É fácil esquecer?

Nos últimos tempos todos percebemos que o celular faz parte de nossas vidas: seja para o uso nos negócios, entretenimento, ajudar nas compras do supermercado (é comum ver pessoas somando os valores de cada produto); pagar aquelas contas pontuais (água, energia...) comprar e pagar passagens aéreas, facilitar fazer o chekin (tão chato) para todos os passageiros, pois tomam grande tempo; registrar (via fotos) todos os momentos independentes se bons ou ruins.

Até aqui falamos do uso do celular pelo adulto e constatamos que ele é mais usado em momentos pré-determinados ou determinados, pois o uso se dá geralmente nas relações de trabalho e familiares. Exceto esses momentos, o adulto consegue esquecer um pouco do seu celular e só fazer uso dele quando receber ou necessitar fazer uma chamada.

Mas e quanto ao uso da referida mídia pelos adolescentes? Será que há um planejamento? Será fácil esquecer seu celular por algumas horas? É fácil sair seja para onde for e deixar o celular em casa? Evidentemente que não, seria exigir muito. O adolescente usa o celular por razões bem diferentes daquelas do adulto, razões importantes a ele, adolescente: para marcar um encontro, perguntar qual tipo de vestimenta ou calçados os colegas irão usar na festa deste ou daquele outro amigo, pedir aos pais para levá-los ou buscá-los em determinado local (escola, balada, shopping).

São razões implícitas, ou seja, só ele sabe o porquê e o valor que elas possuem e aqui pode surgir o questionamento: mas todos precisam obrigatoriamente de ser iguais? Isso não existe. E eu digo: meu amigo, ISSO existe sim. Não no mundo adulto, mas no mundo adolescente ISSO existe e possui um grande valor, pois se a maioria vai usando um boné, sinaliza que todos deverão fazer uso deste complemento, caso contrário, ficarão fora do grupo.

Acima escrevi ISSO, para explicar que não se trata de algo sem valor, ao contrário, possui um peso muito grande nas relações entre pares, principalmente quando se trata de adolescentes.

Há também a necessidade de usá-lo para mostrar aos demais que ele possui um celular: por isso faz questão, (mesmo que de maneira inconsciente) de usá-lo a qualquer tempo e hora. Mas é necessário agir dessa maneira, porque assim estará sinalizando que possui uma mídia de última geração, levando à constatação de que o celular chegou para ficar.

O fato dessa mídia ser um amigo inseparável e vital, traz grandes preocupações a nós educadores, pois é comprovado que o adolescente não separa suas atividades: ele faz suas refeições atendendo a chamadas do seu celular, caminha pelas ruas enviando mensagens, ou seja, não observa se está vindo ou não algum veículo e assim correndo o risco de ser atropelado. E mesmo em casa, prefere ficar em seu quarto, conectado com seus amigos, sem ser “perturbado” pelos familiares.

O poder da internet é tão grande que ela é capaz de causar a separação das pessoas com a mesma facilidade que usou para uni-las, ou seja, as redes sociais que cumpriram seu papel facilitando a união de não algumas, mas de todas as pessoas, são as mesmas que proporcionam a separação dessas pessoas.

Prova disso são as práticas de cyberbullying: enquanto um adolescente consegue a adesão do grupo para denegrir a imagem do outro, este é abandonado, deixado de lado, tendo como companhia a dor de não mais fazer parte, ou seja, a dor de estar só.

Sôniainformação
Enviado por Sôniainformação em 03/05/2017
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