ERROS CONCEITUAIS NO LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA NO ENSINO MÉDIO

Esta pesquisa analisa erros conceituais nos livros didáticos de história no ensino médio. Considera a má qualidade dos livros didáticos, com erros, a superficialidade dos assuntos abordados, a valorização de personagens heroicas, e a falta de contextualização. O livro didático é um valioso recurso para o acesso à cultura e o desenvolvimento da educação. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é responsável pela avaliação e indicação dos livros para as escolas públicas. Os livros são materiais pedagógicos que os professores e alunos dispõem para discutir os assuntos científicos em sala de aula. O desenvolvimento de forma não experimental porque se descreve uma realidade. E descritiva pois, possui outras pesquisas referentes. Foram analisados 05 volumes de autores de livros didáticos de história do ensino médio separados e 05 volumes únicos com objetivo de verificar as diferenças entre os mesmos. Buscar informações sobre a formação acadêmica dos autores dos livros didáticos, e terá uma aplicação de um questionário contendo 09 questões, onde seis sendo questões fechadas e três abertas feitas com 20 professores do ensino médio da Escola Estadual Maria Leite Marcoski no município de Várzea Grande –Mato Grosso- Brasil. Os autores dos livros didáticos no ensino médio dentro da análise de outro trabalho já realizada em 2010, demonstra e está citada na pesquisa onde foi analisada 32 duas coleções de história do (PNLD), foram escritas por setenta autores. Destes 60% são formados em história e os demais têm formações em diversas áreas. E na pesquisa atual foi análise cinco volumes separados e cinco volumes únicos também para demonstrar esta realidade onde a maioria dos autores dos livros didáticos de história é formada em história, e possuem experiências docentes no segmento de ensino para o qual escrevem livros didáticos, muitos autores escrevem vários livros, abrangendo diferentes anos de ensino diferentes. Também são autores dos livros didáticos de volumes separados e também únicos. Com formação na área que escrevem livros para este segmento da educação básica. Fica evidente que os autores professores tem pouca expressividade na questão de autonomia desse mercado que são os livros didáticos.

PALAVRAS – CHAVES: ERROS CONCEITUAIS-LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA

INTRODUÇÃO

Esta tese de investigação tem como objetivo identificar os erros mais frequentes nos livros didáticos de história no ensino médio. Mencionando a sua importância como apoio dos professores. Analisando os interesses dos autores na elaboração dos livros didáticos. Ou seja, foi constatado que o maior problema dos livros didáticos é a sua má qualidade, contendo erros conceituais, a superficialidade dos conteúdos abordados, a valorização de personagens heroicas e falta de contextualização.

O objetivo desta pesquisa é sem dúvida buscar a qualidade e a seriedade desse material que é o livro didático, material pedagógico dos professores e alunos das escolas públicas e também das privadas. E tentar entender esse campo desconhecido que rege os livros didáticos até hoje.

Este trabalho se insere compreender várias etapas de investigações onde envolvem professores, alunos, autores e os livros didáticos. E também conhecer a formação acadêmica dos autores dos livros didáticos. O enfoque da pesquisa será de investigação quantitativa. Com aplicação de questionário contendo 09 questões onde 6 fechadas e 03 abertas. A mostra será constituída de 20 professores do ensino médio que responderam ao questionário no segundo semestre de 2015 da Escola Estadual Maria Leite Marcoski- Várzea Grande Mato Grosso- Brasil . A análise dos dados será permeada pelas variáveis dependentes e independentes.

Dos questionários aplicados para os professores seis fechada resultou em seis gráficos e das três questões abertas resultou em um texto narrativa sobre os livros didáticos.

No presente trabalho, o estudo dar-se através de pesquisa não experimental, a função pedagógica do livro didático e sua relação com o professor e apresentamos uma análise das concepções de professores a respeito do livro didático.

DESENVOLVIMENTO

A pesquisa busca informações e contribuições para que possa atingir metas e formas no sentido de minimizar a má qualidade dos livros didáticos e trazer respostas que possa contribuir na qualidade desse material tão utilizado que são os livros didáticos.

Nesta perspectiva a pesquisa é de suma importância e de grande valor para todos os profissionais da educação, pois é um problema de interesse de todos, tanto pessoal, social e político. Como são ditas com as palavras do autor:

Para CHOPPIN (2004) os livros didáticos suscitam interesse entre os pesquisadores, pelo mundo, evidenciando um campo de investigação. As preocupações com esse problema também se justificam pelo peso considerável a esfera escolar adquire na economia editorial nos últimos séculos (CHOPPIN ,2004, p.551).

O Ministério da Educação (MEC), no Brasil, desenvolve o PNLD com o objetivo subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica (anos iniciais do ensino fundamental e, anos finais do ensino fundamental e ensino médio). O programa é trienal e atende aos estudantes das escolas públicas do país.

O público alvo são os professores e alunos, e apesar das críticas ao livro didático se tornaram, na maioria das vezes, o apoio pedagógico que o professor e aluno dispõem para discutir os assuntos científicos em sala de aula.

Segundo Bittencourt (2004, p.3) o livro didático possui algumas características peculiares que, dizem respeito a produção, a circulação, ao uso e também a autoria. E na autoria que é possível distinguir o trabalho de escrever um livro e o de fabricar um texto.

Dentro dessa percepção houve uma necessidade de valorizar experiências pedagógicas dos escritores como critério para escolha de autores pelas editoras. Com essas mudanças as editoras, passaram a ter uma preocupação com a preferência dos professores e os livros passam a ser produzidos a partir das análises feito com os autores. A formação do professor constitui-se no aprender fazendo com uma produção didática específica que antes os intelectuais eram incapazes de fazê-los com êxito. Percebe-se uma nova concepção de mudanças no início do século XXI.

Considerando o contexto da produção e distribuição do livro no Brasil e o papel do autor do livro didático, entende-se que práticas coerentes com a escola básica dão se, também, pela necessidade de os livros didáticos atenderem as especificidades da sala de aula uma vez que o livro didático é um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos, mas tem sido sempre considerado como instrumento fundamental no processo de escolarização (BITTENCOURT,2004).

Muitos professores afirmam não possuírem outros meios para trabalharem os assuntos referentes àqueles níveis de ensino aprendizagens. Os livros didáticos passaram a ter a importância maior no final da década de 1920, com a expansão da escola pública que acompanha o crescimento e o desenvolvimento da indústria e o processo de urbanização (SCFF2004). Nas escolas o principal meio de consulta e pesquisa, utilizados pelos professores e alunos, é o livro didático.

A maior contribuição desta pesquisa é para os professores e os alunos pois são direitos conquistados pela constituição brasileira. Portanto, deve-se cumprir na prática esta lei, até porque se cobra - se muito por uma educação de qualidade começa por aí, fazendo valer o que já foi conquistada que são os Livros Didáticos de qualidade e suficientes para todos os alunos das escolas públicas.

É preciso que o livro didático de história seja utilizada não apenas como fonte de informações, mas como instrumento didático, que promova o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para a vida, tais como a observação crítica, a analise, a reflexão e principalmente a capacidade de estabelecer relações entre os conteúdos já apresentados e o cotidiano do dia a dia.

A educação escolar se caracteriza pela mediação didática pedagógica que se estabelece entre conhecimento práticas e teóricas. Dessa forma, seus procedimentos e conteúdos venham adequar-se tanto a situação específica da escola como e ao desenvolvimento do aluno quanto aos diferentes saberes a que recorrem.

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Tendo um material que são os livros didáticos de qualidade irá contribuir com certeza o trabalho dos professores em amplo sentido. Pois sabemos de forma geral que a tecnologia hoje que está aí infelizmente, não beneficiou todos os brasileiros. E muitos deles o que eles dispõem são os livros didáticos.

Os critérios de eliminatórios: conceitos e informações básicas incorretas, incorreção e inadequação metodológicas, prejuízos a construção da cidadania, e riscos a integridade físico do aluno.

Os critérios classificatórios: envolve adequação dos conteúdos, atividades propostas, integração entre temas nos capítulos, valorização da experiência de vida do aluno, aspectos visuais das ilustrações, e manual do professor.

O LIVRO DIDÁTICO E A HISTÓRIA

O livro didático é um objeto de pesquisa nas mais diversas áreas das ciências científica. Conforme relata o autor:

Muitos e vários olhares vêm sendo lançados sobre o livro didático nos últimos anos: um olhar pedagógico, que avalia qualidade e correção, que discute e orienta a escolha e o uso; um olhar político, que formula e direciona processos decisórios de seleção, distribuição e controle; um olhar econômico, que fixa normas e parâmetros de produção, de comercialização, de distribuição. Avaliar qualidade e correção, orientar escolha e uso, direcionar decisões, fixar normas, são olhares que prescrevem, criticam ou denunciam; por que não um olhar que investigue, descreva e compreenda? Olhar que afaste o “dever ser” ou o “fazer ser” e volte-se para o “ser”- não o discurso sobre o que “deve ser” a pedagogia do livro didático, a política do livro didático, a economia do livro didático, mas o discurso sobre o que “é”, o que “tem sido”, o que “foi” o livro didático[...]. O que[...] tem faltado entre nós é um olhar sobre o livro didático que se lance do lugar de uma História do ensino e de uma Sociologia do ensino, ou seja, um olhar que busque uma perspectiva sócio= histórica do livro didático. É olhando desse lugar que talvez se possam entender as polêmicas em curso em nosso país: manter ou rejeitar o livro didático? Defendê-lo ou condena lo? O que é, afinal, um livro didático de “qualidade” (Soares,1996, p. 53-4).

No Brasil, até a década de 1920, a maior parte dos livros didáticos era de autores estrangeiros, editados e impressos no exterior, especialmente na França em Portugal. A escola também se configurava como um / ocus para poucos, especialmente para os filhos das pessoas mais abastadas.

