A ilusão das ilusões.
Eu gosto do intelecto justo.
Da cognição honesta.
Do espirito não alienado.
Do bom caráter.
Não gosto da razão ideologizada.
Gosto da realidade.
Crua e nua.
Não mistificada.
Detesto todas as divindades.
Sei que a vida real.
É muito triste cruel e desnecessária.
No entanto, a vida real não existe.
Sei o quanto o sapiens é dissimulado.
Pervertido.
Tem como único objetivo a mentira.
O que propõe sempre o engano.
Entretanto, a vida não tem finalidade.
Não existe uma razão para ser.
A não ser a conquista da ilusão.
Pois a vida real não é real.
Entretanto, é muito belo.
Aceitar o insignificado da realidade.
É muito bom tudo ser dessa forma.
A ausência de sentido.
Vivo tranquilamente.
Pelo fato de ser a irrealidade a grande razão de ser.
Nada existe a não ser a dor.
Com efeito, sou inexistente.
Não há o mundo.
Do mesmo modo a existência.
Não existe nem mesmo o pensamento.
Muito menos o tempo.
O que há é a ficção de todas as coisas.
Que imaginamos reais.
Então imaginamos a irrealidade.
Com efeito, a mesma passa ser a referida.
Todavia, é o engano, a ilusão.
Viver do engano é o grande propósito.
O engano político.
O psiquiátrico.
Para não dizer o filosófico.
O engano quântico.
A célula biológica.
O universo destruído, um amontado de cinza.
Reconstruindo.
A repetição interminável de todos os nadas.
Edjar Dias de Vasconcelos.