Como funciona o pensamento na memória sapiens.
A pergunta fundamental colocada pela produção do pensamento: qual é de fato a natureza dos fenômenos mentais? A Filosofia da razão, corpo e mente são as mesmas coisas? O pensamento é apenas um produto do cérebro ou o mesmo é responsável pelo desenvolvimento da linguagem?
Quem de fato é responsável em última instância pelo mundo da representação, da compreensão da análise dos fatos, o entendimento do método indutivo, a realidade puramente empírica ou outras formas de linguagem, o mundo fenomenológico perceptivo?
Por que o cérebro do homem quimicamente é biologicamente semelhante a qualquer outro cérebro de um mamífero desenvolvido? Biologicamente, entretanto, apenas o homem constrói o desenvolvimento do pensamento.
O DNA do chimpanzé é igual ao nosso e eles vivem em condição de bicho. A resposta é simples: o homem é sapiens devido ao desenvolvimento da linguagem e, contrariamente seria outro símio, mesmo com o fato evolutivo da espécie.
Existem milhares de cérebros superiores neuroquimicamente ao humano, somente o homem é capaz de pensar e desenvolver ao mesmo tempo a Ciência e a ideologia.
O desenvolvimento da linguagem é produto de um mero acaso. Não estava previsto na natureza para o homem ser o homem sapiens, um conjunto significativo de símios. Habitaram as savanas e o esforço para levantar a cabeça a fim de enxergar onde estavam seus inimigos caçadores. Por meio de um processo adaptativo provocou a primeira grande revolução no mundo biológico.
A mudança da coluna possibilitando caminhar de forma ereta, com a cabeça erguida, a disposição da língua e a evolução das cordas vocais com a produção do som nasceu o mais exuberante fenômeno: a linguagem, transformando o símio em homo sapiens.
Tais fatos são procedentes e com a evolução do pensamento construído, hoje estuda- se o funcionamento da filosofia da mente, a natureza da origem da produção do pensamento. Qual o mecanismo de funcionamento da memória no cérebro e sua relação com a linguagem?
O cérebro é apenas uma produção química e não pode ser separado do corpo, pois o mesmo não poderá existir sem o referido. Isso significa que o citado não é diretamente responsável pela produção do pensamento. Existindo tal proposição o cavalo estaria no mesmo nível de consciência do homem e não vivendo apenas o mundo do instinto.
Entretanto, no mundo do instinto, no mecanismo da sua funcionalidade, o cérebro é uma folha de papel em branco e sua composição memorial será o que lhe for imposto pelo fenômeno do instinto e da linguagem.
Se impregnar violência no cérebro de um homem por meio do mecanismo do instinto ele será violento e de difícil reversão pela psicanálise e do mesmo modo funciona o mundo da moral e da ética.
Quando nasce uma criança a sua condição biológica impõe-se ao mundo do instinto, modificado parcialmente pela linguagem, sendo que a memória serão as imposições dos meios culturais produzidas por ela mesma, as próprias circunstâncias diversificadas, o que significa que o cérebro sapiens é um produto desvirtuado, mesmo que seja parcialmente.
O corpo de qualquer animal é comandado pelo cérebro mecanizado pelo instinto, sendo ele produto do próprio instinto. A diferença fundamental do corpo sapiens, o corpo do homem é o cérebro formulado pelo instinto e o pensamento constituído, sendo que o instinto é de certo modo administrado pela lógica da linguagem.
O pensamento jamais existiria sem a estrutura química do cérebro. O mesmo em relação ao corpo, sendo que o cérebro por si só não produziria o pensamento, a linguagem é responsável pela constituição do pensamento, a mesma solidificada no cérebro em forma de memória.
Quando o pensamento é impregnado no cérebro então o corpo age em acordo com as coordenações do pensamento elaborado, as ideologias do mesmo. O homem comporta-se com as suas condicionáveis ideológicas, as referidas em última instância não têm autonomia plena.
A estrutura memorial, as ideologias da linguagem fazem o homem ser o que é, tais lógicas são produtos do meio social, cultural também construídas ou herdadas.
Entretanto, como são os neurônios, a base substancial do cérebro, células complexas que determinam o sistema nervoso, o mesmo tem formas diversas, no entanto, determinados por dendritos.
