Nietzsche e o seu pensamento científico.

Nietzsche ao ler Schopenhauer, O mundo como vontade e representação, definiu hermeneuticamente, a respeito da fenomenologia.

Não há conhecimento objetivo, toda forma de saber é interpretativo, sendo a interpretação o resultado da ideologia do sujeito de cognição.

Com efeito, não existe explicação da realidade, a realidade é explicitada por projeções de valores a priori.

A tarefa da filosofia é interpretar a realidade, do mesmo modo, qualquer ciência que não seja empírica indutiva.

A memória é formada de consciências sobrepostas que articulam entre si, em uma definição ideológica.

Com efeito, o sujeito interpreta em consonância com seus desejos, sua vontade de domínio, desse modo, refleti Schopenhauer, influenciando Nietzsche.

Foucault foi influenciado por Schopenhauer e Nietzsche, formulando sua hermenêutica do sujeito.

Portanto, nega que haja o sujeito da hermenêutica, pelo fato de que o sujeito não consegue conhecer objetivamente, o saber resulta tão somente de proposições articuladas na perspectiva ideológica.

O trabalho de interpretação deve procurar conhecer o conjunto dos textos, desmascarando suas mistificações, no uso adequado da linguagem, na análise de fatos concretos, subjetivamente.

O que faz Nietzsche por meio método genealógico, na análise de decifração, observa as lacunas, espaços abertos, ideologias camufladas, na superação da metafísica.

Todas as coisas são subjetivas, não existe nada estável em definitivo, o conhecimento resulta de uma luta instransponível, a vida é regulada pelo devir histórico, não é possível a realidade ser reduzida a conceitos abstratos.

Para Nietzsche o único critério que impõe a vida, o mundo do instinto, registrado na memória sapiens, cujo grande objetivo a vontade do domínio, influência de Schopenhauer.

Quanto a hermenêutica, a verdade deixa de ser um valor racional, para adquirir a existência ideológica como valor máximo.

Para Nietzsche, o que é a verdade, ela não existe, do mesmo modo, seria a honestidade, nada sabemos da essencialidade de alguma coisa, então, o que seria a honestidade, ações individuais entre desiguais.

A honestidade nessa perspectiva é tão somente uma ideologia de dominação, o que é o conhecimento então? Um vale de metáforas, ornamentadas por ideologias representadas, reuni-las sob o conceito honestidade, apenas uma abstração subjetiva.

As instituições são abstrações desprezíveis, quando privilegiam o conceito, ideia que Foucault herdou de Nietzsche.

O sujeito não consegue conhecer as coisas e nem percebê-las no seu devir histórico permanente, desse modo, cada metáfora é uma ideologia solidificada em um conjunto de ideologias.

Desse modo, nada escapa da complexidade dos conceitos. Portanto, o conceito nada mais é do que o resíduo de uma exterminável metáfora.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 08/08/2017
Reeditado em 08/08/2017
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