A Teoria da Complexidade de Edgar Morin Aplicada ao Projeto Pedagógico da Escola.
Alguns elementos para entender a teoria da complexidade formulada por Edgar Morin.
Para compreender a teoria da complexidade em Morin é necessário ter boa formação em Filosofia, devido seu conteúdo e fundamento nessa disciplina.
É um trabalho exuberante, base para o conhecimento dos princípios da teoria da complexidade, aplicado às diversas Ciências.
Sua teoria divide-se em várias partes. Cada uma com explicação específica. Entretanto, liga-se interdisciplinarmente ao todo de forma coerente e lógica.
Auxilia o leitor com maior eficiência no entendimento da teoria da complexidade. A epistemologia de Morin é fundamental à disciplina de Pedagogia e à teoria do conhecimento aplicada a outros campos, em específico, a Filosofia, como disciplina do fundamento.
Sua sistematização apresenta conceitos diferentes, dificulta de certo modo o leitor em elaborar o entendimento diferenciado a respeito da base epistemológica de seu pensamento.
Bem como a essência de seus fundamentos o trabalho exige muita concentração do leitor e são necessários conhecimentos anteriores na área de outras disciplinas, o que é realmente a epistemologia, como fundamento, na explicitação da própria teoria da complexidade.
Morin procura explicar o termo complexidade e, de tal modo elucida como aconteceu na sua própria análise. Evidencia-se a perspectiva de um entendimento do fundamento do pensamento complexo.
Revela os limites e deficiências da formulação do pensamento, a questão prejudicial de um entendimento simplificado.
Quando é que não se poder deixar o desafio da teoria do pensamento complexo se ainda existe dentro da mesma outros fundamentos capazes de atrapalhar a noção de totalidade?
Por fim, refere-se à ilusão como procedimento ideológico prejudicial ao desenvolvimento da compreensão, sendo duas as principais ideologias as quais se confundem a teoria da complexidade com a completude e a que orienta o pensamento epistemológico ao caminho da simplicidade.
Na questão da inteligência cega comum às pessoas que estudam, Morin desenvolve a teoria complexa a respeito da condição da Ciência, enumera aspectos os quais levam à necessidade de um posicionamento determinante e radical.
As deficiências no modo de organizar o saber e muitos outros aspectos, tanto na ignorância, quanto ao entendimento da Ciência. Mas descreve, sobretudo, a absoluta cegueira quando se faz uso da razão, indevidamente.
A primeira grande crítica elaborada, o desenvolvimento do progresso cego do conhecimento, coloca a própria humanidade em perigo. Logo após, procura mostrar a passagem de uma epistemologia geocêntrica para uma teoria heliocêntrica do sistema solar.
Demonstra que os paradigmas são históricos e culturais e, com efeito, podem ser alterados em face de novas necessidades da Ciência.
No que se refere à ideologia utilizada, o entendimento se modifica completamente e, dependendo do rumo da mudança, torna-se impossível compreender a complexidade do fenômeno em análise.
Quando se refere à patologia do saber, a inteligência cega elabora- se diferentes modos do saber epistemológico. A respeito da natureza da sistematização cartesiana o que é compreendido pelo mesmo é a epistemologia da teoria da simplificação.
Tudo o que é diminuído em referência do seu teor de paradigma perde obviamente sua natureza de ser, crítica veemente de Morin a respeito da teoria simplificada do entendimento da realidade como fenômeno.
Desta forma destaca: o pensamento cartesiano e seu entendimento, o isolamento entre a Filosofia e a Ciência, sobretudo, o rigor no raciocínio, sua contra dialética em campos diferenciados da Ciência, a diminuição do complexo ao simples, o que não é permitido por Morin.
Quando começa funcionar a inteligência cega, resultada desse procedimento, a crítica elaborada assim como algumas consequências da ação pedagógica?
Em concomitância desenvolve a formulação de uma teoria a respeito da necessidade do fundamento de um paradigma da teoria do pensamento da complexidade.
Com essa finalidade formula diferentes posicionamentos em relação à teoria da complexidade, elabora a possibilidade de esclarecimentos no que tange a mesma tornar-se cega, diante da própria complexidade, pois o entendimento não é simples no campo da epistemologia.
Investiga-se a teoria da complexidade no campo das Ciências em geral, a necessidade do pensamento complexo também em fenômenos da antropologia social.