A partir da década de 1930, esta situação começou a mudar, pois se tornaram mais comuns as publicações de livros didáticos de autores brasileiros.

Do período de 1930 e 1960 caracterizou–se aos manuais escolares, por obras que:

• Permaneciam longo período no mercado, sofrendo poucas alterações;

• Possuíam autores provenientes de lugares tidos como de alta cultura, com o Colégio Pedro II;

• Eram publicadas por poucas editoras que, muitas vezes, não o tinham como mercadoria principal;

• Não apresentavam um processo de didática e de adaptação de linguagem consoante as faixas etárias para as quais se destinavam.

No Brasil a partir de 1970 os livros didáticos passaram a ser textos que:

• Tiveram aumento na velocidade de elaboração e renovação, com consequentes mudança da atuação dos autores de livros didáticos que são cada vez mais solicitadas a exercerem atividades de divulgações de suas próprias coleções;

• Passaram a comportar diferentes propostas didático- pedagógicas de claro teor cognitivista na configuração das metodologias de ensino;

• Sofreram modernização gráfica e editoria, sendo produzidos pela indústria, com o concurso do trabalho de diversos profissionais especializados;

• Assinalam a mudança do perfil dos autores que passaram a ser professores provenientes das escolas destinadas as classes média com larga experiência no magistério e, menor escala, professores que tiveram carreira acadêmica nas faculdades e universidades do país.

No que se refere a história do livro didático no Brasil oficial e regulamentação, se iniciou com a Legislação criada em 1938, pelo Decreto Lei 1006. Naquela época, o livro era considerado um instrumento da educação política e ideológica, sendo o Estado caracterizado como censor no uso desse material didático. Os professores escolhiam os livros a partir de uma lista pré-determinada, tanto por base dessa deliberação legal. O artigo 208, inciso VII, da Constituição Federal do Brasil, assegura que o livro didático é um Direito Constitucional do estudante brasileiro.

Nos anos 90, começou uma simples discussão crítica sobre o Ensino Fundamental no Brasil. O mecanismo jurídico que regulamenta o livro didático é o Decreto n.9154/85, que instituiu o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Esse plano estabelece, em seu artigo 2º a avaliação rotineira dos livros. EM 1994, O MEC publicou o documento Definição de Critérios para Avaliação dos Livros Didáticos.

O Governo Federal, através do Programa Nacional do Livro Didático é os principais compradores das obras.

O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como objetivo principal o trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica. Após a avaliação das obras, o Ministério da Educação (MEC) pública guia de Livros Didáticos com resenhas das coleções consideradas aprovadas.

O Programa Nacional do Livro Didático PNLD prevê a durabilidade de três anos. E o livro será repassado ao aluno para uso, durante o ano letivo, a título de cessão temporário, sendo que o aluno, pai ou responsável se obriga a devolvê-lo ao final do ano de cada ano letivo.

Recentemente, a resolução n.603, de 21 de fevereiro de 2001, passou a ser um mecanismo organizador do PNLD. O Ministério da Educação e Cultura (MEC) criou várias comissões para as avaliações dos livros didáticos, na busca de melhor qualidade. Ao longo dos anos, tem sido lento, confrontando, por vezes editoriais, que nada tem a ver com as novas orientações pedagógicas. Pois, os critérios classificatórios: conceitos e informações básicas incorretas, incorreção e metodológicas, prejuízos a construção da cidadania e risco a integridade do aluno em geral. Isso interferiu na qualidade do livro didático e, consequentemente, no processo de ensino aprendizagem. Também a limitação da preparação dos professores para participar do processo de seleção, tarefa bastante exigente para, um coletivo que pouco tem recebido em termos de saberes, competências e habilidades.

unidirecional dos conteúdos, dogmatismo e a apresentação dos conhecimentos como prontos e sem possibilidades de questionamento. Chama atenção também que os livros didáticos não potencializarem a investigação num contraste educação escolar e a realidade extra- escolar, discutindo a formação de atitude crítica do aluno.

O livro didático, na perspectiva Bakhtiniana, pode ser visto como um enunciado que constitui um elo na cadeia de comunicação verbal, estabelecida por professores e alunos na sala de aula. Desse modo, na interação face a face, constitui um mecanismo relevante para os processos de leitura e compreensão de textos. Se o professor souber explorá-lo, uso de sua criatividade, inserindo, através de textos, a diversidade de gêneros textuais necessário aos alunos, certamente, lhe propiciará boas reflexões sobre sua realidade.

Os professores precisam analisar livros que contenha textos complementares, que amplie o entendimento dos conteúdos, para seu crescimento na sua aprendizagem.

E todos esses anos para os professores recebem apenas uma listagem pré-determinada pelo MEC para as escolas, com o nome e o código dos livros inscritos no Programa Nacional do Livro Didático. É evidente que nessa forma, a escolha é comprometida a qualidade de ensino, uma vez que o MEC, em acordo com as editoras, distribuiu, nas escolas, livros que se distanciavam das propostas curriculares e dos projetos pedagógicos.

As obras eram sempre desatualizadas quanto as teóricas e sua adequação a realidade do aluno, continham erros inaceitáveis e vinculavam valores incompatíveis com a construção da cidadania.

Nos últimos anos, o consumidor brasileiro tem conquistado mudanças significativas em relação a seus direitos. Assim, a compra e venda de produtos seguem as normativas do Código do Consumidor, aprovado pela Constituição de 1998, no qual está assegurado o direito de avaliar e exigir um produto de boa qualidade.

Na questão dos livros didáticos esses procedimentos da escolha e avaliação são de extrema importância, porque tendem a elevação da qualidade do ensino, sobretudo, o público, já que é o Governo Federal que distribui os livros didáticos para as escolas públicas. Desta forma com base nesse código, o MEC avalia os livros inscritos pelas editoras para o Programa Nacional do Livros Didáticos PNLD (2000/2001), que estão disponíveis no Código de Livros Didáticos como referência para o professor.

O objetivo do guia é ampliar o leque de alternativas, apresentando resenhas e comentários contendo informações teóricas e metodológicas dos livros didáticos recomendados. Nesse guia, o professor se depara com diferentes propostas pedagógicas as quais o auxiliam na escolha do livro, adequado – o ao seu modo de pensar a formação pedagógica do aluno, seus princípios enquanto educador, as propostas de sua escola, as necessidades de seus alunos, etc.

Deveria ser o professor fazer esse estudo sobre as escolhas dos melhores livros didáticos para a sua escola, mais ainda a escolha dos livros geralmente é a segunda opção que vem para as escolas e pela metade dos números de alunos.

TEORIA CONSTRUTIVISTA

É uma das Teorias importante na educação, que surgiu no século XX , a partir das experiências do biólogo, filosófico e epistemólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), o qual observando crianças desde o nascimento até a adolescências – como um recém – nascido passava do estado de não reconhecimento de sua individualidade frente ao mundo que o cerca indo até a idade de adolescentes , onde já tem - se o início de operações de raciocínio mais complexas percebeu que o conhecimento se constrói na interação do sujeito com o meio em ele vive. Segundo PIAGET (2007-p.1):

O conhecimento não pode ser concebido como algo pré-determinado nem nas estruturas internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nas características preexistentes do objetivo, uma vez que elas só são conhecidas graças a medição necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadra-las, enriquecem – nas.

O conhecimento é uma construção individual, mediada pelo social. Embora cada sujeito construa seus conhecimentos, e esta construção não é idiossincrática, ou seja, ela não tem um sentido diferente para cada indivíduo. Pelo contrário, ela é resultante de uma interação social, via linguagem e imersão em determinado contexto cultural, com o objetivo da inserção do sujeito em seu meio.

O Construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estímulo a dúvida e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.

Para Piaget na teoria construtivista, o conhecimento aparece como uma aquisição, e não como dado inicial. O caminho em direção a este conhecimento objetivo não é linear. Não nos aproximamos dele passa, juntando peças de conhecimento umas sobre as outras, mas sim através de grandes reestruturações globais, algumas das quais são “errôneas” (no que se refere ao ponto final), porém “construtivas” (na medida em que permitem aceder a ele). Esta noção de erros construtivos é essencial.

No século XX, no Brasil, surgem novas teorias nas áreas da psicologia educacional. Piaget e Vygotsky, pais da psicologia cognitiva contemporânea, propõem que conhecimento é construído em ambiente natural de interação social, estruturados culturalmente. Cada aluno constrói seu próprio aprendizado num processo de dentro para fora baseado, em experiências de fundo psicológico.

Dentro desta concepção temos que valorizar e contribuir com as experiências que os alunos têm do cotidiano para a sua formação de caráter. Os professores precisam ter essa preocupação de instigar e oferecer oportunidades para que os alunos queiram demonstrar as suas potencialidade e necessidades de conhecimentos.

Segundo Vasconcelos (1996), a divulgação das ideias de Piaget no Brasil tem início no final da década de vinte, no contexto do movimento da Escola Nova , sendo que a crença liberal escola novista de que a escola seria o instrumento adequado a criação de uma sociedade solidária e fraterna levou educadores progressistas do início do século a acreditarem na propostas de que a realização pedagógicas poderia mostrar melhores resultados do que os obtidos pela escolas tradicional, que não consolidara objetivos sociais e democráticos.

Acrítica aos métodos tradicionais e as novas propostas implicaram na revisão e na alteração dos pressupostos científicos de fundamentação das atividades pedagógicas.

Para Piaget os conhecimentos não se empilham, não se acumulam, mas passam de estados de equilíbrio a estados de desequilíbrio, no transcurso dos quais os conhecimentos anteriores são questionados. Uma nova fase de equilíbrio corresponde então a uma fase de organização dos conhecimentos, em que os novos saberes são integrados ao saber antigo, as vezes modificados.