O conjunto de células contém um núcleo central na determinação de estruturas compostas pelo sistema mitocôndrio, os aspectos metabólicos das atividades dos neurônios.
Há uma conexão de neurônios entre si, por meio dos mesmos impulsionam o sistema nervoso, conexão conhecida como axônio. Os neurônios revelam propriedades elétricas, porém os impulsos acontecem no axônio.
O cérebro é um sistema complexo, resultado de elementos indispensáveis tendo como neurônios básicos as conexões entre si e suas ligações químicas que acontecem por meio de neurotransmissores e receptores.
Tais combinações fecham-se em complexidades realizadas por configurações em quantificações indeterminadas, mas qual é o grande trabalho em neurociência para entender o que ocorre no cérebro e na mente e, quais as diferenças entre as duas realidades distintas.
Na verdade a mente é diferente do cérebro, apesar da interligação. No último encontram-se os sinais elétricos que levam ao funcionamento das células cerebrais, o mesmo não é diretamente responsável pela construção do pensamento. A linguagem constrói o referido, entretanto o cérebro é o lugar onde o pensamento construído armazena-se como núcleo para o desenvolvimento da linguagem.
Não se podem verificar empiricamente os fenômenos memoriais que se encontram dentro do cérebro. Como funcionam as memórias localizadas sedimentadas no interior do cérebro? Articulam-se eletricamente, possibilitando o mundo subjetivado expresso pelo pensamento por meio da linguagem formulada.
O que se entende pela determinação da referida, o que é compreendido pelo mundo da subjetividade, pois é impossível a compreensão dos estados subjetivos da memória, uma vez estabelecidos tornam-se os substratos das ações sociais da linguagem.
O homem é o produto das ações estruturadas das suas lógicas mentais ou ilógicas, porém o mecanismo de funcionamento é igual a todos, a não autonomia da linguagem em relação a sua estrutura produtiva da construção, o que significa que a natureza da fala é meramente alienação, ao menos em parte, a não ser quando o produto é empírico.
O mundo é a subjetividade revelada pelo fenômeno da linguagem, a diferença fundamental é que as relações dos estados subjetivos estão memorizadas na mente, mas não na natureza do cérebro, apesar do uso do mesmo para as referências dos mundos representados.
É necessária a mente para realizar os estados subjetivos, resultados dos meios culturais. O cérebro é a fonte de sustentação, mas não da produção em si. Se não fosse assim descrito qualquer cérebro seria inteligente e, refiro-me especificamente ao mundo animal.
O que deve ser entendido é que as mentes determinam as formulações racionais acumuladas na memória, impregnadas no cérebro. Necessário entender que não é possível a existência das mentes sem o cérebro e o mesmo com a ausência do corpo.
Uma vez realizado o fenômeno da memória pela linguagem, apenas o cérebro pode ser produção química. Suas realizações são como resultados das mentes produtivas no aspecto formal.
O avanço da neurociência progressiva é a explicação da natureza do pensamento através da estrutura química do cérebro. Um caminho para explicação do desenvolvimento da memória por meio da linguagem como fruto da produção.
A relação entre mente e cérebro poderá ser compreendida em seus estados subjetivos mental, não apenas em variações diversas dos estados físicos químicos, o que denominam os estados mentais memorizados, definidos pelo mundo da linguagem.
A primeira ideia sugere que existem apenas cérebros e que os estados subjetivos podem ser uma ilusão a ser desfeita pela ciência, o que é de certo modo ponderável, pois o mundo primário biologicamente é tão somente matéria.
O que se pode saber é a questão mente-cérebro. Fundamental entender o cérebro como uma substância físico-química, composto de propriedades próprias. A mente é o resultado da linguagem solidificada no cérebro em forma de memória como resultado de diversidades interpretativas típicas do mundo memorial.
São aspectos distintos com fundamentos específicos entre si, diferentes, interligados no mundo da matéria, o que se entende por corpo.
A mente é uma realidade imaterial e funciona por mecanismos representativos efetivados por tempos históricos e estruturas de linguagens reproduzidas por meios condicionáveis às lógicas funcionais do pensamento produzido, dependentes de estruturas condicionadoras não autônomas na produção do pensamento.
Autor: Edjar Dias de Vasconcelos...