Cipriano Carlos Luckesi Teoria da Avaliação e Aprendizagem, para Concurso Público para Diteror de Escola do Estado de São Paulo, 2017.
Luckesi, Pedagogia da Avaliação e Aprendizagem.
Grande pensador filósofo e pedagogo professor Cipriano Carlos Luckesi, é sem dúvida hoje um clássico da literatura pedagógica brasileira, estudioso e crítico.
Desenvolveu uma teoria pedagógica exuberante, usando a Filosofia como instrumento e fundamentação epistemológica da Pedagogia, com grande mérito, influenciando não apenas o Brasil, mas o mundo.
No seu livro principal, elaborou nove artigos, com a finalidade de desenvolver no programa de pós-graduação da universidade Federal da Bahia. UFBA.
Trabalho desenvolvido nos anos de 1976 a 1994, com a finalidade de abordar e desenvolver uma reflexão epistemológica, a respeito da questão exclusivamente da avaliação na perspectiva da aprendizagem.
Por que a escola precisa avaliar o aluno? A resposta é simples, o aluno precisa aprender, aprendizagem é contínua e cumpre estágios, os quais podem estar defasados em relação ao mecanismo do processo permanente de ensino e da aprendizagem.
Sua teoria é suficientemente crítica a respeito da avaliação, a verdadeira finalidade, não é a reprovação, mas ajudar o professor perceber o mecanismo de defasagem dos modos de sínteses no ensino aprendizagem, com o propósito da recuperação contínua do aluno na sua promoção e construção de novos estágios.
Luckesi usa diversos instrumentos como ferramentas para análise dialética das diferentes áreas do ensino, na perspectiva de uma pedagogia interdisciplinar.
Seu método multi-referencial a análise das diferentes áreas da teoria do conhecimento, cruzando interdisciplinarmente, as referências da Filosofia, da Sociologia, da Política e por último faz recurso da psicologia, também como instrumento colaborativo na análise para avaliação como mecanismo da continuidade.
É fundamental entender como as questões propostas por Luckesi, continuam atuais e têm influenciados diversos novos pedagogos.
Apesar de estudos recentes terem sidos publicados por diversos autores, Luckesi continua sendo ainda uma fonte indelével da pedagogia contemporânea, em suas diversas fontes.
O que é verdade na crítica epistemológica de Luckesi, o fato inestimável é que na realidade muitas escolas antes do desenvolvimento da sua pedagogia, entendia avaliação como um ato em si mesmo, com finalidade punitiva.
Sem finalidade de compreensão para estágios de vácuos no processo da aprendizagem e por outro lado, não era visto, como mecanismo de recuperação da construção dos novos estágios, a perspectiva da verdadeira razão da avaliação.
O grande erro das pedagogias tradicionais ou outras tendências não referenciais, a avaliação era entendida de forma autônoma sem vínculos com o projeto político pedagógico da escola ou de qualquer instituição. A livre vontade do professor.
A forma tradicional e conservadora para o desenvolvimento do ensino aprendizagem, a crítica que é naturalmente mérito de Luckesi.
As antigas concepções ou outros modelos, já conhecidos, sempre foram criações férteis ao campo para o desenvolvimento de práticas políticas conservadoras fundamentadas no autoritarismo e na ideologia do neoliberalismo.
A finalidade anterior da Pedagogia, nunca foi em defesa do Estado de Direito com justificativas de defesa dos mecanismos de exclusão, substanciados em Filosofias positivistas favoráveis a discrimonação social do aluno.
Ao ler o trabalho de Luckesi é fundamental estar atento as suas ideias pedagógicas, na introdução ele apresenta sua visão política do projeto pedagógico.
Formula os contextos de produção de cada artigo, vinculados à trajetória por ele desenvolvida a respeito do tema e da finalidade da avaliação.
A obrigação permanente do estabelecimento de um diálogo frutífero entre o ensino e a aprendizagem e do sistema de avaliação com a finalidade de entender atrasos nos estágios do desenvolvimento da aprendizagem em relação a recuperação diária.
Tudo o que Luckesi deseja é a apresentação de uma avaliação com qualidade, fundamentos relevantes, com ideias qualificadas para tomada de decisão não no sentido da reprovação do aluno.
O ato de avaliar não pode transformar em uma atitude punitiva, além dos estágios já referidos o mecanismo avaliativo, tem necessariamente que ser inclusivo.
Com efeito, questionar ações passadas visando o futuro, superando estágios negativos, uma Pedagogia cuja sua natureza essencial transforma se em instrumento valioso, para os professores e alunos voltarem o modo de ver para si mesmos.
Em busca de modificações qualitativas nos processos não apenas dos mecanismos de sínteses que são fundamentais, mas também para o autoconhecimento que possam gerar mecanismos de produção que leve a cidadania.
Edjar Dias de Vasconcelos.