Atualmente, os estudiosos do construtivismo defendem a ideia de que o construtivismo moderno estuda o comportamento e o processo de percepção e da comunicação através da percepção da realidade individual, social, científica e ideológica.

Dentro desta linha de pensamento, demonstra a importância do professor, em motivar e despertar as habilidades e criatividades de seus alunos, no dia-a-dia em sala de aula, desenvolvendo seu trabalho como mediador presente e compromissada com sua função.

IDEOLOGIAS/LIVROS DIDÁTICOS

A ideologia pode ser definida como uma forma de mascarar ou ocultar as contradições sociais e a dominação, invertendo a forma de processar o pensamento sobre algumas realidades.

Para Karl Marx, ideias são valores que os homens criam segundo as suas condições materiais de existência. E esses valores são criados com um fim bem específico, que não é o de explicar a realidade, mas manter o status da propriedade privada e dos donos meios de produção. Daí deriva a noção de ideologia.

Segunda essa forma de pensar, a realidade é constituída por uma luta de classes, causada pela divisão social do trabalho. As classes em conflito são as dos proprietários dos meios de produção e dos proletários, desprovido de propriedade. Assim, para amenizar o conflito e manter o controle sobre a classe dominada, a classe dominante cria instâncias psicológicas, valores e ideias que procuram manter o seu objetivo. O capital, oriundo da propriedade privada, necessita de mão de obra para continuar existindo, logo, os discursos são moldados segundo a visão daqueles que percebem a necessidade de perpetuar o esquema de dominação.

É fundamental perceber entre discurso e realidade presente nos livros didáticos. Na maioria das vezes passamos a confiar cegamente nos livros que adotamos e esquecemos que os livros didáticos possuem falhas e acabamos por faze-lo como manual sem questionar suas verdades.

Os livros didáticos possuem valores e ideologias, com forte influência de quem escreve, de suas ideias, sua cultura e principalmente a ideologias do governo.

Vivemos em uma sociedade dividida entre a burguesia e o proletariado, mais quem manda e o que permanece são as ideias dominantes que é a burguesia que impõe suas ideologias posta na sociedade, para garantir que a burguesia continue a dominar principalmente a educação.

Nos livros didáticos apresenta personagens de quem trabalham são negros, imigrantes e o homem adulto. Mulheres, velhos, crianças e o índio aparecem de maneira disfarçada e generalizada. A mulher aparece como uma profissão feminina como: secretária, bordadeira, professora, ser mãe e dona de casa. Até na família demostra que há uma hierarquia, pois, a dona de casa depende do marido e quando trabalha o salário e a profissão inferior.

Esse conceito de família dos tempos antigos não existe mais, hoje a formação de família já é outra, a mulher hoje é a chefe de família; na questão de família hoje é uma questão complexa.

No livro didático ignora a criança que não estuda, e que eles sempre têm comida. Na família as meninas sempre ajudam sua mãe nas tarefas de casa. Dentro deste ponto de vista quem não trabalha é o índio e os idosos. O índio aparece no descobrimento do Brasil e quando tentam o escravizar não há sucesso, pois não sabe trabalhar, ele é livre com isso o índio saí da História. E nem se quer saber sobre a verdadeira história do índio. Pois está enraizada o pré-conceito que não dá espaço par conhece-lo.

Dentro desta concepção percebe-se um julgamento precipitado referente aos povos indígenas, pois eles têm uma forma própria de viver, de se relacionar com a natureza e também de marcar o tempo dentro da sua realidade. Temos que vê - lo como cidadão que tem suas obrigações e cultura diferente da nossa e que também foram explorados e ainda estão sendo desrespeitados como cidadão em amplo sentido.

Os idosos sempre fazem tricô ou lê jornal, sabe das coisas, já trabalhou muito, mas hoje é um peso pois não trabalha e depende dos outros, não podendo contribui para a sociedade capitalista. Os homens são sempre importantes desde que façam a sua função corretamente, camuflando a ideia da exploração do trabalho, o trabalhador é sempre um herói. Esquecem que eles já trabalharam e já contribuíram com suas obrigações na sociedade. E agora eles merecem receber seus direitos com dignidade.

Há uma contradição entre a realidade, reproduzindo uma ideologia ilusória da classe dominante e seus interesses. A realidade das crianças proletária, foi percebido que a sua ideologia não coincidia com a sua vivencia.

Também há ideologias preconceituosas nos livros didáticos, causadores muitas vezes de exclusão.

Diversos autores utilizam o termo sob uma concepção crítica, considerando que ideologia pode ser um instrumento de dominação que age por meio de convencimento; persuasão, e não de força física, alienando a consciência humana, ou seja, conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de um indivíduo ou de determinado grupo orientado para suas ações sociais e políticas.

Em diversos momentos, a adesão dos brancos a tais ideias dificultou a aceitação da diversidade étnica e cultural, ratificando a ideia de que o outro não branco é ameaçado, estranho, estrangeiros, diferente.

Enquanto se desenrolava a corrida imperialista, pensadores europeus formulavam uma teoria chamada de darwinismo social. Segundo essa teoria, as raças humanas, assim como as espécies, também passam por uma longa evolução, durante a qual ocorre uma seleção natural e só as mais aptas sobrevivem. Na luta pela vida só as “ raças superiores “ triunfam, o que torna as guerras inevitáveis. Os racistas daquela época acreditavam em duas ideias equivocadas: a primeira é de que existem raças humanas e a segunda é de que “raça branca” é superior a “raça negra”, a “raça amarela” e aos mestiços. Assim, as teorias racistas do século XIX, que, na época, foram consideradas científicas, justificavam a dominação imperialista na Ásia, África, América e Oceania.

Com base nessas e em outras teorias racistas, os europeus brancos assumiram a tarefa de levar a civilização, isto é, o progresso e os “bons costumes” aqueles povos que consideravam incivilizados e racialmente inferiores a eles.

Passaram, assim, a defender que os povos “adiantados” tinham uma missão civilizadora para com os povos “atrasados”. Com todos esses fatos comprovados, hoje pelos pesquisadores prova como esses países se enriqueceram e o que eles fizeram para enganar os povos em busca da ambição para conquistar o seu poder e posição na sociedade.

Outro fato que confirmam isso foram os horrores provocados durante a segunda guerra mundial (1939-1945) – com campo de concentração e a eliminação de judeus, ciganos e doentes. Na Europa, sobretudo nos anos de 1980, com o aumento da imigração vinda das ex-colônias, reemergiram nacionalismos de caráter conservador, fundada no racismo na intolerância e na xenofobia.

No Brasil, o período de escravidão também era embasado nesta “ teoria”. Diversas fontes supostamente “científicas” defendiam que os negros eram “naturalmente” mais fortes do que os brancos e, portanto, “forjados” para o trabalho braçal. As mesmas teorias defendiam que eles não seriam humanos, mas uma sub-raça, e por este motivo não teriam direitos como os brancos. Embora a abolição da escravidão no Brasil tenha acontecido em 1888, políticas racistas continuaram a ser colocadas em prática pelo Estado. Um exemplo de política racista brasileira foram os acordos de imigração, feitos com países europeus para trazer imigrantes e “branquear” a população do país.

Os livros didáticos necessitam urgentemente de mudanças em sua essência de formação, principalmente no que diz respeito das suas ideologias trazido nos conteúdos, nas imagens preconceituosas estampadas nos exemplares das edições. Perante Deus o criador somente ele tem o direito classificar e decidir em tudo; no que diz respeito vida humana, ou seja seres humanos. E para ele somos todos iguais, e na constituição também reforça esse direito que os seres humanos são todos iguais.

Dentro das concepções do PCNs (1997) é essencial o desenvolvimento de posturas e valores pertinentes as relações entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o ser humano e o conhecimento, contribuindo para uma educação que formará indivíduos sensíveis e solidários, cidadãos conscientes dos processos e regularidades de mundo e da vida, capazes assim de realizar ações práticas, de fazer julgamentos e de tomar decisões.

Deveria ser óbvio que, havendo a disposição escolas de igual nível, a criança pobre raramente tem a possibilidade de ultrapassar a rica. Podem frequentar escolas de igual qualidade e começar na mesma idade, mas as crianças pobres faltam, em grande parte, as ocasiões didáticas que estão normalmente disponíveis a criança da média burguesia. Estas vantagens vão das conversas aos livros que tem em casa e em viagens durante as férias, a uma consciência de si mesma que a criança usufrui na escola ou fora dela. Por isso, quando as possibilidades de progredir ou de aprender dependem da escola, o estudante mais pobre permanecerá geralmente atrás. O pobre tem necessidade de aprender e não de obter um certificado atestando a assistência recebida por sua presumida insuficiência.LLICH, Ivan. Descolarizzare la Societa. Milano: Mondadori,1972 p.29. (Texto traduzido)

A ideologia na essência são formas ocultas de estabelecer padrões ou maneira para alcançar algo ou impor dependendo a forma de regime de governo adotada na sociedade.

A EDUCAÇÃO E SUA HISTÓRIA

A educação sempre existiu em sociedades humanas, pois nada mais é do que a transmissão de conhecimento e cultura acumulados por um grupo ou sociedade. Ao longo do tempo, nossa sociedade constituiu sistemas educacionais diversos, que em certo momento extrapolaram a esfera doméstica e se expandiu para instituições, em especial a escola. No Ocidente, o modelo mais próximo do que é hoje conhecemos por escola servia inicialmente apenas as classes dominantes ou a grupos específicos, como os indivíduos livres, do sexo masculino, que não executassem trabalhos braçais na Grécia antiga (notadamente Atenas) e o clero católico na Idade Média.