Tudo é questão de teoria. Não se pode compreender isoladamente: ou o professor elabora suas análises interdisciplinarmente ou não consegue justificar o conhecimento.
Morin procura desenvolver o fundamento das Ciências Humanas que ainda possui uma profunda ligação com a Física.
Em sua fala formula a seguinte lógica: o homem deve ser integrado entre os seres naturais à teoria do complexo na defesa da unidade da Ciência.
Aqui, as Ciências da natureza não uma questão propriamente humana, a proposição mais sofisticada, a complexidade da teoria paradigmática.
Ao criar a teoria do pensamento complexo, Morin o coloca-se no limite entre dois antagonismos: O término com a diferença, diminuindo a unidade ao aspecto do simples, sendo que esconde a parcialidade, porque só consegue enxergar-se na diferença.
Morin relata que na dificuldade do entendimento da teoria existe uma eminente necessidade para elaborar o pensamento em cadeia, com a finalidade de defender a epistemologia. O que sabemos da teoria da Ciência é a relação epistemológica com a teoria da complexidade.
Em outros momentos o autor enumera as mudanças na acepção da Ciência, diz da necessidade da ruptura e do desejo da destruição dos fundamentos das Ciências clássicas.
Seria realizado por meio das deficiências encontradas na própria Ciência como conceitos indevidos aplicados.
Em referência à teoria sistêmica, compreender seu ideário de abrangência.
Estendido como qualquer objeto poderá ser verificado a um sistema, motivo pelo qual tudo deve ser apresentado com diversas direções operacionais, destacando-se apenas o que é da origem do próprio mecanismo, ou seja, do que é da natureza do fundamento epistemológico.
O entendimento do todo, sendo que o mesmo jamais poderá ser reduzido às partes, isso não significa negar os aspectos da relação interdisciplinar.
A razão do sistema ser ambíguo adentra-se também em um nível transdisciplinar e que desenvolve relação dialética do fundamento interdisciplinar.
Busca encontrar a dinâmica entre sujeito e objeto, criticando o procedimento da Ciência do Ocidente, propõe a retirada positivista do sujeito, a herança de Descartes e a dualidade entre o sujeito e objeto.
Não há uma relação de proporcionalidade na construção do conhecimento na perspectiva da teoria da complexidade.
Desenvolve suas sistematizações com bases sólidas, reflete as exigências epistemológicas do entendimento, formula opiniões sobre seu conjunto metodológico da sistematicidade que procura ser lógica, evidente, aberta, complexa e multidimensional.
Não é apenas doutrinal no seu fundamento negativo, desenvolve a teoria do conhecimento aberta às incertezas. A complexidade sempre esteve num processo contínuo de separação de si mesma. A única coisa permanente é a construção do saber.
A possibilidade de unificar as Ciências, no entanto, não é cabível a não ser no campo da Física, mesmo assim com muito cuidado. Relembra que o valor da unificação não poderá ser uma generalização reducionista.
Reflete o caminho transdisciplinar, critica a Ciência tradicional e desenvolve a ideia da possibilidade de integração de outras realidades, não mais importantes no campo da Ciência. Nesse aspecto é naturalmente inovador.
Desmistifica a epistemologia, mostra que a Ciência não é perfeita, caminha por noções de erros, afirma-se pela verificação dos mesmos. Quanto à teoria da complexidade, não está apenas na Ciência, mas também nas relações do cotidiano.
Reflete contradições na visão Científica, cita especificamente como exemplo Laplace, Descartes e Newton, muito comuns os equívocos no desenvolvimento do pensamento científico. Tal procedimento faz parte da história das Ciências.
Em consideração ao paradigma da simplicidade, entende-se que é primordial conhecê-lo para compreender a complexidade, enumera suas características, formula comentários sobre o conhecimento científico e o olhar simplificado.
Descreve sobre o desejo da Ciência e da visão complexa, faz uso da Física como exemplo na criação de leis e a incessante suposta ideia pela unidade.
Procura mostrar a existência da ordem e desordem no universo das diversas teorias. Desenvolve o conceito de que existe de fato uma necessidade para unir o princípio da noção de ordem e desordem, na dialética construtiva do mundo e suas relações.
Entretanto é de certa forma um equívoco, pois a desordem faz parte da essência da ordem, sendo reconhecida como lei da Física, com efeito, lei natural.
O desejo para ordenar os fenômenos desordenados para manutenção da ordem. A Ciência sempre formulou tal perspectiva, porém a desordem é um fenômeno inequívoco aos fundamentos da natureza.
