A ilusão das ilusões.

Eu gosto do intelecto justo.

Da cognição honesta.

Do espirito não alienado.

Do bom caráter.

Não gosto da razão ideologizada.

Gosto da realidade.

Crua e nua.

Não mistificada.

Detesto todas as divindades.

Sei que a vida real.

É muito triste cruel e desnecessária.

No entanto, a vida real não existe.

Sei o quanto o sapiens é dissimulado.

Pervertido.

Tem como único objetivo a mentira.

O que propõe sempre o engano.

Entretanto, a vida não tem finalidade.

Não existe uma razão para ser.

A não ser a conquista da ilusão.

Pois a vida real não é real.

Entretanto, é muito belo.

Aceitar o insignificado da realidade.

É muito bom tudo ser dessa forma.

A ausência de sentido.

Vivo tranquilamente.

Pelo fato de ser a irrealidade a grande razão de ser.

Nada existe a não ser a dor.

Com efeito, sou inexistente.

Não há o mundo.

Do mesmo modo a existência.

Não existe nem mesmo o pensamento.

Muito menos o tempo.

O que há é a ficção de todas as coisas.

Que imaginamos reais.

Então imaginamos a irrealidade.

Com efeito, a mesma passa ser a referida.

Todavia, é o engano, a ilusão.

Viver do engano é o grande propósito.

O engano político.

O psiquiátrico.

Para não dizer o filosófico.

O engano quântico.

A célula biológica.

O universo destruído, um amontado de cinza.

Reconstruindo.

A repetição interminável de todos os nadas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 16/03/2017
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