Somente após a Revolução Industrial, com o desenvolvimento do capitalismo, o fim do absolutismo e a ideia do Estado laico, a escolarização estendeu-se as massas. Isso se deu tendo em vista, por um lado, a necessidade de formar mão de obra para algumas funções da produção nas indústrias, e por outro, os ideais de cidadania inspirados no iluminismo.

No século, as transformações culturais, políticas e a maior aproximação entre nações contribuíram para ampliar ainda mais a escolarização, seja pela alfabetização, seja pela expansão do ensino médio e superior para formar mão de obra qualificada, especialista e técnica. Nesse sentido, uma das principais questões para a Sociologia é indagar se, diante da complexidade da sociedade atual, a escola tem ou não conseguido promover inclusão social e justiça.

A resposta a essa pergunta foi solicitada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ao filósofo Edgar Morin na virada para o século XXI. Morin identificou problemas nos sistemas educacionais que denotam um descompasso da educação atual em relação as rápidas mudanças dos últimos 30 anos e ao papel social que deveria cumprir.

Ainda que ensinar conhecimentos e práticas seja tarefa da escola. Para Morin conhecimento não é uma simples fotografia do que vemos, ouvimos e experimentamos, mas uma percepção da realidade que passa por uma transformação dentro de nós. Por isso, o conhecimento é sempre uma tradução e reconstrução, um imprinting cultural (expressão originada do inglês que significa algo que foi cunhado, uma marca cultural), no sentido de injunções da família, da escola, do ambiente em que vivemos, recebidas e processadas por nós.

O grande desafio da instituição escolar como espaço fundamental da educação é o de propiciar condições para que os educandos compreendam e discutam a complexidade da nossa sociedade e suas múltiplas realidades, que são, muitas vezes, conflituosas. Alguns cientistas sociais, pedagogos e outros profissionais atentos as mudanças sociais em curso chamam o momento que vivemos de sociedade do conhecimento e consideram que um dos maiores desafios da educação no século XXI é fazer com que crianças e jovens “aprendam a aprender”, saibam buscar o conhecimento.

Na Pedagogia do oprimido de Paulo Freire para aprofundar o entendimento do assunto abordado:

Segundo (FREIRE, 1987) atônica da educação é sempre está - narrar, sempre, narrar. Falar da realidade como algo parado, estático, compartimento e bem-comportado, quando não falar ou dissertar sobre algo completamente alheio a

Embora os valores educacionais sejam diferentes em cada sociedade, como depreendemos do pensamento de Durkheim, é possível identificar algumas características em comum:

Dentro deste ponto de vista:

Nas cidades antigas, a educação conduzia o indivíduo a subordinasse cegamente a coletividade. Hoje, esforça-se em fazer dele personalidade autônoma. Em Atenas, procurava-se formar espíritos delicados, prudentes, embebidos da graça e harmonia, capazes de apreciar o belo e os prazeres da pura especulação. Em Roma, a educação tornava as crianças homens de ação apaixonados pela glória militar, indiferentes as letras e as artes. Na Idade Média, ela era cristã, antes de tudo, enquanto na Renascença toma caráter mais leigo, mas literário. Nos dias de hoje [final do século XX], a ciência tende a ocupar o lugar da arte no processo de educação. DURKHEIM, Émile. A educação como processo socializador. Apud PEREIRA, Luiz; FORACCH, Marialice Org.). Educação e Sociedade.6.ed.São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973, p.36.

A educação na vida humana é essencial, pois, ela é o caminho que guia o homem ao mundo, e ao entendimento das leis criadas pelos homens na terra, levando a reflexão das existências das coisas e do seu próprio eu.

O PROFESSOR E O SEU PAPEL

A educação oficial no Brasil começa em 15 de outubro de 1827, com um decreto de D. Pedro I, que determinou que “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Por causa desse decreto, é comemorado o Dia do Professor 15 de Outubro. A data oficializou somente em 1963.

O acesso à educação, porém, ainda era restrita. Apenas famílias ricas tinham condições de contratar professores para educar seus filhos. Esses profissionais atuavam em escolas privadas ou vendiam conhecimento de forma independente. Somente nos anos 30, com o surgimento dos grupos escolares, que o ensino público gratuito passou a se organizar e atender mais alunos. Nesta época, o poder público passou a responsabilizar, efetivamente pela educação das crianças. Assim, houve a expansão e interiorização dos grupos escolares e as primeiras escolas de formação superior de professores em licenciaturas.

Paulo Freire – Paulo Reglus Neves Freire, educador pernambucano, viveu em 1921 e 1997. Ficou conhecido pelo empenho em ensinar os mais pobres, por isso, tornou-se uma inspiração para gerações de professores.

Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, a partir de suas primeiras experiências em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e escrever em 45 dias.

O exercício profissional do professor e compromisso com a sociedade é de suma importância. Sua responsabilidade é preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e participantes na família, no trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política. É uma atividade fundamental social, porque contribui para a formação cultural e cientifica do povo, tarefa indispensável para outras conquistas democráticas.

O objetivo prioritário na formação do docente são as competências específicas concebidas como habilidades de intervenções.

O ponto importante da atividade profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na sociedade, papel que cumpre provendo as condições e os meios (conhecimentos, métodos, organização do ensino) que assegurem o encontro do aluno com as matérias de estudo. Para isso, é preciso dedicação por parte do professor, para que possa desenvolver suas aulas e avaliar o processo de ensino.

O ponto de grande ênfase da responsabilidade profissional do professor é permanente e empenhar na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as atividades de estudo de modo que estes dominem os conhecimentos básicos e as habilidades, e desenvolvam suas forças, capacidades físicas e intelectuais, tendo em vista equipa-los para enfrentar os desafios da vida prática no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da sociedade.

O compromisso social, expresso primordialmente profissional, é exercido no âmbito da vida social e política. O compromisso ético- político é uma tomada de posição frente aos interesses sociais em jogo na sociedade. Quando o professor se posiciona, consciente e explicitamente, do lado dos interesses da população majoritária da sociedade, ele insere sua atividade profissional- ou seja, sua competência técnica- na luta ativa por esses interesses: a luta por melhores condições de vida e de trabalho e ação conjunta pela transformação das condições gerais (econômica, política, culturais) da sociedade.

O papel e a atuação do professor já não são a mesma do passado. Antes ele detinha todo conhecimento e ensina aquilo que ele sabia e não aceitava questionamento e nem interrompido.

A real função do professor deveria ser a de ensinar, transmitir conhecimentos, prepara o aluno para vida propiciando-lhe formas que o façam pensar, fazer considerações e, de forma inteligente, escolher o melhor caminho a ser seguido. Porém, o ensinar que deveria ser fica relegado. Pois, o professor tem que fazer papéis diversos com: babá, psicólogo, terapeuta, amigo, e até de ser pais.

Mesmo com essas funções como professora citadas a cima, temos que fazer as nossas obrigações que é de ensinar.

Hoje, felizmente, podemos e devemos ensinar os alunos a pensar, a questionar as verdades, e a aprender a ler a realidade que vivemos e construir suas próprias opiniões.

Segundo a teoria de Vygotsky (1991, p.111), os alunos trazem para as salas de aula noções já estruturadas, com toda uma lógica própria e coerente e um desenvolvimento de explicações causais que são fruto de seus intentos para dar sentido as atividades cotidianas, se diferentes da estrutura conceitual e lógica usada na definição científica desses conceitos, essas noções abalam a didática tradicional. Essa forma de ensinar tinha como pressuposto que o aluno era uma tábua rasa, ou seja, que não sabia de nada sobre o que a escola pretendia ensinar.

“Na verdade, o aluno é sujeito de sua própria aprendizagem, o que equivale a dizer que ele atua de modo inteligente em busca de compreensão do mundo que o rodeia” (ROSA, 2003, p.40-41). Hoje, a abordagem construtivista tem razão (cognição) e a linguagem como principais pilares para a construção do conhecimento.

O professor deve despertar o potencial dos alunos; elogiar os esforços; respeitar seus alunos; ajudar a descobrir seus dons através das suas observações diárias em sala; corrigir os erros e elevar sua auto-estima ao mesmo tempo; motivar os alunos a pensar por si mesmos.

Em sentido geral, qualquer atividade humana praticada no ambiente em que vivemos pode levar a uma aprendizagem. Desde que nascemos estamos aprendendo, e continuamos aprendendo a vida toda.

Segundo (Ferriere 1934, p.191- 192):

Observar a criança, despertar nela as suas curiosidades esperar que o interesse a leve a formular perguntas, ajuda -la a achar-lhes a respostas; gastar poucas palavras e apresentar muitos factos, fazer observar ao vivo, analisar, experimentar, fabricar, colecionar: deixar a criança a liberdade da palavra e da ação na medida compatível não com uma certa ordem aparente, mas com o trabalho real; esperar que a necessidade dum estudo neste ou naquele domínio se manifeste nitidamente no aluno; nada forçar para não provocar os seus “reflexos de defesa” que inibem cedo toda a ação progressiva espontânea; ser menos um professor e examinador que um “porteiro de espíritos”, menos um polícia que um bom juiz a que se recorre espontaneamente; ter uma alma rica de atividade própria, profunda, original, capaz de observar a serenidade e de exprimir com sinceridade -eis o papel do educador moderno.

Dentro desta concepção propõe para a formação do professor com as técnicas de procedimentos e habilidades que assegurem eficácia dentro de um modelo “processo- produtor de ensino aprendizagem dentro de uma didática ativa e compromissada com o ensino”.

O PLANEJAMENTO

O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. A escola, os professores e os alunos são integrantes da dinâmica das relações sociais; tudo o que acontece no meio escolar está atravessado por influências, econômicas, políticas e culturais que caracterizam a sociedade de classes. Isso significa que os elementos do planejamento escolar- objetivos, conteúdos, métodos- estão cheios de implicações sociais, tem um significado genuinamente político. Por essa razão, o planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações; se não pensarmos sobre o rumo que devemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos interesses dominantes na sociedade.

