O poder do autoconhecimento
O autoconhecimento é a capacidade de ser sábio, de conhecer a si mesmo. Ficar só, por um pouco espaço de tempo é essencial para poder refletir, a fim de fazer análise introspectiva e extrospectiva de causa e efeito. É algo enriquecedor o processo de olhar pra dentro de si mesmo e observar o que precisa ser mexido, mudado e o que precisa ser preservado para manter o melhoramento contínuo do próprio desempenho.
Mario Sergio Cortella, filósofo e educador adverte em seu livro Pensar bem nos faz bem que “quanto mais sabemos sobre nós, mais saberemos o quanto não sabíamos sobre nós. Quanto mais sabemos sobre nós, mais se amplia o território do autoconhecimento sobre aquilo que somos. Mais conhecimento, mais ignorância, tanto o conhecimento quanto a ignorância ambos são infinitos”.
Henry Ford, fundador da Ford Motors Co. precursor da indústria moderna e um dos pioneiros da produção em massa, nos ensina que “uma das maiores descobertas que um homem pode fazer é descobrir que pode fazer aquilo que tinha receio de não poder fazer”. E, para ter essa percepção é preciso realizar uma introspecção. Millor Fernandes disse introspecção é o mergulho que o cavalheiro faz dentro de si mesmo, buscando encontrar respostas que fora dele não encontra.
Embora vivendo como pessoas e, convivendo com pessoas diferentes e iguais a nós, desconhecemos vez e outra a pessoa que existe em nós. Por isso é tão importante dedicar tempo ao estudo de si mesmo. A surpreendente face dos eus é uma obra de Rachel Prado Corrêa, neste livro ela salienta que “quanto mais nos conhecemos, mais sabemos o quanto de nós desconhecíamos. É fascinante a arte da interiorização”.
Entende-se que não deve haver medo de encontrar o que há dentro de nós. É preciso ter coragem. O mesmo Cortella, anteriormente citado, entende que “coragem não é ausência de medo e, sim, a capacidade de enfrentar uma situação que nos deixa parados, estagnados, inermes”. Sendo assim, um pouco de coragem para encontrar o que há em nós, é fundamental. Para que não sejamos indivíduos esquecidos e escondidos de nós mesmos.
Conhecimento é uma palavra que devemos amar. Entretanto, em seu livro O código da inteligência e a excelência emocional, o psicólogo Augusto Cury ensina que “não basta conhecer o mundo em que estamos; é preciso conhecer também o mundo que somos” – aquilo se convencionou chamar autoconhecimento, ou seja, conhecimento de si mesmo. Na verdade, nascemos e morreremos aprendendo e nunca nos conheceremos em toda nossa completude.
De acordo com John C. Maxwell, “uma pequena diferença em desempenho traz grande diferença em resultado”. Ademais, o bom desempenho acontece quando a pessoa olha para si e é capaz de conhecer as próprias forças e fraquezas e trabalha em prol de mudá-las para melhor. Aprimorando as fraquezas e transformando os pontos fortes em incrivelmente fortes.
Para Aristóteles, grande filosofo do ano 384 a.C “a duvida é o principio da sabedoria”. Entretanto, isso não quer dizer que deve-se ter duvida o tempo todo. Logo, quem pensa que se conhece, desconhece o quanto se desconhece.
A dúvida é a chave que abre a porta do conhecimento. Se o homem estiver acomodado com o que já sabe, achando que tudo conhece, ele não conhecerá algo novo sobre ele e sobre o que o circunda. O território do autoconhecimento se amplia quando reconheço que desconheço o quanto de mim mesmo desconheço.
Sempre existe algo novo a ser conhecido sobre nós mesmos e sobre o ambiente que nos cerca, para realizar melhor o que precisa ser feito, com a finalidade de melhorar o próprio desempenho. O homem tem o poder da escolha. Nossa vida é feita de escolhas. Se somos o que somos é porque existiu uma escolha precedente. Vez ou outra ouve-se a clássica frase: “nossa, nem acredito que cheguei até aqui”, uma afirmação concreta de alguém que está desacreditado no desempenho que obteve. Isso acontece porque houve ausência de autoconhecimento, da própria competência e capacidade.
Referências:
CORRÊA, Rachel Prado. A surpreendente face dos eus. Piracicaba. Degaspari, 2003.
CORTELLA, Mario Sergio. Pensar bem nos faz bem: 1 filosofia, religião, ciência e educação. 4. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes; São Paulo, SP: Ferraz & Cortella, 2014.
CURY, Augusto O código da inteligência e a excelência emocional. 2ª Ed. Thomas Nelson Brasil – Rio de Janeiro 2010.
MAXWELL, John C. A Arte de Formar lideres. Thomas Nelson Brasil – Rio de Janeiro 2011.