COMO FUNCIONA O SERVIÇO INTERDISCIPLINAR NA SAÚDE?

A interdisciplinaridade é um princípio mediador entre as diferentes disciplinas, não sendo elemento de redução a um denominador comum, mas elemento teórico-metodológico da diferença e da criatividade. É o princípio da máxima exploração das potencialidades de cada ciência, da compreensão dos seus limites e, acima de tudo, é o princípio da diversidade e da criatividade (Etges, 1999).

Para Etges (1999, p. 73), a interdisciplinaridade é: “uma ação de transposição do saber posto na exterioridade para as estruturas internas do indivíduo, constituindo o conhecimento”. Então, tal interdisciplinaridade de que falamos não se encaixa em formas errôneas de existência, como a interdisciplinaridade generalizadora, a mais usual, e que pretende chegar a um saber absoluto, resultando-se elementos comuns presentes em conhecimentos menores; ou a interdisciplinaridade instrumental, que parece ser a mais perigosa, e se refere a “abandonar o estudo da estrutura e do sentido imanente da ciência e se reduz apenas a ver como funciona” (Etges, 1999, p. 67).

Portanto pode ser interdisciplinar em conjunto ou sozinho, um mestre de qualquer curso da área da saúde ou qualquer outra disciplina, pode desenvolver um trabalho interdisciplinar, desde que tenha consciência da necessidade de conhecer e estudar outras áreas que tenham afinidade com a sua área de atuação. Assim, ele poderá ver os fatos e fenômenos com outro olhar, que não seja apenas o olhar da mesma coisa.

Considerando-se a complexidade que envolve interdisciplinar, pesquisa e trabalho da saúde, é importante lembrar que, no cuidado ao ser humano, torna-se desejável que se perceba as questões técnicas, éticas, estéticas, específicas e multidimensionais do processo de nascer, viver e morrer humano em cada etapa, além de se conceber os princípios e valores importantes que determinam serviço da saúde.

Sendo, então, necessário considerar a ligação dos diversos saberes para o alcance desses desejos e do desenvolvimento, que a interdisciplinaridade pode ser uma possível saída para dar-se conta do objeto de trabalho da saúde, não só por sua inclusão nas ciências sociais, mas pela possibilidade de cuidar dos seres humanos saudáveis ou doentes, de forma individual ou coletiva e em todas as fases natural do processo nascer reproduzir e morrer humano.