O planejamento não assegura, por si só, o andamento do processo de ensino. Mesmo porque a sua elaboração está em função da direção, organização e coordenação do ensino. É preciso, pois, que os planos estejam continuamente ligados a prática, de modo que sejam sempre revistos e refeitos. A ação docente vai ganhando eficácia na medida em que o professor vai acumulando e enriquecendo experiências ao lidar com as situações concretas de ensino. Isso significa que, para planejar, o professor se serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática.

Em qualquer atividade de nossa vida exige, de uma forma ou de outra, um planejamento. Até um simples passeio exige um planejamento;

Pelas mesmas razões o professor precisa planejar sua atividade pedagógica, procurando responder as perguntas: por que, em que condições e com que recursos. Nas respostas ao por que? Focamos a situação complexa a ser compreendida e os objetivos a serem alcançados. Nas condições, procuramos prever estratégias que pretendemos seguir para alcançar os objetivos. Nos recursos, planejamos o que precisamos de elementos de apoio para realizar com sucesso, o que foi planejado.

Esta relação entre previsibilidade e surpresa pode levar o educador a certa descrença na importância do planejamento: “se não tenho certeza do que irá ocorrer”, pensa sem o planejamento, “vou confiar na minha capacidade de improvisação e vou para a aula confiante em minha experiência profissional”.

A experiência do professor é um ingrediente importante para um bom planejador. A capacidade de flexibilização também. Mas há uma ideia – chave que deve estar na base do bom planejamento: cada situação complexa é singular/ única; a cada ano os alunos são outros, o contexto social é diferente, as tecnologias de apoio são mais aperfeiçoadas e o próprio professore. E, de um ano para outro, não é o mesmo.

Quem planeja é o professor, para oportunizar condições que favoreçam a melhor aprendizagem do aluno. Segundo Freire (2003, p .25):

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses quefazeres se encontra um no corpo do outro. Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.

Ao planejar, o professor precisa considerar alguns componentes fundamentais:

O professor precisa conhecer-se do ponto de vista de sua própria personalidade: é introvertido? Extrovertido? Auditivo? Visual? Esse conhecimento é importante para a escolha de estratégias pedagógicas, cujo sucesso ou fracasso poderá depender de suas características profissionais.

O professor precisa conhecer a epistemologia e a metodologia mais adequadas as características de sua disciplina. Há estratégias que são mais adequadas as aulas de ciências da natureza e que podem não ser eficazes para as aulas das ciências do humano.

O professor precisa conhecer o contexto social de seus alunos. Este conhecimento o levará a identificar as situações complexas relevantes para o grupo singular de seus alunos e escolher estratégias contextualizadas que favoreçam a aprendizagem significativa.

O professor que se conhece, e conhece seus alunos precisa planejar estratégias pedagógicas que favoreçam a aprendizagem significativa de conteúdos relevantes.

No modelo tradicional de ensino, com base no positivismo e no comportamentalismo, o planejamento procura descrever / prever todas as condições da aprendizagem, e o ensino é a realização dessas condições; ainda nesse modelo todos os alunos são tratados como sendo iguais, devendo aprender os mesmos conteúdos, nos mesmos instrumentos.

No novo modelo o aluno, que é quem aprende, pode interferir e direcionar o ensino por caminhos diversos, uma vez que não é passivo e nem uma tabua rasa. O professor definirá como vai se relacionar com os alunos respeitando suas singularidades, e propor atividades e pensar como avaliar a aprendizagem dos alunos.

O professor precisa, sim, prever e organizar as situações de aprendizagem, mas nem o professor e nem o aluno devem ficar escravos do plano elaborado. Aluno e professor, num processo colaborativo, estabelecem a dinâmica que guie a organização e a reorganização das condições de ensino e de aprendizagem.

Para que o professor possa atingir efetivamente os objetivos, é necessário que realize um conjunto de operações didáticas coordenadas entre si. São o planejamento, a direção do ensino e da aprendizagem e a avaliação, cada uma delas desdobrada em tarefas ou funções didáticas, mas que caminhe para a realização do ensino propriamente dito, ou seja, a direção do ensino e da aprendizagem.

O planejamento é de extrema necessidade em qualquer circunstância da vida, até porque você precisa pensar em todos os seus atos. E principalmente se for professora, para você ter um bom desempenho em seu trabalho é preciso planejar.

A EDUCAÇÃO / ATUALIDADE

Em nossa sociedade cheia de ambivalência e contradições, envolvente e excludente ao mesmo tempo, o conhecimento científico tem mudado rapidamente, fazendo avançar a tecnologia. Também se alteram a organização social e econômica diante de novos interesses e valores. A ambivalência seria uma característica do mundo contemporâneo, segundo Zygmunt Bauman, para quem vivemos na “modernidade liquida”, a qual traz o oposto da segurança, da confiança, da estabilidade que ele vê em época anteriores.

A tecnologia é um conhecimento específico que se articula, na sociedade capitalista, com os processos educacionais. Na sociedade moderna, o aperfeiçoamento tecnológico não se limita as máquinas e equipamentos relacionando-se também com o conjunto das ideias sobre a sociedade e o conhecimento.

A produção que se automatiza torna-se autor regulável e, em tese, libera o homem para a esfera do não trabalho. As máquinas, antes apenas extensão dos braços, agora o são do cérebro, realizando operações complexas, múltiplas, amplas e por tempo prolongado. No entanto, aquele que domina e controla esse processo contínuo sendo o ser humano.

Neste mundo novo, a sobrevivência econômica está ligada, como jamais esteve, a competência da mão de obra e até dos consumidores- portanto, de populações inteiras. A educação fundamental- quer dizer, o ensino universalizado e eficaz do idioma, da matemática, das ciências- virou condição prevalente do desenvolvimento econômico. RIBEIRO, Sérgio. Construir o saber. In: Veja 25 anos- reflexões para o futuro. São Paulo: Abri, 1993, p.208.

Consideradas as novas configurações da competição econômica no capitalismo atual, o domínio da tecnologia define tanto a posição dos países no mercado internacional como a dos indivíduos no interior das sociedades. Dessa forma, cresce a pressão sobre a escola no sentido de redefinir seus conteúdos para integrar os alunos com as novidades tecnológicas.

O sociólogo Jurgen Habermas vê nesse momento da sociedade moderna a instrumentalização da técnica e da ciência. Por meio das ideologias, de modo sutil, o progresso técnico-científico é posto a serviço do sistema- ou seja, do dinheiro e do poder- e acima das demais questões:

A forma privada da valorização do capital e a existência de uma chave de distribuição das compensações sociais [...] permanecem, como tais, fora de discussão. O que aparece então como variável independente é um progresso quase autônomo da ciência e da técnica, do qual depende, de fato, a mais importante variável singular do sistema, a saber, o crescimento econômico. Resulta daí uma perspectiva na qual o desenvolvimento do sistema social parece ser determinado pela lógica do progresso técnico-científico. HABERMAS, Jurgen.Técnica e Ciência enquanto “ideologia”. In: Textos escolhidos (Benjamim, Horkheimer, Adomo, Habermas). São Paulo: abril Cultura, 1975, pp.303-333, p.321.

Por esse ponto de vista, uma educação que apenas atualizasse as competências e os conhecimentos técnicos, sem problematiza-los com uma visão crítica, não faria mais do que perpetuar um modelo controlador de sociedade. Em vez disso, Habermas propõe que a educação não seja apenas uma forma de dar ao ser humano acesso ao conhecimento, mas sim de formar o indivíduo no sentido da emancipação e da transformação social.

Hoje com todos esses avanços tecnológicos a internet se constitui uma ferramenta a humanidade para obter informações rápidas sobre os mais diversos assuntos. Desnecessário dizer que a internet facilita o acesso aos periódicos científicos, as bibliotecas virtuais, além de oferecer informações sobre os mais diversos assuntos. O acesso à internet contribui para uma melhor aprendizagem dos alunos, sendo um veículo de consumo de bens culturais e de tecnologia. Antes era apenas utilizada para questão militar no século XX com as guerras. Felizmente hoje ela está beneficiando toda a sociedade do planeta.

Hoje a internet é o instrumento por excelência para a comunicação em tempo virtual, através da qual podemos nos conectar e falar diretamente com as pessoas tanto pela escrita digital como por imagens, visitar um museu, uma biblioteca, etc.

Não podemos de dizer que tem também os pontos negativos da internet.

Industriais para a nova cidadania virtual, de forma que, futuramente, algum pensador não tenha que censurar nossas escolas, capazes no passado de preparar o homem da sociedade do trabalho, mas incapazes, na atualidade, de educa-lo para a sociedade do tempo livre.

As escolas da sociedade pós-industrial e virtual são chamadas a atender, ao O mercado pós-industrial e mesmo tempo, as exigências de preparação profissional, muito diversificada e ágil. A virtual a formação básica e a profissional como um conjunto cada vez mais interligado.

Se do trabalhador tradicional esperava-se somente competência técnica e habilidade mecânica, pois o dirigente se incumbia do relacionamento com o ambiente onde atuava hoje se exige que a escola integre a competência técnica e a humana. Muito rápido as informações são necessárias, mas é necessário também possuir a capacidade subjetiva de utilizá-las criativamente:

A escola não deve só ensinar como funcionam as máquinas do navio, mas também como gestir seu leme, enquanto sistema integrado de decisões. Isso fica claro, por exemplo, na navegação pela internet que permite se relacionar com o mundo inteiro, mas é útil somente a quem sabe onde quer chegar (Scanagatta, 1996, p.4).

