os franceses e explorou o litoral brasileiro, mandou erguer algumas casas, uma capela e construiu o primeiro engenho de cana de açúcar.
Com o objetivo de acelerar a colonização o governo de Portugal dividiu o Brasil em 15 faixas de terras imensas denominadas de Capitanias Hereditárias, isto porque se o chefe da família morresse o filho herdaria a concessão da terra. Convém esclarecer que o rei não doava a terra ao donatário, apenas permitia que ele a explorasse. Como donatário ele tinha o dever de defender sua capitania, expandir a fé cristã, desenvolver a agricultura da cana de açúcar, mas tinha o direito de aprisionar e escravizar e vender o índio, 5% no lucro com o pau-brasil, fundar vilas e doar sesmarias, isto é, grandes fazendas, latifúndios, as terras das sesmarias eram doadas apenas a pessoas que tivessem condição financeira de produzir açúcar e dar lucro a Portugal. O donatário também tinha o direito de uma grande sesmaria,. A maioria das capitanias fracassaram por diversos motivos, resistência dos índios, falta de dinheiro, falta de comunicação entre elas, alguns donatários nem chegaram a vir para o Brasil, outros foram mortos no combate com os índios. As capitanias que deram certo foi Pernambuco e São Vicente, mais tarde a Bahia também deu bom resultado. Dentre os motivos do sucesso estavam a terra massapé, terra escura famosa por sua fertilidade, por estar mais próxima da Europa e clima favorável para a cana.
Diante do fracasso da maioria das capitanias para melhor controlar o Brasil o rei de Portugal decidiu aumentar o controle, enviando para cá o governo geral, isto é, um nobre que iria governar o Brasil com todos os poderes, estando apenas abaixo do rei aqui no Brasil. Em março de 1549 chegou na Bahia o primeiro governador geral Tomé de Sousa, auxiliado por pessoas de sua confiança que cuidariam da defesa, da justiça e das finanças no novo reino, vieram também vários profissionais tais como, carpinteiros, pedreiros, soldados, padres jesuítas chefiados por Manoel da Nóbrega e muitos degredados ( prisioneiros portugueses expulsos de Portugal) e nesse mesmo ano foi fundada a primeira capital do Brasil Salvador na Bahia. As primeiras casas eram feitas de pau a pique e coberta com palhas, essas casa ficavam na parte baixa da cidade conhecida hoje como Comércio. Na parte alta foram erguidas a casa do governador, a casa da fazenda onde se fazia a cobrança dos impostos, a Câmara Municipal, hoje na parte alta está a Câmara Municipal, a Igreja de N. Senhora da Ajuda, e o Terreiro de Jesus.
O segundo governador geral Duarte da Costa (1553-1558) também veio acompanhado de várias pessoas entre elas estava o padre José de Anchieta que fundou no Planalto de Piratininga em 1554, o colégio de São Paulo, que deu origem a vila e depois a cidade de S. Paulo. José de Anchieta segundo alguns historiadores para subir a serra contou com a ajuda de João Ramalho que por estar aqui já a alguns anos havia se casado com a índia Bartira, filha do Cacique Tibiriçá.
Enquanto isso no litoral baiano ocorria a guerra entre os portugueses e os índios Tupinambás, chamada de guerra de Itapoã. Os portugueses venceram a guerra, mataram e escravizaram muitos índios Tupinambás, apoderaram de suas terras e construíram vários engenhos para a produção de açúcar.
Men de Sá (1558 – 1572) foi o terceiro governador geral, lutou e venceu algumas tribos indígenas revoltados contra a dominação portuguesa. Durante seu governo os franceses invadiram e construíram no Rio de Janeiro em 1555 a França Antártica, contaram com a ajuda dos índios Tupinambás e permaneceram por 12 anos até 1567. Durante a luta contra os franceses o sobrinho de Men de Sá mandou construir na Baía da Guanabara um forte, que deu origem a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565.
Após a morte de Men de Sá em 1572 o território da colônia foi dividido em duas partes para facilitar seu governo, governo do norte com capital em Salvador e governo do sul com capital no Rio de Janeiro. O objetivo era melhorar a defesa, e a administração, mas durou apenas 6 anos. Mais tarde em 1621 Portugal dividiu novamente, sendo o Estado do Maranhão com capital em São Luis ( que em 1751 passou a se chamar Estado do Grão Pará) e Maranhão com capital em Belém e Estado do Brasil com capital em Salvador. Com a produção do ouro em Minas Gerais o governo lusitano com o objetivo de melhor fiscalizar mudou em 1763 a capital para o Rio de Janeiro, que só em 1960 mudou-se para Brasília.
Durante a colonização o governo português criou também as câmaras municipais, encarregadas de administrar as vilas e cidades brasileiras. Os vereadores eram escolhidos por sorteio entre os “homens bons”, isto é, entre os grandes proprietários de terras e escravos. Para ser vereador não bastava ter riqueza, precisava ter pureza de sangue, não eram aceitos descendentes de negros e de judeus. Reunidos nas câmaras os vereadores decidiam sobre os impostos locais e a forma de arrecada-los, sobre os salários pagos a homens livres, conservação limpeza e preservação das ruas e praças. Quando os vereadores se desentendiam com o governador o governo português intervinha as vezes de forma violenta impondo sua autoridade.
Logo que chegavam em terras brasileiras os portugueses erguiam uma cruz de madeira com os símbolos de Portugal, demonstrando seu desejo de conquistar terras e expandir o catolicismo. O governo e o clero atuavam em conjunto. Enquanto o governo português cuidava do aproveitamento e da administração das terras brasileiras, a igreja impunha os hábitos europeus de trabalho e comportamento entre indígenas e africanos. A Igreja tinha grande força no Brasil colonial, normas e rituais católicos como o batismo, a confissão, o casamento e a extrema unção, marcava a vida dos colonos, do nascimento até a morte. Por isso se diz que a igreja exercia certo controle social na colônia.
A ordem dos jesuítas foi fundada pelo espanhol Inácio de Loyola no sec. XVI, seu objetivo principal era divulgar o catolicismo em todo o mundo, no Brasil os jesuítas optaram por evangelizar as crianças indígenas e por meio delas atingir os adultos. Para tanto fundaram colégios em São Paulo, Rio, Salvador, Olinda, S. Luis e Belém, esse é um dos motivos pelo qual a educação de boa qualidade no Brasil, estar nas mãos da Igreja. Até 1580 os jesuítas foram os missionários oficiais da coroa portuguesa, depois entraram outras ordens religiosas como a dos Franciscanos que atuavam no litoral nordestino, Carmelitas ficaram em Olinda e se dedicavam aos moradores da cidade, Capuchinhos franceses e Oratorianos italianos atuaram nos sertões do Rio S. Francisco. e Beneditinos. Os Capuchinhos visitavam as pessoas das vilas e cidades do interior. Os oratorianos dedicavam-se mais aos enfermos e presidiários. O Rio de Janeiro é a segunda cidade brasileira com 6 milhões de habitantes, industrializada e pontos turísticos conhecidos no mundo inteiro. Possui uma boa parte de conservação da mata atlântica com muitas áreas verdes. No Morro do Corcovado está a estátua do Cristo Redentor com 33 m de altura, é o cartão postal do Brasil. Tombar um monumento histórico, é quando não se pode mexer na estrutura e aparência do monumento, isto é, não pode ser alterado.