A família e seus valores!
A FAMÍLIA é a primeira referência social do indivíduo, portanto é o primeiro meio de socialização, civismo e cidadania, é o elemento-chave na formação comportamental da criança. É uma organização social complexa, uma pequena, mas importante parte da sociedade, onde ao mesmo tempo em que se vivem as relações primárias, se constroem os processos de identificação, além de ser também um espaço no qual se definem papéis sociais de gênero, cultura, classe e se reproduzem as bases de poder. Além disso consegue ser também um conjunto organizado de pessoas, interdependente, em constante interação, regulado por normas e funções dinâmicas internas e externas, ambiente este, no qual a criança irá aprender a ter interesse pela vida, a construir valores e acreditar no próprio potencial.
Seria bom, mais prático, seguro e certamente facilitaria o trabalho dos pais, se existisse um modelo padrão de educação, e isto, evidentemente, é impossível, pois cada família é um mundo particular e com características próprias, tanto é verdade, que os pais não conseguem educar os filhos da mesma forma.
Não porque não queiram, mas devido aos diversos fatores que influenciam nessa educação: uma criança que nasceu hoje certamente terá educação diferente daquela nascida um ano atrás, pois os valores anteriormente existentes já não são mais os mesmos; irmãos nascidos em cidades, estados ou países diferentes, levarão com eles a cultura desses lugares; crianças que necessitam passar o dia em creches ou escolinhas, ou seja, afastadas dos pais, quando comparadas àquelas que podem contar com a presença dos mesmos no almoço ou jantar, com certeza formarão conceitos diferentes do que é uma família ou o viver em família.
Não menos diferente é a vida daquelas que vivem em apartamentos ou em casas: a liberdade destas de transitar no seu lar é maior do que as residentes em apartamentos e assim há uma sucessão de fatores que influenciam, algumas vezes para facilitar ou dificultar esta educação.
A reação humana frente ao novo sempre existiu e, da mesma forma que amplia possibilidades, gera novas necessidades de mudanças. Isto faz lembrar a chegada da televisão, que invadiu os lares e todos diziam que a família entraria em extinção, uma vez que seus componentes não iriam mais conversar e sim ficar assistindo àquelas imagens na tela, e conforme se sabe, não ocorreu dessa forma. Com o decorrer do tempo, percebeu-se que a televisão passou a fazer parte da família, o que contribuiu para novos tipos de famílias que não perderam o seu sentido ou função, mas exigiram diferentes formas na sua compreensão.
Dentre elas está a notória a cobrança dos pais em relação ao desempenho dos filhos, que sempre devem ser os melhores em tudo: tirar boas notas; ser mais fortes que os colegas; não poder chorar ou mostrar qualquer sentimento de tristeza ou fraqueza, inerentes ao ser humano, o que nos leva a uma constatação: se para o adolescente não é nada fácil conseguir lidar com as próprias dificuldades, imagine se estas forem somadas às frustrações, cobranças, exigências e anseios dos pais. Será difícil sentir-se amado e seguro se for preciso lidar constantemente com atitudes que demonstram falta de aceitação e respeito, dentro do próprio lar.
A família, este conjunto estruturado, composto por pais e filhos, deve estabelecer com base nos seus valores, as normas a serem seguidas por todos seus componentes, deixando claro o que é ou não permitido fazer. E cabe aos pais, no papel de principais ou primeiros educadores, fortalecer os laços e vivências familiares, conduzindo os componentes e porque não dizer, os adolescentes a encontrarem, na família, um porto seguro, na solução dos problemas cotidianos.
Sônia Maria dos Santos Araújo – Ms. em Educação
O RESPEITAR FAZ BEM!