A estratégia da educação inclusiva não pode se limitar a colocar todos os alunos do ensino básico, médio e superior, nas salas de aula, nem pode limitar-se a fazê-los assistir lição do professor, menos ainda pode limitar-se a promove-los automaticamente, precisa incluí-los num sistema de ensino de elevada qualidade:” O que conta não é o número de anos que passaram na escola, mas os conhecimentos e condutas apropriadas para uma sociedade e um mercado cada vez mais exigentes” (Pastores, 23/10/2001).

Excluir o diferente, é negado pela realidade pós-industrial e virtual que não admite, por exemplo, que a globalização exclua a regionalização ou os localismos. Competição internacional e competição local são expressões de uma mesma realidade. Assim, a escola não pode aceitar o simplismo de que agora tudo é global. O cidadão deve ser educado tanto para os valores da cultura universal quanto para os da cultura local.

Assim, afirma-se que o currículo escolar deve “sair” a campo, solicitando cada vez mais de seus alunos experiências de trabalho e reduzindo os momentos de imersão na reflexão e no mundo da teoria. Na verdade, a escola da sociedade pós-industrial e virtual ao se submeter a lógica alternativa e exclusiva se esvaziar de sua complexidade. Quanto mais o aluno precisa sair a campo e mergulhar no mercado, tanto mais precisa de formação e de teoria profunda.

A sociedade atual repropõe para a escola o clássico paradigma da totalidade. Educar a filosofia e a técnica, a criatividade e a disciplina, a mediação e a atividade prática tec., é compreender a didática da inclusão, para a qual a cada afirmação não corresponde uma negação, e sim a negação da negação.

O homem hoje é submetido a uma acelerada tempestade de informações e imagens.

O ENSINO MÉDIO

1 - Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que no final o educando demonstre:

I. Domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna.

II. Conhecimento das formas contemporâneas de linguagem.

III. Domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania.

A educação é um processo complexo. Segundo Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa sozinho, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (pedagogia do oprimido).

Surge, assim, a importância do livro didático como instrumento de reflexão dessa situação particular, atendendo a dupla exigência: de um lado, os procedimentos, as informações e os conceitos propostos nos manuais de outro lado, os procedimentos, as informações e conceitos que devem ser apropriados a situação didático – pedagógico a que se destinam.

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) é um documento completo que contempla as especificidades de cada disciplina do currículo médio, objetivando assegurar a articulação entre as diferentes áreas de conhecimento. Acredita-se ser importante registrar que os atuais documentos oficiais emanados do MEC nos remetem de volta a LDB, na qual se deve destacar dois aspectos essenciais na educação brasileira:

O primeiro diz respeito as finalidades atribuída ao Ensino Médio: o aprimoramento do educando com ser humano, sua formação ética, desenvolvimento de sua autonomia intelectual e de seu pensamento crítico, sua preparação para o mundo do trabalho e o desenvolvimento de competências para continuar seu aprendizado (artigo 35).

O segundo propõe a organização curricular com os seguintes componentes:

• Base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada que atenda a especificidades regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e do próprio aluno (Artigo 26).

• Planejamento e desenvolvimento orgânico do currículo.

• Integração e articulação dos conhecimentos em processo permanente de interdisciplinaridade e contextualização.

• Proposta pedagógica elaborada e executada pelo estabelecimento de ensino, respeitando as normas de seu sistema de ensino.

Participação dos docentes na elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino.

Assim, as Orientações Curriculares do Ensino Médio vêm dar respostas a essas diretrizes da LDB.

A LDB n. 9394/96 (Lei Diretrizes e Bases da Educação) e também conhecida popularmente como (Lei Darcy Ribeiro). Com seu artigo 4° inciso VII faz menção aos programas de apoio ao material pedagógico: O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante garantia de atendimento do educando no Ensino fundamental, por meio de programas suplementares de material didático.

A LDB é composta por 92 artigos que versam sobre os mais diversos temas da educação brasileira, desde do ensino infantil até o ensino superior. E a LDB vem reforçar o cumprimento do direito dos alunos e garantir o que está contida em Lei.

Principais características da LDB:

Estabelecer que todo cidadão brasileiro tem direito ao acesso gratuito ao Ensino no Fundamental (9 anos de estudo).

Aponta para que este direito seja, gradativamente, levado também ao Ensino Médio.

Determina a função do Governo Federal, Estados e Municípios no tocantes a gestão da área de educação.

Estabelece as obrigações das instituições de ensino (escolas, faculdades, universidades, etc).

Determina a carga horária mínima a cada nível de ensino, apresenta diretrizes curriculares básicas.

Aponta funções e obrigações dos professores da educação (professores/diretores, etc.)

Com base no artigo 4°, não é difícil compreender a responsabilidade do Estado para com os alunos das escolas públicas do Brasil, levando em considerando que o livro didático constitui material necessário para o processo ensino –aprendizagem. Porém, o livro didático não deve ser considerado como única fonte de conhecimento disponível para o educando, mesmo sendo utilizado didática corretamente em sala de aula, pois o professor deve ter consciência da necessidade de um trabalho diversificado e, para tanto, é preciso buscar, em outras fontes, informações ou conteúdo que, venham a complementar e enriquecer o livro didático.

Como é objetivo da educação escolar preparar o educando para o exercício da cidadania e qualifica-lo para o trabalho, o processo for motivo deve realizar uma nova mediação, agora entre a esfera privada das exigências familiares ou pessoais e a vida pública na qual o aluno está ingressando. Seja qual disciplina abordada, o livro didático deve servir para a construção da ética necessária ao convívio social democrático.

A LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação) está dividida em dois grandes níveis:

A educação básica e a educação superior. A básica é composta de três etapas:

Educação Infantil – atende crianças até 5 anos, em creches (0 a 3 anos) e a pré-escola (4 a 5 anos).

Seu objetivo é promover o desenvolvimento integral “em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (art. 29 da LDB).

A educação infantil é duplamente protegida pela Constituição Federal de 1988.

Ensino Fundamental – com duração mínima 9 anos, também conhecida como “educação primária”, é a etapa que objetiva o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo os meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo, a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que fundamentam a sociedade, o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem.

Ensino Médio – é a etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos. A constituição prevê que deve ser progressivamente universalizado, de modo atender a todas as pessoas que terminam o ensino fundamental, inclusive os jovens e adultos.

A consolidação e a aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,

A preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade as novas condições de ocupações.

A proposta pedagógica apresentada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino médio define que se deva tomar o mundo do trabalho e o exercício da cidadania como relevantes do currículo. Segundo (SAVIANI, 1989, p.1-2),

O trabalho pode ser considerado como princípio educativo em três sentidos diversos, mas articulados entre si: Num primeiro sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em que determina, pelo grau de desenvolvimento social atingido historicamente, o modo de ser da educação em seu conjunto. Nesse sentido, aos modos de produção [...] correspondem modos distintos de educar com uma correspondente forma dominante de educação. [...] num segundo sentido, o trabalho é princípio educativo na medida em que coloca exigências específicas que o processo educativo deve preencher em vista da participação direta dos membros da sociedade no trabalho socialmente produtivo. [...]. Finalmente o trabalho é princípio educativo num terceiro sentido, a medida que determina a educação como uma modalidade específica e diferenciada de trabalho: o trabalho pedagógico.

O aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo uma pessoa ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

A compreensão dos fundamentos científicos tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

A importância de conhecer a LDB – é para garantir o direito a toda população de ter acesso à educação gratuita e de qualidade, para valorizar os profissionais da educação e estabelecer o dever da União, Estado e dos Municípios com a educação.

Cidadão- todo indivíduo da espécie humana tem uma história que o torna sujeito e único. Alguns sujeitos têm consciência das características de sua personalidade e procuram desenvolver “mascara” por meio da qual se apresentam ao seu grupo social. Poucos, no entanto, chegam a ser verdadeiros cidadãos. A cidadania vai além de uma máscara com a qual o “eu” se apresenta ao seu grupo social para impor suas características. Ela implica o compromisso consciente de inserção no contexto social, a sua compreensão e o engajamento com agente transformador da sociedade, em busca da convivência harmônica e respeitosa dos membros da comunidade.

A finalidade da LDB é ajustar os princípios enunciados no contexto constitucional para a sua aplicação a situações reais que envolvem várias questões, entre elas :o funcionamento das redes escolares, a formação de especialistas e docentes, as condições de matrículas, aproveitamento da aprendizagem e promoção dos alunos, os recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos para o desenvolvimento do ensino, a participação do poder público e da iniciativa particular no esforço educacional, a superior administração dos sistemas de ensino, as peculiaridades que caracterizam a ação didática nas diversas regiões do país.

Considerando a multiplicidade de realidades do país, a LDB é uma lei indicativa e não resolutiva das questões do dia- a- dia. Portanto, trata das questões da educação de forma generalizada e sintética, sendo o detalhamento do funcionamento do sistema objeto de decretos, pareceres, resoluções e portarias.

Entre tais modificações está aquela que sugerisse que o processo de escolha do livro didático, mesmo dos avaliados, deveria estar pautado nos principais discursos oficiais referentes a Educação, isto é, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS), bem como em uma articulação interna em cada unidade escolar para a seleção do livro didático e a execução da proposta político- pedagógica, tendo –se por foco o sucesso da aprendizagem dos alunos.

Segundo Batista (2003) expressa sua opinião:

Para que sua utilização se concretize nas escolas, reforçando, o vínculo dos conteúdos com as práticas sociais e atendendo as novas demandas das escolas, é necessário que o livro didático seja um instrumento que favoreça a aprendizagem do aluno, no sentido do domínio do conhecimento e no sentido da reflexão na direção do uso dos conhecimentos escolares para ampliar sua compreensão da formulando hipóteses de solução para os problemas atuais.

