Adolescência, exclusão e rejeição!

A exclusão e rejeição muitas vezes nos confundem e nos levam a pensar se tratar dos mesmos valores, mas na verdade possuem conceitos diferentes. A exclusão significa deixar alguém ou algo de lado, descartar, afastar, negar possibilidades, estar de fora.

É um conceito bastante habitual no âmbito das ciências sociais ou políticas, quando se quer fazer menção à situação social desfavorável de um indivíduo e seu grupo.

Muitas vezes as raízes da exclusão estão na própria família, com os pais e suas conversas reservadas, a proibição de se visualizar imagens consideradas impróprias e até mesmo este ou aquele gesto não poder ser feito diante da criança, pois ela ainda não desenvolveu os sensores de percepção, necessários para demonstrar os sentimentos gerados diante destas ações.

Claro, a criança ainda não possui capacidade para entender o que significam determinados gestos, palavras ou situações, mas é capaz e inteligente o suficiente para sentir que foi excluída, apesar de não conseguir saber o porquê.

Já na adolescência, a sensação de exclusão começa a ser entendida e questionada: “porque todos conseguiram, exceto eu” ou “porque todos possuem amigos, exceto eu” ou “porque todos podem exceto eu”. Essa ânsia de busca e descoberta, preocupação, dor ou medo de ficar sozinho é tão grande que o impede de perceber que existem outros colegas na mesma situação, pois é impossível que todos sejam inseridos em tudo.

Isto pode ser comprovado ao se participar de qualquer competição: os participantes são vários, cada um com perfil diferente e enriquecedor, mas nem todos atenderão aos quesitos exigidos e daí, a exclusão deste ou daquele, torna-se algo natural e compreensível, mas inevitável.

Esta exclusão é sentida mais fortemente pelo adolescente quando ele se vê no papel de vítima de cyberbullying, mesmo porque nesta prática não há lógica, consenso ou sentimentos igualitários, a não ser o medo que reina entre todos de se tornar uma vítima a qualquer momento.

Um medo capaz de levá-lo a desconfiar dos melhores amigos e esta falta de sustentação, esta falta de segurança ou mesmo de se sentir presente como os demais, é sem dúvida uma forma de isolamento. Talvez pelo fato de ser bastante inconsistente, pois num primeiro momento o adolescente vive a certeza, a concretização, mas de repente tudo se “evapora” a não ser é claro, as dores e o medo, aliados constantes.

Já a rejeição é percebida quando o adolescente não é aceito. Seja pela família: quando ele necessita do carinho e compreensão dos pais, mas não os tem; pela escola: ao necessitar da compreensão dos educadores e não recebê-la ou mesmo quando não consegue se inserir e pertencer a determinado grupo: quando não respeitado ao navegar na internet tornando-se uma vítima de cyberbullying.

A dor causada por estes sentimentos é imensa e o que pode ser feito além de trabalhar o cyberbullying, no sentido de evitar que ele aconteça, é explicar ao adolescente que todos nós somos diferentes e que estas diferenças são saudáveis e enriquecedoras.

E diante disso alguns podem gostar mais, outros menos, ou seja, aquele amigo do qual ele gosta tanto, pode gostar mais de outro e não dele, o que não significa não ser merecedor de respeito e confiança, bonito, inteligente ou capaz o suficiente.

Sônia Maria dos Santos Araújo - Ms. em Educação

O RESPEITAR FAZ BEM!