A AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM COMO UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA

A AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM COMO UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA

Nilma Santos Noleto*

Resumo: Este artigo pretende apresentar importância da avaliação no processo de aprendizagem que se torna, cada vez mais, um grande desafio pois a sua forma tradicional não é mais tão bem aceita quanto já foi um dia, necessitando de mudanças nos paradigmas, adaptação e uso de novas metodologias para avaliar o desempenho e demais necessidades que venham surgir por parte dos discentes durante o processo. Atualmente é perceptível o esforço dos professores em tornar o ensino mais atrativo para facilitar o processo de aprendizagem, o que é já ocorre na maioria das escolas públicas municipais. Fundamentada na concepção pedagógica crítica, o texto possibilita a reflexão da necessidade de uma nova prática pedagógica em torno do processo avaliativo a fim de transformá-la em algo inovador.

Palavras-chaves: avaliação, ensino, aprendizagem, escola.

1. INTRODUÇÃO

É possível a avaliação de aprendizagem ser método transformador na relação ensino/aprendizagem? Inicia-se a discussão do assunto a partir desse questionamento. A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem há muito tempo. Mesmo em sua forma mais tradicional obteve resultados proveitosos e hoje ainda tem ganhado amplo espaço nos processos de ensino, sempre requerendo preparo e capacidade de observação dos profissionais envolvidos.

O processo de avaliação que ocorre nas escolas brasileiras, nos dias de hoje, têm mudado para se encaixar nas novas percepções sobre esse processo e para se adequar aos alunos dessa geração.

Avaliar não é mais utilizar trabalhos e provas, e aplicar uma nota através de cálculos e estatísticas. Esse processo não pode mais se constituir como principal mecanismo

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*Graduando do Curso de Mestrado em Ciências da Educação– Universidad Americana– Assunçao/ PY

de sustentação da organização do desempenho escolar, pois muito já se provou do fracasso que a utilização de apenas provas e trabalhos ao longo da sua aplicação, provocam.

Para Oliveira (2003) devem representar as avaliações aqueles instrumentos imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, e que também forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina e ao contexto sócio-político no qual o grupo está inserido, prestando atenção às condições individuais de cada aluno.

Avaliar, hoje, é recorrer a diversos instrumentos para que o aluno compreenda da forma mais apropriada o assunto (tema) dado. Para Luckesi (1996), a avaliação com função classificatória não auxilia em nada o avanço e o crescimento do aluno e do professor, pois constitui-se num instrumento estático de todo o processo educativo.

Enquanto antes a avaliação servia apenas para rotular alunos separando-os e provocando desinteresse em alguns que se julgavam inferiores aos outros, hoje ela é vista como uma das mais importantes ferramentas à disposição dos professores para alcançar o objetivo comum de fazer todos os estudantes avançarem.

AVALIAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES

A origem da palavra “avaliar” é do latim VALERE, “ter saúde, vigor, força”. Resultou, em português, em “valia”, da qual se formou “avaliar”. Segundo Luckesi (1996, p. 33), "é como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão". Para efeito, avaliar é atribuir um determinado valor sobre a aplicação de um processo para verificar a qualidade do seu resultado.

Ainda de acordo com este autor, a avaliação é um julgamento sobre uma realidade concreta ou sobre uma prática, baseado em critérios previamente esclarecidos para tomada de decisão.

Sabe-se, também, que a avaliação da aprendizagem tem seus princípios e características no campo da Psicologia, a partir das duas primeiras décadas do século XX onde testes padronizados para medir as habilidades e aptidões dos alunos, marcaram seu desenvolvimento.

A EVOLUÇÃO DA AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM

A necessidade de o professor se aproximar do aluno, contribuindo de forma significativa para seu processo de construção do conhecimento é de suprema importância. De acordo com Guba e Lincoln, apud Firme (1994), a avaliação têm passado por pelo menos quatro gerações:

• Mensuração - que consistia em apenas dar uma nota, utilizando-se apenas de testes e exames para verificação do rendimento escolar;

• Descritiva - avaliava como foi resolvido o exame, buscando entender melhor seu objetivo. Foi nessa fase que surgiu o termo “avaliação educacional”;

• Julgamento - questionava os testes padronizados e a mediocridade da atribuição de medida como sinônimo de avaliação. Tinha como preocupação maior o julgamento;

• Negociação - nesta geração, a avaliação é um processo interativo, negociado, que se fundamenta num paradigma construtivista.

