Demerval Savieni: A teoria da Curvatura da Vara: matéria para concurso público de direção de escola do Estado de São Paulo, 2017.
Obra formulada por Demerval Saviani, uma reflexão a respeito da Pedagogia Histórica Crítica, o autor propõe como deve ser refletida ação pedagógica com clareza e objetividade.
Com efeito, é necessário entender como se efetiva a intervenção das diversas teorias pedagógicas na questão da marginalidade social, no sentido de prevalecer à própria marginalidade. Portanto, as pedagogias da opressão.
Objetivo de Saviani, atingir a máquina político-educacional, para tal elaborou a teoria da Curvatura da Vara, objetivando o equilíbrio real na compreensão da Pedagogia Histórico-Crítica proposta por ele mesmo.
Sua epistemologia é consistente a respeito da obra desenvolve uma reflexão complexa, auxiliando na compreensão da mesma criticamente, com a finalidade de buscar as causas da marginalidade.
Em primeiro lugar como entender a relação dialética escola-sociedade, do mesmo modo, o papel do professor. Necessário o entendimento, das diferentes pedagogias: Tradicional, Tecnicista e Escola novista.
Fundamental a superação das Pedagogias reprodutivistas, levando ao professor optar por uma Pedagogia crítica, com conteúdos político-sociais analíticos no entendimento do fenômeno da marginalidade social.
Saviani desenvolveu em seu livro Escola e Democracia, duas questões contraditórias, a primeira formulação, as pedagogias não críticas classificadas como pedagogias tradicionais. Portanto, tais pedagogias desejam conservar a sociedade como está em defesa do status quo.
Para Saviani, a Pedagogia nova entende que a educação é capaz de erradicar a marginalidade. Sendo assim, a marginalidade é entendida como desvio político social, e, não um fenômeno natural.
Desse modo, a educação como teoria iluminista é um instrumento de correção do desvio. Portanto, a pobreza um fenômeno produzido politicamente.
O professor Saviani, analisa o segundo grupo, as teorias reprodutivistas, subdivididas, Ensino como Violência Simbólica. Por outro lado, Escola como Aparelho Ideológico de Estado. Escola dualista, educação como fator agravante pela discriminação responsável pela marginalidade.
A miséria está sistemicamente na estrutura política social, a escola reforça, dando legitimidade à marginalidade, como se efetiva tal prática, pelo mecanismo ideológico da marginalização cultural.
Necessário entender a relação entre educação e sociedade, com tal dialética faz sentido a metáfora da Teoria da Curvatura da Vara.
Por meio de tal metáfora que Saviani, defende os ajustes da educação, quando a vara está torta, ela fica curva de um dos lados.
Não basta endireitá-la, coloca-la na direção correta. É preciso curvá-la para o seu oposto. Teoria inicialmente formulada por Lênin, posteriormente Althusser, levar a vara para o lado oposto, para poder trazê-la para o centro.
Com efeito, não se trabalha pedagogias tradicionais, entretanto, a valorização dos conteúdos verdadeiramente críticos, em essência uma pedagogia realmente revolucionária.
Saviani puxa propositadamente a vara para o lado oposto, na esperança desta vir para o centro. Portanto, a valorização dos conteúdos críticos que remetem a uma pedagogia revolucionária.
Portanto, uma pedagogia centrada em conteúdos críticos na troca de conhecimentos com os alunos, o que denomina de escolanovismo adaptadas às dificuldades, objetivando os interesses do povo.
A superação de métodos tradicionais, entretanto, sem abrir mão da iniciativa do professor.
Métodos não ecléticos, todavia com a contínua relação entre educação e sociedade, sendo o ponto de partida a prática social.
Com efeito, necessário a transformação das relações de produção, que inviabiliza a construção de uma sociedade igualitária.
Desse modo, a escola é uma instituição política pedagógica, cujo interesse deve consistir na socialização do saber sistematizado.
A pedagogia histórico-critica parte do fundamento da transformação política da sociedade marginalizada.
Sendo assim, a educação não pode ser legitimadora da situação vigente.
Saviani, acredita que a Pedagogia Histórico-Crítica exerça por meio da educação uma ação que interfere sobre a sociedade, favorecendo na mudança da mesma.
A teoria descrita é inovadora, por ser revolucionária, motivo de ser denominada de Pedagogia Histórica- Crítica.
Uma educação que determina a mudança social, alteração das condições de vida, da sociedade marginalizada.
Desse modo, a perspectiva social da teoria histórico-crítica, propõe em síntese um projeto pedagógico político que supere a ideologia do neoliberalismo.
Edjar Dias de Vasconcelos.