O que é ciência interdisciplinar.

William Dilthey,

O que se compreende por Ciência Interdisciplinar? Qual sua relação com o mundo cultural em uma dialética possivelmente fragmentada? Todo fenômeno analisado pode ser percebido isoladamente dado ao caráter não interdisciplinar, aplicado a um projeto pedagógico?

A relação de compreensão de qualquer objeto em estudo deve ser compreendido de forma complexa, formulado numa rede de relações dialéticas que lhe dão sentido epistemológico.

Como se realiza o conhecimento científico? Desenvolvido na perspectiva da interdisciplinaridade os fundamentos pedagógicos mediados pela contextualização da identidade, na diversidade, redefinindo de modo simples a forma como tem realizada a seleção e organização de conteúdos e a definição de metodologias.

Entre os princípios pedagógicos que estruturam as áreas de conhecimento destaca-se como eixo fundamental a interdisciplinaridade.

Para observância do método é necessário compreender as disciplinas específicas dos campos diferenciados.

A maneira de inserir o entendimento da abordagem de cada disciplina indica uma ação pedagógica, propiciando ao aluno a construção de um conhecimento fragmentário ou orgânico significativo à relação da compreensão dos fenômenos naturais, sociais e político- pedagógicos.

O desenvolvimento das Ciências mostra que o sujeito pesquisador interfere no objeto pesquisado não havendo neutralidade no conhecimento.

O entendimento da análise fundamenta-se na interpretação, sobretudo nas Ciências Humanas, a outra Ciência, a da natureza. O campo é do entendimento com regras lógicas e empíricas, com exceção da Matemática que é exata e formal, servindo-se como instrumento das Ciências da Natureza.

É importante deixar claro que a prática de adotar a interdisciplinaridade como metodologia no desenvolvimento do planejamento não significa o abandono das ações globais.

A ideia da pluri-especialização, a necessidade de pensar o sincretismo, isso por alguns meios ainda há o risco de formular sincreticamente conteúdos artificiais, o que deve ser evitado obviamente.

Confrontação dos diversos olhares em uma determinada situação, motivo pelo qual se faz necessário o trabalho pluridisciplinar. O significado da contextualização, a articulação das disciplinas no sentido de favorecer no entendimento.

A execução parte da lógica contextualizada considerando-se o saber dos alunos a fim de desenvolver competências que favoreçam ampliar o próprio saber.

A montagem de um currículo pedagógico em diversas análises congregam disciplinas com objetos comuns de estudo capazes, portanto, de estabelecer um diálogo produtivo do ponto de vista da ação pedagógica articulando as áreas em questão.

As aulas se realizam em sintonia com o projeto pedagógico, sucessivo ao tempo histórico, associando temas afins. Um dos modelos de integração disciplinar é a multidisciplinaridade: o mesmo tema é tratado por diferentes disciplinas em um planejamento integrado, caracterizando-se interdisciplinar.

É necessário um planejamento conjunto que possibilite a eleição de um eixo integrador, que possa ter um objeto de conhecimento como núcleo, um projeto de intervenção e, principalmente o desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da teoria do complexo.

Após essa exposição como se realiza o planejamento em si, primeiro dividem-se as disciplinas em campos específicos, Ciências da Natureza, suas disciplinas afins, Ciências Humanas, do mesmo modo suas essencialidades, exemplo clássico do ponto de vista da conceituação.

Estabelecido o campo determinado, acepção a ser seguida, cria-se uma disciplina básica no campo das Ciências Humanas. Nesse caso em particular poderá ser a História como lastro teórico e, da mesma forma, deverão realizar-se as Ciências da Natureza a aplicação da mesma lógica.

Concomitantemente, a Filosofia como instrumento do fundamento dada a necessidade em ambos os campos a questão do fundamento filosófico. Escolhido esse procedimento epistemológico inicia-se imediatamente o planejamento interdisciplinar.

Seguem os tempos históricos sincrônicos, o que é fundamental ao caminho interdisciplinar.

O

Não poderá o professor desenvolver raciocínios fundamentando as mesmas materialidades em disciplinas diversas, até porque não está preparado para tal atitude pedagógica, porém cada disciplina serve como fundamento às outras, escolhido o tempo histórico, exemplo clássico para efetivação do planejamento na prática.

O professor de História deverá ensinar a passagem do Feudalismo à Idade Moderna. A Filosofia, nesse caso, terá que ser o fundamento do pensamento Iluminista, aplicação da Arte também Iluminista.

A literatura, ao movimento que corresponde a esse período, Geografia aos locais dos acontecimentos históricos das mudanças do desenvolvimento para o mundo moderno, a Sociologia, a reflexão dos conflitos sociais da época e, assim a natureza das disciplinas afins, consequentemente, as sincronizações devidas ao tempo histórico.

Sendo dessa forma, naturalmente a cada período histórico, articulando os fundamentos, o mesmo procedimento aplica-se às Ciências da Natureza, Biologia, Matemática, Física, Química, específico da área empírica.

A outra explicação que necessita ser considerada dentro da metodologia referida, quando o objeto em análise for parte do mundo da cultura, ou seja, do entendimento, o próprio sujeito como produto da mesma realidade é, necessariamente interpretativo, relacionados aos aspectos subjetivos da análise, podendo ser assim construtivos.

Por outro lado, estando o sujeito fora do objeto em estudo, acepção relativa tão somente às Ciências da Natureza, a aplicação é objetiva dada à natureza empírica e sua metodologia indutiva tipicamente do empirismo. Com efeito, não se aplica à metodologia da interpretação, no entanto à compreensão, exemplo equação de segundo grau.

Mas o entendimento pelo fato da análise ser da compreensão, significa que o saber é indutivo, o que é essencialmente das Ciências da Natureza, não concretizando a acepção da interpretação, o que é técnico e objetivo, exceto quando se referir à natureza do fundamento, pelo fato de fazer uso do instrumento filosófico e não ao aspecto da técnica aplicada às Ciências da Natureza.

A outra metodologia a que se referem as Ciências Sociais e Humana aplica-se à lógica silogística dedutiva, cujo método é da relatividade dado seu caráter parcialmente subjetivo e a produção comum do sujeito e objeto quanto ao aspecto cultural.

Em síntese, não se entende a interpretação como tudo que for técnico, devido ao caráter da exatidão, diferentemente ao que for do fundamento da Ciência do Espírito na essência própria da natureza humana.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/02/2017
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