Percebe-se a mudança ocorrida na quarta geração, quando se insere o aluno no processo de aprendizagem, permitindo-o decidir sobre as intervenções a serem feitas para melhoria e qualidade na avaliação de aprendizagem.

Pode-se ainda definir algumas tarefas para o processo de avaliação, classificadas como de diagnóstico, de verificação e de apreciação. Na avaliação de diagnóstico são geradas informações sobre as capacidades do aluno antes de iniciar o processo de ensino/aprendizagem propriamente dito, verificando a posição do aluno mediante as novas propostas de aprendizagem.

Na verificação, são coletados dados sobre o aproveitamento dos alunos, utilizando-se de provas ou outros meios auxiliares como observação de desempenho. Já na apreciação verificam-se os resultados recolhidos ao final de determinado período de aprendizagem, trata-se da avaliação propriamente dita.

CARACTERÍSTICAS E OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO

A avaliação escolar é um processo contínuo que deve ser feito em diferentes momentos do trabalho, como um complemento ensino/aprendizagem e não uma etapa isolada sem base de informações.

Além disso, a avaliação de aprendizagem ajuda a desenvolver capacidades e habilidades nos alunos, auxiliando no desenvolvimento intelectual, social e moral dos mesmos diagnosticando, também, o desempenho da escola e sua contribuição nesse sentido.

Um dos objetivos desse processo é o desenvolvimento das capacidades físicas e intelectuais das crianças, bem como criatividade, preparando-as também para a vida social. Essas avaliações também facilitam a percepção do professor nas diferenças entre os alunos e seu tempo de aprendizado, pois as diferenças vão desde o nível socioeconômico, às suas próprias características individuais.

Trata-se também de um auxílio na classificação dos objetivos significativos e metas educacionais, para determinar a evolução dos alunos e se ela está no ritmo desejado, podendo controlar também a qualidade do processo ensino/aprendizagem.

Os objetivos da avaliação de aprendizagem não precisam ser determinados apenas através do uso do livro didático ou matéria oficial do cronograma, devem atentar para todas as possibilidades. Os objetivos devem expressar também as reais possibilidades dos alunos de modo que estejam em condições de cumprir as exigências colocadas pela escola.

A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM COMO UMA PRÁTICA TRANSFORMADORA

Avaliar aprendizagens não é um processo tão fácil, e se tornou um problema educacional há muito tempo. Muitas práticas avaliativas são criticadas sugerindo-se uma mudança no método, mas não há quem indique exatamente como seria essa mudança. Isso é compreensível, pois cabe ao educador o desenvolvimento de um método de trabalho que fuja um pouco dos modismos.

Ao mesmo tempo, pondera-se que a essa mudança não é possível apenas por conta do professor, pois ele segue normas que regem o ambiente escolar e outros contextos que limitam suas ações. Para isso é necessário criar possibilidades, e num sistema educacional do qual o autoritarismo serve de base, torna a mudança ainda mais difícil.

O processo avaliativo pode e deve incluir a medida, mas não deve se prender a ela, pois enquanto a medida dá uma escala de quanto de habilidade o aluno possui, a avaliação informa o valor dessa habilidade. Em outras palavras, é acrescido um julgamento de valor sobre a avaliação, ou sobre sua medida, que pode ser descrita tanto como qualitativa quanto em quantitativa.

Pode ser vista como uma necessidade no ambiente escolar, dando ferramentas ao professor que o situe da melhor forma como proceder com determinado aluno, verificando também em que ele deve melhorar nesse processo.

Observa-se, atualmente, que diversas escolas estão abrindo caminhos para uma avaliação mais diagnóstica, e o professor tem aceitado sugestões e orientações para aprimorar sua prática já que a tarefa educativa é um pouco complexa. Nesse caso, tudo se transforma numa questão de superação da avaliação seletiva levando a uma reflexão sobre os possíveis equívocos que podem ocorrer na tentativa de mudar ações tradicionais.

Analisar a aprendizagem é importante, pois leva professor e o aluno a constatar o que ocorreu durante o processo de aprendizagem. Para tanto, é preciso que as instituições encontrem formas de agir que permitam esse espaço para discentes e docentes, pois discutir os resultados alcançados permite evidenciar não apenas isso, mas também o processo que se chegou a esses resultados.

