Por que a Greve?
Hoje, ao retorno da minha caminhada matinal, passo em frente de uma Universidade Federal e lá estava uma faixa de anúncio de greve. Numa pequena frase, um grande erro de português. E era exatamente em frente da Reitoria. Então, nenhum estudante, nenhum professor, nem mesmo o Reitor percebeu a gafe?
Se foi cometida por um desatento sindicalista, alguém deveria impedir a colocação da faixa com aquele erro, que nem era gramatical e sim de grafia. Estava lá a palavra CONJULTURA. Logo na terra de um dos maiores dicionaristas do Brasil?
O ilustre alagoano Aurélio Buarque de Holanda, cujo nome tornou sinônimo de seu próprio dicionário, certamente não ficaria satisfeito em saber que por falta de consulta ao “Aurélio”, alguém assassinasse o nosso rico idioma. Também pode parecer que quem colocou a faixa nem entendesse o motivo da greve, assim como as recentes ocupações de escolas, que prejudicaram até o ENEM, cujos manifestantes foram reprovados em cinco questões sobre os motivos do protesto. Por isso, um determinado político chegou a confessar que nos 1990 participou de um protesto contra a “Globalização”, mesmo sem entender seu significado. Era também “massa de manobra”. Assim, vê-se que facilmente assassinam nosso português, por terceirizarem até as justas reivindicações de uma classe.