Fim do gênero neutro latino
Para o homem brasileiro veio, com a linguagem, a necessidade de classificar os seres, tendo como referência principal ele mesmo, os movimentos e por fim, os sexos masculino e feminino reais, e o neutro para os seres cuja identificação sexual era difícil.
No Latim não havia regras para fixar o gênero e os reais e gramaticais não coincidiam, gerando confusões porque, algumas palavras femininas, quando no plural, se tornavam idênticas à palavras masculinas no singular, e vice versa.
Segundo o conceito de que a Língua se regula e busca parâmetros mais fáceis de serem identificados, o gênero neutro foi desaparecendo e, palavras pertencentes às declinações 1ª e 2ª, que possuem vogais temáticas “a” e “o” no latim, foram sendo usadas como femininas e masculinas no português, por designarem mais femininos e masculinos, respectivamente. Temos como exemplos as palavras femininas “domina”
(senhora), “serva” (escrava), “amica” (amiga) e as masculinas “amicus, servus e dominus”, que no plural do acusativo aparecem como “amicos" (amigo), "servos" (servo) e "dominos" (senhor)”.