MAIS SOBRE A PEC E SUAS PROPOSTAS.
Algumas considerações, do ponto de vista dos proponentes da PEC 476.
“Repetencia, evasão, currículo engessado, professores pouco capacitados”- Lista de problemas do Ensino Médio brasileiro, entre outros.
“È a maior mudança na educação nacional dos últimos 20 anos, desde a instauração da Lei de Diretrizes e Bases que norteia o ensino”.
“Alem das disciplinas obrigatórias, a idéia é possibilitar ao aluno escolher e se aprofundar nas áreas com as quais tem mais afinidade, tornando o estudo mais atrativo”
“Outro ponto de interesse do governo é ampliar o Ensino Técnico. A longo prazo esse ensino contribui para o desenvolvimento do país, uma vez que a economia precisa de profissionais qualificados em nível técnico” -Do presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Araujo e Oliveira.
“O ensino técnico deve ser vinculado ao sistema produtivo e ao setor privado” Idem
“As disciplinas obrigatórias serão definidas pela Base Nacional Comum Curricular. Apenas português, matemática e inglês serão prioritárias”
“O regime de tempo integral também entra como prioridade, para atender 500 mil novos alunos, com um investimento de R$ 1,5 bilhão”
“Em novembro estaremos organizando uma série de seminários em todo o país para ouvir a demanda dos alunos e professores”
“Os países desenvolvidos tem uma média de 800 horas anuais e
para todo esse tempo é preciso que a escola tenha uma proposta mais interessante e atraente”
“As mudanças serão gradativas e a adaptação para o período integral, que já estava em curso dependerá da capacidade financeira de cada mantenedor”
OBSERVAÇÕES MINHAS.
* Escolas particulares, voltadas para as classes mais abastadas, de fato, já vem fazendo essas mudanças. Mas as escolas publicas, quando farão? Como qualificar alunos em desvantagens financeiras, se a escola publica depende de recursos do governo?
* Como serão implantados os cursos técnicos se a maioria das escolas publicas não tem espaço adequado e se as salas de aula são lotadas?
*Existe alguma pesquisa que aponte quais as necessidades do mercado de trabalho e que tipo de conhecimento será definido como conteúdo?
Posso dar minha cara para baterem, mas não duvido de que precisamos de técnicos profissionais de nível médio em todas as áreas. Não vejo nenhum demérito nisso. O trabalho não torna o ser humano indigno, as condições em que ele é realizado e a exploração da mão de obra barata, aí sim, deve ser uma luta constante pelo respeito ao trabalhador. Purismo à parte, vamos pagar para ver essas mudanças.
Fonte: Revista Isto É-Agosto de 2016.