Quando a avaliação falha, não é possível dispor de orientação sobre o plano e os resultados obtidos, tornando-se necessário o aperfeiçoamento do método. As práticas existentes precisam de inovação, precisam ser valorizadas para que não caiam na mesmice ou desuso. A mudança da prática do professor é de extrema importância, mas primeiro é preciso que o docente reflita sobre ela, pois qualquer inovação surge no campo das idéias.

Para que a avaliação seja percebida como uma prática transformadora é necessário que muitas mudanças sejam feitas. Uma delas seria a criação de um plano de ação baseado na percepção da necessidade dessa mudança, com foco em sua finalidade e nos objetivos que se pretende alcançar.

A partir daí é preciso que fique claro que não basta “ter o que fazer”, é preciso ser criativo, entrar no projeto de mudar os métodos de ensino a fim de fortalecer a atividade educativa. Por isto é tão relevante a questão do método de trabalho para o professor, adequando inclusive o conteúdo.

Assim, entende-se por avaliação a forma de mensurar os ganhos na aprendizagem pelo aluno. Contudo, através de uma efetiva mudança das técnicas de aplicação dessa avaliação, bem como nos paradigmas e posicionamento do professor, a avaliação pode ser encarada com algo superior a mensuração.

Trata-se de novas possibilidades de aprendizado, com o compromisso de superar as dificuldades que se apresentarem no decorrer do processo. Mas deve-se atentar para um fator importante; não adianta mudar a forma de avaliar, se a prática permanecer a mesma. Por isso é necessário a detecção dos problemas, onde está o erro, se o conteúdo é adequado, se a forma de aplicação é adequada (no caso da diferença social), além de um acompanhamento constante para verificar e se adequar á realidade da sala de aula, ou melhor, daquela determinada classe.

A avaliação não deve ser entendida como algo definitivo. Deve ter foco no que é decisivo, ou seja, na finalidade de transformar o processo de avaliação, sendo atencioso, crítico e mantendo a reflexão do seu transcorrer. É preciso ousar para garantir o sucesso da aprendizagem, acreditar no aluno, observar seu desempenho, tornar a intenção e a prática aliadas.

Tudo aquilo que o professor julga ser fundamental ao aprendizado, é refletido na avaliação. Por conta disso pode haver alguma discordância entre o que é realmente importante e o que está sendo solicitado nas avaliações. O “como” ensinar passa a ser uma parte importante nesse processo, o “fazer acontecer”.

Outro ponto importante é o feedback, que trata-se exatamente do retorno do professor ao aluno, sobre suas avaliações. As escolhas exercidas por eles podem ajudar a ampliar ou limitar as oportunidades dos estudantes demonstrarem o que aprenderam. Ao fornecer feedback ao aluno, durante o processo de avaliação de desempenho, pode-se restringir um pouco as informações, mas não se deve deixar de trocar idéias e argumentos, sobre os motivos que o guiaram a tal posição sobre o assunto.

Esses aspectos são fundamentais nos dias de hoje, considerando a importância que as práticas de avaliação vêm conquistando através de mudanças e aplicabilidade. Cada escolha deve levar em consideração tanto o tipo de aprendizagem que se quer adotar, quanto às possíveis respostas dos alunos a ela. Várias pesquisas confirmam que não se sabe o suficiente a respeito de como conseguir que os estudantes experimentem determinadas formas de aprendizagem, ainda que se conheça muito sobre as características e formas de aplicação dos métodos de avaliação.

A principal preocupação aqui diz respeito à avaliação e à mudança de postura, visando superar a ênfase seletiva, focando na qualidade do instrumento para que não comprometa sua postura prendendo-se às formas de avaliar tradicionais.

A tecnologia é algo ainda mais atraente entre os jovens, principalmente nos dias de hoje. Com o tempo o professor tem incorporado novas tecnologias nos métodos de ensino, o que tem beneficiado muito o processo de ensino/aprendizado, aliando a isso a experiência do profissional, sua intuição (que por ser falha deve ser constantemente criticada) e iniciativa.

O fato de alguns alunos não aprenderem determinados conteúdos é natural, visto que o ser humano é diferente um do outro, ou seja, a humanidade é heterogênea, e por conta dessas diferenças percebe-se que na sala de aula isso não é diferente. Cada um tem seu tempo e sua forma para assimilar, aprender, fixar qualquer informação.

