Filosofia e a busca por felicidade

Mas afinal, o que é essa tal de filosofia? Dentre sua história podemos encontrar diversos significados do que poderia ser a Filosofia, mas por fins didáticos fiquemos com a terminologia do Bertrand Russell a chamando de “ciência dos resíduos”: na medida em que um conhecimento obtinha precisão no campo filosófico, este perdia o nome de filosofia e ganhava um nome específico. A Filosofia seria tudo o que sobra depois de resolver uma questão. O resíduo não seria o lixo, mas sim o restante, ou seja, a Filosofia é a questão do Por que.

“Por que essa concepção política?”, “por que isso é certo ou errado?”, e assim ao infinito. Dentre esses “por quês”, temos um que instigou diversos pensadores a longas reflexões: a questão da felicidade. Afinal, é possível através da filosofia?

Se sairmos por ai perguntado “O que é a felicidade?”, ouviremos diversas respostas, além de que a ideia de felicidade é uma construção de cada indivíduo. Dentre elas, a de grande maioria será uma opinião embasada no que Platão chamava de Doxa, o senso comum, cunhando essa palavra a saúde, dinheiro, sucesso etc. Já a Filosofia sempre desconfiou da felicidade, talvez por entender que pessoas felizes por demasia não entendem o mundo.

A Filosofia não adere um caminho para a felicidade, ela agrega caminhos. Não existe uma formula mágica para ser feliz, qualquer um que se diz estar sempre feliz, deve estar dopado com algum ópio, e em certo momento da vida esse ópio o tornará infeliz, pois precisará de cada vez mais para se satisfazer, tornando dependente.

A partir do momento que a possibilidade de se dar ao encontro da felicidade seja apenas de uma maneira, deixará de ser reflexão da Filosofia. O que é improvável devido à singularidade desse objetivo.