Isso significa colocar o livro didático como subsídio da escola para a consecução do objetivo de promover o exercício da cidadania, vale dizer, a serviço da sua proposta pedagógica que é, em última instância, o projeto coletivo necessário a constituição da identidade da unidade escolar.

O PDE é um plano ousado e inédito no Brasil por contemplar todos os segmentos da educação brasileira: Ensino Básico, Superior, Profissional e Educação.

Diante de tantos problemas, torna evidente criar instrumentos para adequar os livros didáticos a uma nova realidade educacional, comprometida com as demandas sociais. Nessas circunstâncias, é possível se fazer o seguinte questionamento: como garantir uma educação de qualidade, se os professores não buscam fazer uma transposição didática dos conceitos que são apresentados nos livros didáticos.

Sendo que em livros didáticos de volume único por serem resumido demais poderá aparecer erros conceituais e outros. O livro didático é objeto de estudo altamente complexo e envolvem agentes e usuários em uma cadeia que vai desde a elaboração, fabricação, autorização, modos de difusão, financiamento do material.

Portando, a seleção dos livros didáticos constitui uma tarefa de vital importância para o ensino – aprendizagem. Por isso, deve-se levar em conta a seriedade dos critérios para a escolha dos conteúdos, principalmente para possibilitar ao professor a participação na escolha e avalição dos livros didáticos.

A participação dos professores é de extrema importância pois eles devem saber das qualidades e limitações dos livros, para que, possam repensar as práticas pedagógicas conscientes de que o livro ainda apresenta conteúdos linguísticos e textos de apoio que apresentam para realidades específicas e para problemáticas locais.

Os assuntos dos livros são encontrados de forma desconexa com trechos de serie posteriores, achando necessário o aluno ver, de forma prévia, o que ele vai precisar nas próximas séries, deixando de levar em consideração o que o aluno está apto a prender.

Ainda deixam de valorizar o que o aluno já sabe (conhecimentos prévios), a cultura do aprendiz, ou seja, como se o conhecimento científico fosse mais importante do que o conhecimento popular. Pois, tanto o conhecimento científico como a popular é de suma importância para a formação de ensino- aprendizagem dos alunos.

Para levar em relevância com o tema da pesquisa foi necessário investigar a formação dos autores dos livros didáticos. Até porque, para que possamos entender e conhecer um pouco sobre esse mercado desconhecido e o real processo de fabricação e sua distribuição dos livros didáticos das escolas públicas.

RESULTADOS

ANÁLISE DE DADOS

1. GRÁFICOS:

Aplicação de um questionário para vinte professores do ensino médio da Escola Estadual Maria Leite Marcoski no Município de Várzea Grande – MT – Brasil.

Gráfico 01

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do Ensino Médio que responderam o questionário do gráfico 01 90% disseram sim 10% não.

Gráfico 02

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do ensino médio que responderam o questionário do gráfico 02 85% disseram sim e 15% não.

Gráfico 03

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do ensino médio que responderam o questionário do gráfico 03 disseram 80% sim e 20% não.

Gráfico 04

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do ensino médio que responderam o questionário do gráfico 04 disseram 80% sim e 20% não.

Gráfico 05

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do ensino médio que responderam o questionário do gráfico 05 disseram 90% sim e 10% não.

Gráfico 06

Fonte: Autora/2015

De vinte professores do ensino médio que responderam o questionário do gráfico 06 disseram 90% sim e 10% não.

TEXTO REFERENTE AS PERGUNTAS ABERTAS

Nas questões abertas do questionário 7,8,9, foram perguntadas a grande maioria dos professores do ensino médio da escola estadual Maria Leite Marcoski MT- Brasil relataram que precisam de mais tempo para analisar os livros didáticos que a escola oferece. E que o governo cumpra a distribuição dos livros didáticos escolhido pelos professores na primeira opção e suficientes para todos os alunos das escolas.

E os erros conceituais mais frequentes foram a superficialidade, a valorização de questões memoristicas. Levando ainda a falta de contextualização e principalmente a sequência dos conteúdos selecionados nos livros didáticos e dando ênfase na valorização de personagens heroica. E pouca valorização do cotidiano dos alunos como cidadão participativo onde eles possam se incluir na história do seu tempo. Também foi identificado criticamente a má qualidade dos livros didáticos da rede pública brasileira desde da sua trajetória até hoje.

Pois o livro didático é um instrumento de apoio ao professor e aluno sem ele dificultaria a vida de ambos, sabendo que em muitas escolas ele é ainda o único aliado para fortalecer o conhecimento científico.

Com tudo isso é preciso fazer uma restruturação dos conteúdos, pois apesar de toda dificuldade dos livros didáticos é um material pedagógico importante para o professor e para os alunos.

Mesmo sabendo que o livro didático é somente um instrumento norteador, mas não quer dizer que precisa segui-lo completamente. Podemos utilizar outros recursos.

Também podemos buscar as tecnologias e talvez oferecer aulas mais atrativas. Pois o livro é uma estrutura de ensino e aprendizagem, tanto para os alunos como para os professores. Dependendo da estrutura das escolas ficaria mais difícil, pois é um dos recursos utilizados pela maioria, sem contar que dificilmente vem o livro escolhido da primeira opção.

O professor empenharia ainda mais em pesquisas e estudos ao planejar, pois estaria adequando os temas com realidade da turma/ano. Devido a temática abordada que viria ao encontro com as necessidades dos alunos, acreditando que estes deixariam de ser passivo para ser agente ativo no processo de ensino aprendizagem.

O livro didático é mais uma das ferramentas que auxiliam o professor e os alunos a desenvolver o conhecimento dos educandos, pois nem todos educandos possuem livros em suas casas e nem todos têm a internet para pesquisarem sobre os conteúdos ministrados. O livro didático não está sendo satisfatório porque a escola não recebe o número suficiente para cada aluno e os mesmos precisam ficar na escola para que sejam usados em outras turmas com isso os alunos não podem leva-los para suas casas para estudarem e fazer os exercícios abordados pelo professor.

Os critérios da escolha dos livros nas escolas são adequados a realidade do nível dos alunos, porém não são atendidas as escolhas e com isso fica a desejar pois, enviam os livros adotados que não condizem aos conteúdos ministrados pelo professor e nem aos conhecimentos adquiridos pelo educando.

A crescente discussão sobre a qualidade do livro didático tem provocado sensíveis alterações na produção editorial nos últimos anos, mas, apesar dos significativos avanços, uma considerável quantidade de professores ainda não tem acesso a instrumentos de análise de livros didáticos.

Mesmos que os professores passam a desenvolver seus materiais pedagógicos, eles ainda precisam dos livros didáticos para fortalecer o aprendizado dos alunos. Pois, nem todos os alunos tem acesso as tecnologias que a internet em suas casas, para dar continuação aos conteúdos administrados pelos professores. Portanto se o governa está comprando esse material que são os livros didáticos, então não tem o porquê não ter um livro de qualidade, onde preencha todos os requisitos exigidos dentro das normas obrigatória. Queremos sim livros didáticos de nível e qualidade. São direitos conquistados na constituição brasileira.

TABELAS:

TABELA -1

Das 32 coleções de História do PNLD de 2010 foram escritas por 70 autores. Destes, 60% são formados em história e os demais tem formações diversas áreas como Geografia, Letras, Pedagogia, Ciências Econômicas, Ciências Sociais, Sociologia, Filosofia, Matemática e Psicologia.

Conforme a tabela de Áreas de Formação dos Autores.

Áreas de Formação Números de Autores %

História, Estudos Sociais 42 60

Geografia 5 7,1

Letras 4 5,7

Ciências Econômicas 1 1,4

Ciências Sociais 2 2,9

Fonoaudiologia/ Pedagogia 1 1,4

Letras/Pedagogia 1 1,4

Psicologia 1 1,4

Sociologia 1 1,4

Filosofia 1 1,4

Matemática 1 1,4

Não localizados/identificados 9 12,9

Total de autores 70 100%

Tabela 01

Fonte: Trabalho de pesquisa realizado em 2010- Simone Regina Manosso Cartoxo- PUCPR

Não foram considerados os livros de História e Geografia Regional. De trinta duas coleções de história do (PNLD) de 2010 foram escritas por setenta autores 60% são formados em história.

TABELA 2

Segue abaixo, a tabela demonstrativo de gastos do governo com compras de livros didáticos para os alunos das escolas públicas em 2013, 2014, 2015 e 2016.

O PNLD é direcionado à aquisição e à distribuição de livros aos alunos dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio.

Tabela 2

Fonte: Dados estatísticos- portal do FNDE- Fundo Nacional de Educação.

*Valor gasto com aquisição, distribuição, controle de qualidade e etc.

** Valor previsto para aquisição, distribuição, avaliação de obras, controle de qualidade e etc.

Diante dos problemas levantados verifica-se que apesar de vários estudos e análise já realizados sobre os livros didáticos e sua utilização conforme a análise da própria história foi constatado vários fatores negativos nos livros didáticos, principalmente: erros conceituais, doutrinação religiosa, valorização de personagens heroica , sem contextualização e nenhuma valorização do cotidiano dos alunos .Tudo isso foi analisado tanto nas coleções dos livros de 05 volume separados como dos 05 volumes únicos.

E a outra questão que chamou atenção foi na formação acadêmica dos autores dos livros didáticos e os jogos de interesses que movem esse mercado pré - determinado pela comissão competente onde decide dentro de sua ponte de vista o que é melhor para os alunos do país sem levar em conta a vontade dos próprios alunos e professores que são os interessados por uma produção de livros didáticos de nível e qualidade.

