Feuerbach: deus uma invenção delírica da razão;
Ludwig Feuerbach.
1804-1872.
Certa vez perguntaram a Feuerbach se deus existia, sua resposta foi categórica.
Não existe deus, sua existência uma criação perversa da mente humana, a razão alienada e frágil criou mentirosamente deus, seu objetivo enganar a própria razão.
A razão engana a razão, com objetivo de não levar o homem a loucura, poucos homens são suficientemente fortes para encarar a realidade das coisas.
Com efeito, o cérebro cria a cegueira permanente, a ilusão contínua, o homem é produto do próprio engano, justificou Feuerbach.
A razão manipula a razão criando a alienação permanente, a verdade é invertida e resulta como mentira, todavia apresenta como verdade.
Entretanto, o que é a verdade a não ser a convicção ideologizada, desse modo, funciona o mecanismo supostamente real a respeito de quase tudo.
Portanto, a realidade é a inversão, enxergamos a irrealidade como se fosse realidade,
O espírito como alienação da vida. Desse modo, a mente é a própria ficção, a irrealidade criada volta a razão como se fosse realidade, por meio da ideologia transforma em realidade, formando a convicção.
O irreal volta ao mundo, o inexistente, transformando em existência, a mente funciona quase sempre pelo mecanismo das invenções representadas no imaginário, dessa forma funcionam todas as ideologizações.
A verdade que não é verdade, entretanto, convicção ideológica, funciona em todos os níveis na produção das diversidades ideológicas.
Fundamenta Feuerbach a razão como produto de crenças culturais, ideologias diversas, deus é apenas mais uma ideologia.
A memória funciona no limite do nosso conhecimento, a extensão sempre das irrealidades representadas no imaginário.
Desse modo, difícil compreender a própria imaginação, como ela é representada, o fundamento das interpretações, deus apenas uma interpretação ideológica.
Os produtos imaginários, a realidade incompreensiva, sendo os referidos os nossos limites, a processualidade não compreensiva, deus um desses produtos.
O homem sentiu sozinho, abandonado na crueldade da natureza, percebendo que a historia não tem sentido, e que a única razão de ser é morrer, e, ser o nada que sempre fora antes de nascer, então covardemente criou deus.
A vida é a eterna repetição do nada, do não ser, a insignificância da existência, a história não tem sentido diante da morte, a finalidade do homem é voltar a ser a inexistência.
Para a vida só existe o instante, e nada mais, o tempo histórico de cada homem é o momento, sendo assim o homem, inventou a ressurreição, a mentira das mentiras.
Foi exatamente a contingência, o fracasso existencial que levou o homem covardemente a inventar deus.
Desse modo, para Feuerbach o homem de fé é acovardado, mentiroso, pratica o pior ato, a sua própria enganação.
Quem engana a si mesmo, tem memória deformada, o homem fragilizado inventou uma ideologia determinada como deus.
Portanto, deus é uma invenção do fracasso humano, a projeção de uma consciência pobre e medrosa, representada como se fosse verdadeira.
Quando na realidade tão somente uma fantasia doente, sem perspectiva de cura diante de uma memória psicológica deteriorada, delírio metafísico.
Sendo assim deus somente uma ilusão.
Edjar Dias de Vasconcelos.