Quando se abre espaço para entender que o aproveitamento escolar é o mais importante no processo, percebe-se que a maior interferência é proveniente das escolhas avaliativa dos professores. Através deles são montadas as possibilidades de contribuir e ajudar na aprendizagem dos estudantes, e de transformar a natureza de suas experiências educacionais.

Como já foi dito anteriormente, avaliar é uma tarefa complexa, porém, fundamental já que visa a transformação da educação e de métodos defasados de ensino que não mais contribuem para evitar a evasão escolar, nem muito menos para o aprendizado do estudante.

A avaliação deve ser vista como uma intervenção que deverá garantir a essência do processo educativo. Não se deve esquecer a diferença entre avaliar e medir, para não perder o seu propósito. De acordo com Luckesi (1998, p. 132):

“(...) é preciso que o conhecimento adquirido seja iluminativo da realidade, é preciso que ele revele os objetos como são em seus contornos, em suas conexões objetivas e necessárias. Só assim, teremos conhecimento. Um aluno que não conseguiu “entender” bem o conteúdo de uma disciplina não a aprendeu e, por isso mesmo, o conteúdo oferecido não lhe serviu de apoio para seu desenvolvimento. Quando um professor diz ao aluno, que ainda não conseguiu aprender uma lição, _ “se vire por você mesmo” _, não está ajudando em nada o desenvolvimento do educando, pois a compreensão do conteúdo é o ponto de partida para a criação de habilidades e hábitos por meio da exercitação (...) Do ponto de vista do desenvolvimento do educando “passar por cima de um determinado conteúdo” ou “nada fazer” tem o mesmo resultado no que se refere à aprendizagem (...)”.

Portanto, é necessário observar que transformar o sentido da avaliação significa melhorar a qualidade de ensino, melhorar a forma como o conteúdo é passado, analisar constantemente os resultados obtidos ao longo do trabalho em sala de aula, sem que isso signifique que o professor esteja visando apenas o índice de aprovação de sua classe.

Outro ponto importante que deve ser considerado é o relacionamento interpessoal, as relações humanas, a convivência social vivenciada no ambiente escolar. A construção de conhecimento nesse ambiente necessita da organização da coletividade, e no trabalho constante a fim de evitar a reprodução de um sistema de alienação, ajudando cada um a evoluir e abrir a mente para um posicionamento mais crítico em relação às informações que absorvem.

A avaliação acaba servindo de regulagem para a aprendizagem, pois ajuda a reorientar a organização do trabalho pedagógico por meio de novas atividades. Com um planejamento adequado tanto do curso, como de aula, além de um conteúdo transmitido com segurança, permite-se um melhor rendimento escolar. Quando todos os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem passam a conhecer a realidade da finalidade das avaliações, traçam metas mais significativas e agem de acordo com o planejado.

Para os docentes que pensam que seu papel é apenas o de ensinar, de forma conteúdista, sem métodos agradáveis, acabam deteriorando a aprendizagem e o desenvolvimento de seu aluno. É claro que todo o corpo escolar deve se envolver no processo avaliativo da aprendizagem e nas formas de melhorias para que os objetivos sejam realmente adequados e atingidos com êxito, mas não se pode eximir da própria responsabilidade quanto à eficiência e eficácia desse processo.

O começo é o professor se propor a esse desafio, pensando e fazendo diferente, ouvindo e interpretando idéias e sugestões de métodos educativos aplicáveis e que transpareçam ser bem sucedidos. A sociedade atual vive em constante transformação, então porque os métodos de ensino e as formas de avaliar não podem se adaptar, se transformar? A formação humana no campo educativo é de extrema importância, e servirá de base para toda a vida do indivíduo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As informações aqui reunidas demonstram que mudanças são necessárias e apropriadas ao processo de avaliação. Essa pode ser sim, uma prática transformadora, desde que o desejo de melhorias ajude na busca de melhores resultados no processo pedagógico. Para isso, a mudança é importante; seja de paradigmas, de métodos ou aplicabilidade, basta apenas estar aberto a novas informações e ao aprendizado.

Não há como negar que a avaliação é a parte mais importante de todo o processo de ensino-aprendizagem. De acordo com Benvenutti (2002) “avaliar é mediar o processo ensino/aprendizagem”, é oferecer recuperação imediata promovendo cada ser humano, e vibrando junto com cada aluno em seus lentos ou rápidos progressos.

