O belo também é vítima de cyberbullying!
Quando falamos de cyberbullying e seus participantes, (autor, vítima e espectador) as pessoas sempre imaginam a vítima: um (a) adolescente desajeitado, que faz uso de óculos, aparelhos nos dentes, bastante gordo e/ou magro, muito baixo ou alto, ou seja, uma pessoa feia, considerando, é claro, o conceito e padrão de beleza estipulado pela sociedade.
É preciso lembrar que todo adolescente que se destacar do grupo, isto é, que for diferente dos outros componentes, independente da forma, será uma vítima em potencial. Assim, devemos lembrar que aquele adolescente mais bonito, mais charmoso e que chama mais à atenção, devido à tamanha beleza, também poderá se tornar uma vítima. Tudo isto porque, sua beleza conduz ao “diferente” dos demais, e por isto ele passa a não pertencer aquele grupo.
Isto nos leva a crer na inexistência de barreiras para o cyberbullying, pois em qualquer situação, o autor de tais atos sempre encontrará motivos para entrar em ação. Da mesma forma, também nos leva a crer na necessidade de trabalhar no sentido de evitar que ele surja; trabalhar a mente dos adolescentes, mas antes de lançarem mão de tal prática, melhor dizendo, evitar ou prevenir tais atos. Isto pode ser feito com trabalhos que conduzam às crianças ao conceito e visão de parâmetros, limites e ensinando-as primeiramente a respeitar, porque o RESPEITO é a base para a sustentação de todo e qualquer relacionamento, independente da fase da vida na qual o ser humano se encontra. Se uma criança cresce num ambiente onde há respeito, quando estiver na pré-adolescência e depois já na adolescência, dificilmente lançará mão do cyberbullying. Tudo isto porque ela conhece e faz uso do respeito: respeito às diferenças, aos colegas e amigos, aos mais idosos, aos conhecidos ou desconhecidos; respeito às filas; aos valores transmitidos pelos seus pais e com isso respeito a uma vida em sociedade.
Quando um adolescente, considerado “bonito” por seus pares torna-se uma vítima de cyberbullying, o autor desta prática está de certa forma, dizendo, de maneira não aceitável pela sociedade, que a beleza da vítima é algo que o incomoda, ou seja, está dizendo à vítima que ela é tão bonita que passa a ser inaceitável no grupo.