POR UMA EDUCAÇÃO DE VERDADE

A educação é a arma mais poderosa que tu

podes usar para mudar o mundo (Nelson Mandela).

A Educação brasileira vai num descaminho sem precedentes.

Ao maquinar, aprovar, sancionar e manter em vigor lei tão absurda para a Educação quanto esta que aí está, os deputados, os senadores e o presidente demonstraram e demonstram não ter o mínimo respeito nem interesse pelo povo. Ao contrário, pensaram e continuam pensando unicamente em perpetuar o espírito de subserviência que os mantém no poder.

Não bastava pais e mães terem perdido toda autoridade sobre os filhos com a aprovação do famigerado ECA, também os professores e diretores se veem na mesma situação em sala de aula e no âmbito escolar, feitos fantoches diante de seus alunos, sem poderem ao menos chamar a atenção dos desatentos, dos preguiçosos e dos arruaceiros, “para não traumatizá-los nem constrangê-los” sequer quando promovem as maiores badernas, ‘pintando e bordando’, como popularmente se diz.

Atribuir notas baixas? Nem pensar! Mesmo que o aluno ou a aluna não demonstre o mínimo aprendizado.

Isso não é educação; é pura enganação!

Mas o que os pais acham de tal modelo de educação?

Infelizmente, a grande maioria da sociedade aprova esta lei absurda. Incautos, os pais nem percebem a enorme enganação na qual se transformou a nossa educação brasileira. São eles os primeiros a pôr a culpa na escola, nos professores quando os filhos concluem uma etapa do ensino sem nada saberem. Quantos pais e mães, em vez de punir os filhos pelas notas baixas nos boletins ou quando lhes chega uma advertência do mau comportamento, correm a exigir explicações, a denunciar na justiça qualquer atitude ‘constrangedora’ de professores ou diretores contra seus ‘anjinhos’, barbados ou de seios avantajados na maioria das vezes.

O lado triste desta história é que há pais esclarecidos, de olhos abertos para a vergonhosa realidade, que acompanham e cobram o aprendizado dos filhos, mas sentem-se impotentes diante de tão calamitosa situação. No meio da ‘turba multa’ dos maus colegas, há alunos que querem realmente aprender, mas são prejudicados pela própria lei, que manda reduzir cada vez mais o programa de ensino, como que cumprindo o preceito, evangélico no dizer de Moacir Gadotti, de “dar menos a quem tem menos”.

É revoltante ouvir as propagandas enganosas do governo, alardeando “educação de qualidade”. São enganosas porque não se fala em níveis da qualidade que apregoam. A qualidade pode ser ótima ou péssima. Por que não preconizam uma educação de verdade? Esta, a verdade, não admite escalonamento de valores. Ou se tem uma educação de verdade ou de mentira.

O povo brasileiro, que já foi tantas vezes às ruas em manifestação de descontentamentos e protestos contra atos abusivos do governo e a corrupção generalizada, por que se cala e não se manifesta contra esta vergonhosa usurpação da autoridade de pais e professores, contra esta constrangedora superproteção a crianças e adolescentes, aos filhos e alunos? “Quem dá o pão dá o ensino”, diz o antigo provérbio. E quem tem a missão de ensinar tem que fazê-lo com autoridade. Por que não seguir os modelos de educação familiar e escolar adotados na Coreia, no Japão e noutros países de educação séria?

Ah o tempo das palmatórias! Não se sabe de uma única pessoa que tenha ficado traumatizada pelos castigos de joelhos sobre grãos de milho ou pedregulhos.

A corrupção não está somente na prática de atos ilícitos. Está também e principalmente na elaboração, aprovação e manutenção de leis que acobertam os corruptos e cerceiam o desenvolvimento intelectual e social do povo através de uma educação de verdade, que ensine não somente o ‘saber fazer’, mas ensine principalmente a pensar.