Pesquisa realizada em 2010 citadas na tese demonstrou que muitos autores não possuem formação na área em que publicam livros, poucos autores possuem experiências docente no segmento de ensino para o qual escrevem livros didáticos, muitos autores escrevem vários livros, abrangendo diferentes anos do ensino fundamental e diferentes áreas. Mais tem uma ressalva que chamou atenção foi para os autores dos livros didático de história onde foi analisada 32 duas coleções de história (PNLD), de 2010 foram escritos por setenta autores. Destes 60% são formados em história e os demais autores tem formação para área que atuam e que escrevem os livros.

E dentro desta presente pesquisa desenvolvida foi analisada feita dos 05 volumes de autores dos livros didáticos de história de volumes separados e de 05 volumes únicos foram comprovaram que a maioria dos autores são formados nas áreas que escreve e que atuam. Confirma na pesquisa que os autores de livros didáticos de história são formados em história. Isso é muito bom só falta busca a qualidade dos livros pelos autores.

Uma primeira indicação implica na relação entre pratica docente e produção de materiais, em que o livro didático é o principal referente para esta pratica.

Tal situação assegura as editoras um mercado lucrativo e as faz definir formas de produção de livros. Uma desta forma é selecionar autores que atuam como técnicos para elaborar produtos que atendam os critérios rigorosos de avaliação dos livros.

O Estado, aquele que compra o livro; o professor, aquele que escolhe o livro; e o aluno aquele que recebe e utiliza o livro como material indispensável para a aprendizagem. A apesar de ter participação de professores hoje nas escolhas dos livros didáticos nunca o governo manda os livros que os professores escolheram na primeira opção. Sempre permanece dentro dos seus interesses e vontades. Após apontar várias pesquisas realizadas no Brasil e por diferentes pesquisadores e instituições sobre o uso do livro pelo professor e pelo aluno conclui que o livro didático tem sido decretado, produzido, distribuído, criticado sem os critérios dos decretos, dos livros, dos estudos científicos.

Tal fato evidenciava um contexto paradoxal em que os livros didáticos destinados aos alunos desconhecem os alunos.

É importante ressaltar que o livro didático é considerado um dos recursos mais tradicionais utilizados na educação. É de suma importância como material pedagógico ao processo ensino aprendizagem.

Não participação democrática de membros da sociedade na avaliação, e, seleção e na confecção do livro didático. São atividades restritas a equipes técnicas isoladas, ou grupos de pesquisa que ignoram as condições reais de existências na sala de aula, de conhecendo as dificuldades dos professores com os livros.

Desde que o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) passou, a partir de 1995/1996, a avaliar os livros didáticos, os avaliadores tornaram-se os destinatários prioritários. É uma nova categoria de consumidores.

A realização das avaliações pelas equipes técnicas, como parte destes programas, estabelece critérios editoriais, formais e de conteúdo e foram formatando padrões de produção.

Diante dos resultados comprovados durante a pesquisa a partir dos gráficos apresentados resultaram das seguintes formas: no primeiro gráfico 90% dos professores afirmaram que o livro didático é uma mídia; na segunda 85% afirmaram que o livro didático é um reprodutor de conteúdos no terceiro 80% afirmaram que o livro didático é significativo para o processo ensino aprendizagem dos alunos; no quarto 80% afirmaram que os critérios que a escola adotou na escolha dos livros didáticos foi adequada; no quinto 90% afirmaram que os livros didáticos ainda apresentam erros conceituais; no sexto 90% afirmaram que há interesses dos autores na produção dos livros didáticos.

Dentro desta investigação apontam a necessidade de novas pesquisas de como desvendar este mistério dentro deste processo de avaliação e quem são os sujeitos que estão avaliando e como o professor poderia participar deste processo. Ainda aponta para a fragilidade de produção, avaliação e políticas estabelecidas para o PNLD. Além disso, fica evidente que o professor tem pouca expressividade no processo de autoria de livros didáticos.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados apresentados, verifica-se que apesar dos vários estudos e análise já realizados sobre os livros didáticos e sua utilização conforme podemos constatar pela própria história do livro didático, sem desconsiderar as mudanças que já ocorreram, tanto na estrutura quanto na abordagem do conteúdo, ainda há muito para ser mudado, sobretudo, quanto a percepção e utilização do livro pelo próprio educador.

Percebe-se a necessidade de desviar o foco de atenção do conteúdo propriamente dito e focar o olhar, um pouco mais, na sua significância social. É preciso que o livro de história seja utilizado não apenas como fonte de informações, mais como um instrumento didático, que promova o desenvolvimento de competências necessárias para a vida, tais como a observação, a crítica, a análise, a reflexão e principalmente, a capacidade de estabelecer relações entre os conteúdos apresentados e o cotidiano no dia a dia.

Este trabalho também levou em conta a preocupação da formação acadêmica dos autores dos livros didáticos principalmente na formação de história e nos volumes analisados os autores dos livros didáticos de história na sua maioria são formados na área que atua e na produção. Chamando atenção por esses fatos na questão da sua elaboração, pois, o livro didático é um artefato cultural, símbolo da escola moderna. É um instrumento de trabalho do professor que concentra um repertório de saberes, competência e metodologias de acordo com o contexto sócio -históricos.

Todos os livros didáticos estudados estão pautados pelas disposições prescritas nos PCNS. Apesar da multiplicidade de livros presentes no mercado editorial, na pesquisa demonstrou que não há uma grande variedade entre eles, ou seja, todos possuem um “tom comum” entre os conteúdos e conhecimentos pedagógicos, situados historicamente. Como, atualmente, os livros didáticos procuram atender os PCNS e pelo cumprimento destes as demandas para a formação básica dos cidadãos brasileiros, torna-se evidente e por que não importante a constatação de certa homogeneidade entre eles.

O livro didático tem hoje sua definição associada a uma política muito claramente apresentada pelo Governo, que traz repercussões não só por definir as práticas de ensino consideradas adequadas, mas também por estabelecer os saberes legítimos e as formas legitimadas de transmiti-los.

Percebe-se que há necessidade mais pesquisas sobre os livros didáticos até porque por se tratar de um material pedagógico importante para sociedade em geral, pois é campo muito complexo para ser desvendadas onde implica desde da sua confecção até a sua distribuição. Embora tivemos bastante conquista com esta investigação e de ter propiciado a sociedade com este trabalho.

RECOMENDAÇÕES

A análise deste trabalho mostra questões complexas envolvendo o livro didático e sua autoria maioria dos autores na área de história possuem experiências docentes no segmento de ensino para o qual escrevem livros didáticos.

Então porque o livro didático está a desejar Autores deixam de acrescentar informações de grande relevância para aprendizagem dos alunos e acaba levando para um conhecimento inadequado e deixa de desenvolver o senso crítico dos mesmos.

Na década de 1980 estabeleceu algumas categorias aos consumidores do livro didático: o Estado, aquele que compra o livro, o professor é aquele que escolhe o livro e o aluno aquele que recebe e utiliza o livro como material indispensável para aprendizagem. Partindo deste ponto, o livro didático tem que ser levado a sério pois meche com um patrimônio universal dos alunos na questão dos seus direitos como cidadão.

Portanto, os livros didáticos são considerados pelos os autores como instrumentos de trabalho do professor. Exigem-se autores competentes para esta tarefa e principalmente exige – se de bons escritores para a elaboração deste material, onde evite os erros conceituais, a superficialidade dos assuntos, a valorização dos personagens heroicas, a falta de contextualização e que passa ser um material bem elaborado, organizado, um material prazeroso e confiável em suas informações científicas para os alunos e professores, principalmente a valorização do cotidiano dos alunos.

Dentro desta linha, fica evidente que o professor tem pouca participação expressivamente no processo de autoria dos livros didáticos do PNLD.

Para que possamos ter um material de alto nível primeiramente precisa-se de autores com uma formação acadêmica legalmente comprovada e principalmente experiência na área, por isso seria importante que os livros didáticos tivessem a participação dos professores atuante com a série que estão elaborando o material (livros didáticos). E abrir esse grupo fechado monopolizado que se estende ao longo do tempo nessa produção dos livros didáticos. Ou é a falta de autonomia dos próprios autores brigarem por seus direitos de decisões nesse trabalho.

Por isso, consideramos importantes os cuidados na escolha do livro didático, devido a ideologia dos autores implícita, que determina os fundamentos teóricos metodológicos do material.

A avaliação realizada e divulgada periodicamente pelo PNLD buscou desde seu início, como já exposto, contribuir para a melhoria da educação no Brasil e para auxiliar os professores na escolha do livro didático. No entanto, quem deveria analisar, avaliar e escolher o material que irá utilizar, seria o professor, sem que haja necessidade de órgãos externos a escola apontarem os livros a serem adotados.

Raros eram as questões formuladas e que instigavam a reflexão, os exercícios propostos com de interpretação pouco colaboraram para compreensão.

Os autores dos livros didáticos devem informar os pressupostos teóricos que os orientam em sua produção. Porém, isso nem sempre acontece.

A prevalência de atividades que quase não levaram em conta os conhecimentos prévios dos alunos. Tais atividades, em sua maioria, enfatizam processos de decodificação, que pouco contribuem para o aluno construa sentidos e, por isso, não favorecem condições para mudanças em sua visão de mundo.

“Os professores não devem se manter vinculados ao livro didático como o principal instrumento de sua prática pedagógica, mas sim utilizar outros materiais para o desenvolvimento de seu trabalho”.

Dentro destas informações fica claro a necessidade de novas pesquisas de como é de fato o processo de avaliação e quem são os sujeitos que estão avaliando e como os professores poderiam participar deste processo. Ainda demonstra a fragilidade de produção, avaliação e políticas estabelecidas para o PNLD (Programas Nacional de Livros Didáticos).

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Doralice da Silva e Silva
Enviado por AMFMT em 09/06/2017
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