Não se escondam atrás do medo!

O medo é uma sensação que sentimos a partir do momento em que nascemos, tanto é verdade que o recém-nascido chora, pois saiu do conforto da barriga da mãe e agora encontra-se em um ambiente estranho. O medo de tudo e de todos acompanha a criança, o pré-adolescente, o adolescente e também o adulto. É claro que em menor ou maior grau, mas ele está presente.

Diversificado, como o medo do escuro, da morte, da solidão, do vento e noutras vezes não justificado, medo de uma barata ou de um sapo, ele nos lembra sua presença em diversas formas e pode surgir a qualquer momento.

Quando crianças, sentimos medo, mas podemos chorar e assim ganhar o amparo e segurança nos braços de nossos pais, mas na adolescência o medo se faz mais difícil e diferente. Difícil porque o adolescente, não "pode" se mostrar frágil junto ao grupo, portanto não pode deixar que os amigos percebam que está com medo.

E diferente porque, o medo anteriormente existente ao encontrar uma pessoa estranha nas ruas ou o medo do escuro, mudou, pois hoje o adolescente pode estar em sua casa e ainda assim sentir medo. Ele sente medo de ser uma vítima de cyberbullying.

Geralmente os participantes do cyberbullying, independente do papel (autor, vítima ou espectador), não gostam que outras pessoas saibam o que estão vivendo. O autor, por não querer ser descoberto; a vítima por não querer transmitir a ideia de pessoa sofredora, fraca, para que os colegas não riam dela ou mesmo que seus pais lhes tirem o celular e o espectador porque ele pode gostar do que está acontecendo ou julgar que tais acontecimentos não lhes dizem respeito e por isto prefere não interferir.

É importante que os adolescentes, principalmente os atuantes nessa prática, não se escondam atrás do medo: a vítima muitas vezes não diz nada porque sente medo do autor e suas novas práticas e o espectador, porque sente medo de a qualquer momento, se tornar também uma vítima. Devem falar para a pessoa mais próxima (a família, o amigo, o professor, alguma delegacia especializada), não podem ter medo de levar a público o que estão vivendo, caso contrário continuarão eternos sofredores.

Se não encontrarem ambiente para falar com a família, recorra ao amigo ou professor e diga, sem medo, toda sua vivência, pois assim poderão ser ajudados. Outro ponto importante que deve ser considerado pelo adolescente é que, pedir ajuda e dizer que está com medo de ser uma vítima de cyberbullying ou mesmo que já está vivendo as dores advindas de tal prática, não diminui em nada sua pessoa: seu caráter e personalidade continuarão os mesmo e assim também deve sua forma de viver a vida!

Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. em Educação

O RESPEITAR FAZ BEM!