É intrigante!
É interessante e ao mesmo tempo intrigante a necessidade de beleza exigida por toda e qualquer cultura. Mas em relação à cultura brasileira e me referindo somente aos nossos adolescentes, já é o suficiente para um bom papo e levantar vários questionamentos.
Essa neura de ter que ser bonito e isso inclui ser alto e magro, nos remete a tempos passados e nos permite fazer uma comparação ou uma espécie de retrospectiva. Nos séculos passados a beleza, principalmente feminina, era estampada em corpos nos quais se percebia um excesso de gordura.
Isso porque era considerada “bonita” aquela pessoa que possuía condições financeiras que lhe permitiam fazer as três refeições básicas do dia: uma mesa rica no café da manhã, almoço e jantar. Eram parceiros que ditavam as ordens e conduziam a status de pessoas sadias, pois se alimentavam bem.
Já nos tempos atuais percebe-se uma inversão de valores: aquela imagem que anteriormente foi símbolo de beleza, já não o é mais. Isso pode ser visto dentre os adolescentes, pois ao perceberem que estão “saindo da linha”, entenda-se, estão diferentes da maioria dos componentes do grupo, sentem vontade de mudar sua imagem, precisam emagrecer, ganhar músculos e assim, mostrarem como estão “sarados” ou “bonitos”.
Para as meninas, então, essa cobrança é feita de forma mais intensa, passando de um modelo estético para um modelo de vida: elas precisam, obrigatoriamente, serem bonitas. Para se sentirem bem, conseguirem um namorado, um emprego, fazer sucesso nas baladas, nos shoppings e tudo mais.
Com o crescimento das redes sociais, essas exigências ficaram mais acentuadas, pois a internet aliada aos inúmeros programas das emissoras de TV apoiam esse culto ao corpo, essa admiração por um corpo magro e bonito.
Com base em informações verídicas ou não e a rapidez que só ela tem, a internet insere na mente dos adolescentes um padrão de beleza corporal a ser seguido por todos eles. Assim, são compelidos a abrirem mão de uma alimentação saudável ou mesmo se sacrificarem para se mostrarem sempre bonitos.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. Em Educação
O respeitar faz bem!