Por conta disso a avaliação não pode permanecer presa a uma pedagogia ultrapassada, senão a evasão e o mau rendimento de alguns discentes permanecerão. O papel do professor é de orientador, educador, e ele não pode permitir que seus alunos não estejam aptos a pesar alternativas, decidir situações, problemas, tornando-se cada vez mais “marginalizado” diante de uma suposta elite intelectual.

Acredita-se que um dos grandes desafios para construir novos caminhos para a avaliação de aprendizagem, é permitir que seja mais criteriosa no que diz respeito ao entendimento reflexivo, compartilhando informações no processo ensino/aprendizagem, a fim de formar cidadãos conscientes, criativos e críticos.

A mudança de paradigmas citada ao longo deste artigo infere que a educação deve também focar na qualidade do ensino, e não apenas na quantidade, na medida. Deve-se descobrir a essência do processo avaliativo, não permitindo que seja visto pela sociedade apenas como transcrição em notas e certificados que supostamente atestam o conhecimento ou capacidade do aluno.

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A nota, por si só, acaba se distanciando na relação de aprendizagem, por conta de um processo avaliativo defasado, onde visa-se apenas a aprovação ou não do aluno. Há professores que são conhecidos como “bons” por conta de seus índices de reprovação. Isso nem mesmo pode ser válido!

Mudar a concepção da importância e dos novos métodos da avaliação de aprendizagem se faz urgente e necessário. Não é fácil romper com padrões pré-existentes na história da sociedade atual, contudo, não se pode deixar de evoluir e adaptar-se às mudanças (inclusive tecnológicas), por conta de uma mentalidade conservadora e alienada.

Assim, mudar as formas de avaliar significa também mudar a escola. E isso se dá por conta da mudança na prática da avaliação que irá alterar práticas habituais, que poderá causar alguns transtornos, mas nenhuma mudança é fácil, há sempre algo traumático em mudar alguma coisa. Em mente deve-se estar sempre a educação e a mudança, para então pensar em novas formas de avaliar e de transmitir conhecimento. Por conta disso que se falou muito nesse artigo sobre romper velhos paradigmas, a fim de mudar uma concepção ultrapassada, atualizando a prática, e construindo uma nova escola.

Outro ponto importante discutido aqui, é que a mudança na avaliação de aprendizagem não pode se restringir à mudança de mentalidade e práticas dos professores, primeiro porque não seria eficiente o processo e não atingiria os objetivos com êxito, pois precisam ser articuladas junto com a toda a estrutura da escola; é preciso que seja um esforço coletivo para que se atinja as metas e objetivos com eficiência e eficácia.

Conclui-se que são muitos os desafios no ambiente escolar, e que só através de uma reflexão consciente, sistematizada e participativa é que se pode utilizar a avaliação de aprendizagem como uma prática transformadora. Assim, é preciso que o grupo tenha o compromisso em fazer a diferença e fazer diferente, na tentativa de aprimorar métodos de ensino e de avaliar o nível de aprendizado de cada aluno, em suas diferenças e especificidades.

Há que se descobrir novas possibilidades se avaliar, novos métodos e conceitos que sejam cada vez mais aproveitáveis e prazerosos no ensino/aprendizado de cada indivíduo, abrindo espaço para a capacidade de intervir, abrir novos horizontes dentro e fora da escola.

REFERÊNCIAS

A Avaliação Escolar. Disponível em: <http://www.olhatecnologia.net/temasacademico/Cap%209.txt>. Acesso em: ago.2012.

BENVENUTTI, D. B. (2002) Avaliação, sua história e seus paradigmas educativos. Pedagogia: a Revista do Curso Brasileira de Contabilidade. São Miguel do Oeste – SC: ano 1, n. 01, jan. p. 47-51.

FURLAN, Maria Ignez Carlin. Avaliação da Aprendizagem escolar: convergências, divergências. São Paulo: Annablume, 2007.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 4. ed. São Paulo : Cortez, 1996.

OLIVEIRA, G. P. de. Avaliação formativa nos cursos superiores: verificações qualitativas no processo de ensino-aprendizagem e a autonomia dos educandos.www.campus.oei.org. Acesso em 13 de set. de 2011.

FIRME, Thereza Penna. Avaliação: tendências e tendenciosidades. Ensaio: Avaliação e políticas públicas em educação. Rio de Janeiro: Fundação Cesgranrio, v. 1, n. 2, jan./mar. 1994.

Nilma Noleto
Enviado por Nilma Noleto em 03/08/2017
Código do texto: T6072985
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