Logocentrismo e construção ideológica em Jacques Derrida.
A razão é sempre logocêntrica, tese defendida por Jacques Derrida, isso significa que todo modus operandi tem uma ideologização em nível de senso comum, ou, de epistemologização, quando se tratar das ciências do espírito.
Portanto, desse modo, não existe crime de hermenêutica, todavia, ideologias uma vez que a referida é um método de fundamentar os entendimentos subjetivamente.
A hermenêutica Aplica-se nas ciências do espírito, da psicanalise ao direito, o que é a interpretação a não ser a projeção de imagens construídas, de tal modo, tanto Foucault como Althusser negam o sujeito como como construtor da verdade, entre outros epistemólogos.
Todavia, a não ser na formulação das ciências da natureza, como analisou hermeneuticamente Dilthey, nem mesmo na linguagem tal proposição é possível. Porém, no uso indutivo aplicado ao campo da experiência.
Dessa forma, o logocêntrico de qualquer razão fenomenologica, é a priori ideológico, seja qual for a hermenêutica utilizada, não existem sujeitos difusores de verdades, no entanto, construtores de enganos, pelo menos parcialmente.
Com efeito, o logocentrismo é uma pobreza necessária, reflete Derrida, entretanto, faz parte da construção da linguagem e das formulações teóricas.
Não é possível o desenvolvimento de uma análise ou a interpretação de um texto, sem a estruturação logocêntrica da memória, a grande questão a sua ideologização.
Portanto, não existe reflexão sem estrutura construída logocêntrica, a memória é um depositório de ideologias, em nível do senso comum ou da epistemologização hermenêutica.
O homem não é capaz de pensar se não existir no cérebro um centro organizador da memória, uma estrutura cognitiva construída, noções fundamentais da linguagem e da lógica estruturada para entender qualquer objeto fenomenológico.
Qual é o problema das ciências do espírito, sobretudo, para hermenêutica como método interpretativo, cada logocentrismo é uma tese, reflete Derrida, e, para cada tese existe uma antítese, negando o que é proposto como verdade, afirmando outro logocentrismo fundamentado em outras ideologias.
Desse modo, há uma luta interminável, uma guerra destrutiva entre os logocentrismos, as tentativas de imposições das sobreposições de ideologias desejando superar umas às outras.
Dessa forma o que é uma mente bitolada, doente, quando há uma ideologia cimentada como verdade definitiva, única.
Sendo assim, o que propõe Derrida, destruir o conceito de logos como verdade, uma vez que representa ideologizações, não absolutamente correspondentes aos fatos em análises.
A supremacia de um logos em relação a outros, é a radicalização de uma ideologia, sendo assim a filosofia perderia seu sentido epistemológico.
Desse modo, todo pensamento absoluto não tem sentido, a fenomenalização de qualquer fato analítico é um perigo hermenêutico, pois não há epistemologização pura, todo entendimento é projeção de imagens miméticas na memória.
O conhecimento analítico é essencialmente problemático, não existem verdades, tão somente construções culturais ideologizadas, se tratando das ciências do espírito, epistemologizadas.
Portanto, é fundamental a desconstrução dos logocentrismos, como possibilidades da construção dos saberes parcialmente verdadeiros.
A noção específica da razão e do sujeito, sendo que qualquer razão é contaminada. Desse modo, quanto mais absoluta for.
A desconstrução é efetivada pela análise da linguagem, no entendimento da estrutura não lógica da cultura, das epistemologias complexas e diversas.
Em síntese o que é a desconstrução, o entendimento pela análise filosófica, só a referida pode agir desse modo, na compreensão que as noções embutidas nos logocentrismos não representam verdades.
Como muito bem refletiu Nietzsche a verdade é tão somente a representação das ideologias, tanto mais ideológicas serão quanto mais solidificadas.
Para Derrida, o logocentrismo tem papel preponderante na fundamentação do poder, como forma de dominação política, social e econômica.
O neoliberalismo é um logocentrismo ideológico disfarçado fenomenologicamente como uma epistemologia científica.
Edjar Dias de Vasconcelos.