Cidadania em mundo virtual

A informática, como outras revoluções ocorridas na história da humanidade, modificou a forma como as pessoas vivem, pois encurtou distâncias, reduziu custos e trouxe melhorias importes ao ensino/ aprendizagem. Houve também uma modificação nas ferramentas básicas de sala se aula, quadro negro, giz e apagador dão lugar a computador, a data show, e a lousas digitais. Com isso, há uma mudança drástica no papel do professor e também de práticas pedagógicas.

De acordo com Lemos (2010, p. 20) a incorporação da tecnologia ao saber humano é uma forma de vinculo entre o humano e o social:

A tecnologia vincula-se à constituição da pólis, da vida em comum, da política. O caráter político do desenvolvimento tecnológico se explicita, já que a técnica é uma dimensão essencial da espécie humana e de si mesma no desafio da transformação (científica e tecnológica) do mundo. Diante do exposto, percebe-se que a inclusão tecnológica abre perspectiva para manter a técnica que sempre acompanhou o humano, mas também repercute na conscientização política do ser.

Embora a revolução tecnológica amplie horizontes, ainda emperra em um sistema desigualdade. Assim, ainda permanece a questão dos que não têm acesso às TICs, consequentemente, ao mundo e as decisões que afetam a vida deles. De acordo com Castells (2009, p. 30), participando ou não das novas redes, todos são por elas afetados, aí residindo uma das formas fundamentais de poder hoje.

Seguindo essa perspectiva, é necessário que as escolas incorporem as tecnologias às práticas pedagógicas, principalmente, as escolas públicas, pois nelas há uma população significativa que não tem acesso ao mundo virtual, consequentemente, acessos aos meios de produção e consumo.

Portanto, construir uma noção de cidadania, em um universo multimidiático, é formar pessoas que usam as tecnologias com facilidade, que sabem selecionar informações significativas e responsáveis. Diante disso, pensar a tecnologia como meio de inclusão digital, é pensar uma sociedade mais justa e igualitária na qual o saber é patrimônio de todos.

Referências

CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. Trad.

Klauss Brandini Garhardt. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

LEMOS, André. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. 5º ed. Porto Alegre: Sulina, 2010.

valene
Enviado por valene em 08/02/2017
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