O QUADRO CRÍTICO DA EDUCAÇÃO

A partir das manifestações de Pedagogos(as), especialistas em educação, em todas as janelas da mídia escrita, eletrônica e/ou informativa - através dessas leituras - tem-se a impressão de que a Educação moderna está falhando e perdeu o rumo no nosso País.

A queixa geral, é de que ninguém mais sabe ensinar, professores perderam o interesse e a escola ficou obsoleta.

Porém, sempre é bom lançar um olhar um pouco mais amplo e não só crítico na direção da Educação e dos educadores que estão em sala de aula, enfrentando heroicamente as dificuldades do ensino neste País territorialmente imenso.

O que pode estar acontecendo, talvez seja um certo cansaço diante de uma Educação praticamente abandonada, tanto na dimensão física e estrutural, como na dimensão do ensino-aprendizagem, onde nada mais se pode exigir do aluno, a não ser que ele vá passando de ano, principalmente, nas séries iniciais do ensino fundamental, cujos resultados negativos vão se refletir anos mais adiante, apresentando aos professores um caos quase que intransponível, de desnível completo entre conhecimentos mínimos, imaturidade e série que o aluno estuda.

Os professores já não podem mais "rodar" o aluno que não alcançou as mínimas condições de alfabetização, sendo que a culpa disso recai toda sobre o educador da turma, quando são diversos os fatores que contribuem para esse fracasso, como o desnivelamento econômico e cultural, turmas com alunos em excesso e, muitas vezes, uma certa crise de identidade social.

Quanto ao fator "rodar" o aluno, os próprios professores já puderam conferir que, na sua maioria, os alunos que ficam retidos por um ano, evoluem no outro ano para um nível mais estabilizado e equilibrado de acordo com as exigências mínimas de alfabetização e conhecimentos gerais.

Quanto a estas situações, os professores não encontram muito respaldo da parte dos governos, e até dos familiares, e têm de "se virar" como podem, e com os recursos de que dispõe.

Acrescentamos, ainda, o processo de inclusão, que pegou a todos de surpresa, cujo objetivo é "socializar" e incluir alunos com deficiências em sala de aula normais. O quadro negativo, são professores sem habilidades, sem preparo, escolas sem estrutura física e a grande dificuldade no atendimento do aluno especial, ao mesmo tempo que outros 20 ou 30 alunos pedem atenção do mesmo professor, que fica aturdido, e, muitas vezes, adoece, sob a gama de exigências que lhe são feitas de todos os lados.

Isso tudo, mais o advento da tecnologia nas escolas, inspira críticas negativas ao processo educativo nacional.

Novamente, encontramos os professores sem preparo para o uso do aparato tecnológico, e/ou laboratórios de informática incompletos, computadores sempre falhando, ou em número insuficiente para atender a demanda dos alunos, que são sempre em número muito maior do que o número de computadores que o laboratório oferece. Tudo isso faz parte do quadro que pinta a educação com as cores do pessimismo, como se realmente estivéssemos num beco sem saída em matéria de Educação.

Ao redor da escola, um contexto sócio-político e econômico em constante flutuação, ora pendendo para o descaso, ora surgindo uma ou outra voz apelando para o bom senso geral, para que não piore ainda mais a sensação de estar tudo desmoronando só no âmbito escolar.

Saleti Hartmann

Professora/Pedagoga

Cândido Godói-RS

SALETI HARTMANN
Enviado por SALETI HARTMANN em 18/10/2016
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