Exemplos de leis naturais ligadas ao fenômeno da vida, células que morrem se renovam para continuar exatamente a mesma, o processo de replicação na evolução.
O princípio da contradição nesse sentido é o fundamento da ordem, às vezes necessário à desordem para entender o sentido crítico da ordem e, com o mesmo entende-se também o sentido não crítico da desordem.
Morin formula uma crítica muito forte aos metafísicos por justificar elaborações místicas e fantasiosas do mundo. Por esse motivo, quando esses entendimentos influenciam ideologias antropológicas prejudicam a compreensão da teoria da complexidade.
A natureza comporta-se com harmonia, no entanto a mesma está ligada à desarmonia. É dessa forma que funciona a complexidade das teorias. Uma teoria simplificada da epistemologia não ajudaria no entendimento da complexidade das teorias.
Defende a necessidade da auto-organização, critica o espiritualismo e o materialismo generalizados, redimensiona o entendimento a respeito do sujeito, procura colocá-lo no centro do mundo e ocupando seu lugar devido. O mundo só tem razão na sua existência, quando o homem é o motivo de ser o sujeito desse mundo.
Em razão procura aumentar o conceito da autonomia humana, reflete a dependência para salvar a referida.
Morin elucida e diferencia as complexidades, mostra o fato fenomenológico da existência das diversas complexidades na incompletude de cada uma, da constitucionalidade do próprio sistema como funcionamento diário.
A elaboração crítica da visão clássica na qual a contradição é condição de erro. Entretanto, na teoria da complexidade, quando se atinge a realidade profunda sendo abertas as modificações, as possibilidades são evidentes para o acerto, a condição epistemológica fundamental.
Contrário a uma visão unidimensional nas Ciências, particularmente as Humanas e Sociais, exemplifica-se com a Economia, quando qualquer entendimento parcelado, especializado, esconde o aspecto particular da análise, o lado ideológico. Toda visão minimizada é essencialmente pobre.
O que acontece quando as Ciências desenvolvem visões parceladas da análise, inclusive a teoria das complexidades, nesse caso em específico, as epistemologias não conseguem fundar as teorias das Ciências.
Procura explicar os procedimentos que permitem conhecer o universo da teoria da complexidade. Primeiro o fundamento racional da razão e sua racionalização, compreende a racionalidade como diálogo permanente com a realidade no entendimento da teoria do fundamento complexo.
A racionalização já é outro mecanismo, condenado por ele a uma explicitação simplista, que busca colocar a realidade num sistema coerente. A mesma passa ser a lógica da análise, o cartesianismo comporta-se dessa forma, o que é absolutamente condenável.
Demonstra características de certos tipos de condenação, forma complexa da racionalização, naturalmente de dois modelos clássicos de delírio que o homem tem naturalmente e se fundamenta no engano.
Por outro lado, a necessidade, a razão da autocrítica, entretanto, dadas ao delírio, perdem- se na ingenuidade e não conseguem entender a teoria da complexidade.
Para a solução Morin aborda sobre a necessidade dos macro conceitos e apresenta três fundamentos que ajudam a compreender a teoria da complexidade. O princípio dialógico, o organizacional e o hologramático.
O primeiro defende o fundamento vivo e mantém o princípio da contradição no seio da unidade, apoia a formulação do antagonismo como ordem e desordem, sendo natural ao princípio da teoria da complexidade.
O segundo procura desenvolver a ideia fundamental em referência à teoria da complexidade, tudo o que é produzido sistemicamente, a natureza da epistemologia sobre o que foi produzido em forma da reconstrução.
Desenvolve um núcleo dialético e auto construtivo, reorganizador, motivo pelo qual a teoria da complexidade tem de ser aberta em si mesma, devido a seu desenvolvimento auto produtor.
Por o último, o princípio fundamental que orienta a parte no todo. O todo não está na parte, sendo naturalmente que a complexidade não é uma composição das mesmas.
A teoria da complexidade é em si um método de análise da realidade fenomenológica desenvolvendo críticas, elaborando comparações entre o paradigma da simplificação e a mesma citada evidenciando o uso inadequado da Filosofia cartesiana.
Por outro lado, procura articular as disciplinas nos seus devidos tempos históricos, umas servindo de fundamento às outras, no mecanismo diacrônico da inter relação da teoria da complexidade, como projeto pedagógico de uma escola.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.