AS PRÁTICAS AVALIATIVAS E SUA RELAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

AS PRÁTICAS AVALIATIVAS E SUA RELAÇÃO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

Fabíola da Silva Cordeiro

William Vieira de Souza2

Resumo: Este artigo, elaborado a partir de estudos bibliográficos, tem como objetivo expor algumas considerações sobre as práticas avaliativas e sua relação no processo ensino-aprendizagem, que para ser melhor entendida no contexto escolar torna-se preciso rever alguns conceitos e, a partir daí, compreender sua real função. Pois na escola, a avaliação, deve ter como finalidade dar um juízo de valor, o que significa uma afirmação qualitativa sobre um dado objeto, sendo este satisfatório o quanto mais se aproximar do ideal estabelecido. No entanto analisa-se a avaliação a partir de vivências educacionais, buscando identificar sua positividade e a sua negatividade e compreender que ao ser utilizado pelo educador serve para a elaboração de um julgamento de valor, tanto a respeito de seus educandos e como verificação de sua própria metodologia de trabalho. Contudo para que o processo ensino aprendizagem ocorra inteiramente é necessário que haja a avaliação, pois esta tanto analisará o educando quanto o educador. Assim a partir da utilização da avaliação é notório que os resultados apresentaram suporte para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que visem o melhoramento do ensino. Neste sentido, como forma de subsidiar teoricamente, levou-se em consideração, dentre outros autores, as ideias de Hoffmann (1993) Mizukami (1986) e Luckesi (2005). Considera-se que a proposta de estudo teórico durante a realização de atividades práticas poderá instrumentalizar os futuros pedagogos para que, fundamentados, possam propor a reflexão do processo avaliativo do ensino e aprendizagem . Então, de posse de toda essa bagagem textual, as expectativas para o êxito do estudo se dá através das análises e premissas apontadas no decorrer deste trabalho de conclusão da disciplina Avaliação da Aprendizagem e por esta razão, acredita-se que o tema seja interessante e relevante a prática de muitos professores.

Palavras-chave: Práticas avaliativas.Ensino aprendizagem. Contexto escola

Perspectivas históricas do processo de avaliação

Para abordar esse tema na contemporaneidade, é necessário fazer uma viagem no processo histórico educacional, descobrindo o ponto inicial e/ou surgimento da avaliação para que se tenha clareza e compreensão do porque o processo avaliativo “aterroriza” os indivíduos quando avaliados.

Diante disso verifica-se as tendências pedagógicas dos séculos passados num processo de cristalização da sociedade burguesa. A pedagogia jesuítica nas normas para orientações dos estudos das escolas nas classes inferiores ou superiores definiam com rigidez os procedimentos a serem levado em conta no ensino eficiente preferenciando provas e exames. Em relação a isso, Luckesi (2005, p. 30) faz a seguinte afirmação: "Em nossa vida escolar, fomos muito abusados com os exames (...)". "(...), hoje no papel de educadores, repetimos o padrão".

A partir das ideias humanistas e dos princípios da educação construtivista é que se pode tratar do conhecimento e da avaliação como prática pedagógica programada para avaliar de forma ética os indivíduos inseridos em suas realidades históricas capazes de construir saberes e de se pronunciarem diante da sociedade em que vivem.

O professor, muitas vezes, vivencia no cotidiano da escola as práticas fragmentadas que acontecem de formas diversas. O motivo maior da diversificação dessas práticas é a ausência de uma educação que direcione as políticas avaliativas que possibilitem aos discentes a fundamentação e ampliação dos conceitos básicos que norteiam a avaliação escolar. O professor como mediador do conhecimento é o maior articulador das ações para definir objetivos e metas com os seus alunos. É ele o gerenciador das questões que podem ou não conduzir o aluno ao sucesso ou fracasso escolar.

As concepções filosóficas, políticas e pedagógicas dos docentes podem permitir a visualização do aprendizado dos alunos e das consequências dessas ou daquelas posturas diante dos procedimentos avaliativos. O professor é o gerenciador do processo político da avaliação, porque pode conduzir o conhecimento para os fins que desejar, mesmo que seja de forma limitada.

Diante da responsabilidade do professor em lidar com as questões avaliativas, os sistemas de ensino (Federal, Estadual e Municipal) muito pouco tem definido um critério claro para que o profissional possa saber avaliar e discernir sobre a justiça e a real validade daquilo que ensina, bem como o efeito do conteúdo que ensino para o ser humano em formação.

Os docentes na realidade são muitas vezes condicionados a pensar no dever de ensinar da melhor forma possível aquilo que é dado para transmitir. Será que tudo o que se ensina tem valor prático para a vida humana? Se nem tudo que se ensina tem resultados benéficos para a vida humana, por que certos professores tendes uma postura autoritária no momento da avaliação?

A avaliação concebida de forma errônea legitima o fracasso do discente que por sua vez fracassa continuamente no cotidiano da vida por não apresentar as características de um modelo de sociedade.

A avaliação está vinculada a um pensar sobre a educação que pode significar um caminho para o desenvolvimento da cidadania ou um projeto de formação de homem e da sociedade que se pretende alcançar.

Retratando as Práticas Avaliativas

Este artigo analisa as questões referentes à prática avaliativa no contexto escolar. Pois nos últimos anos, são muitas as discussões em torno da avaliação da aprendizagem escolar. Tratar desse tema se torna um desafio num contexto tão complexo em que muitos educadores avaliam para transformar ou aniquilar os indivíduos, que participam do processo educativo no cotidiano da escola. Ainda hoje inúmeras escolas, principalmente instituições de educação infantil, apresentam boletins e fichas de avaliação onde aparecem comportamentos a serem alcançados pelos alunos. (Hoffmann, 1993, p. 21-32)

As práticas do cotidiano escolar têm apontado para a compreensão fragmentada e equivocada da avaliação da aprendizagem uma vez que muitos profissionais não conseguem compreender sua dimensão global ao considerar o sujeito inserido numa realidade social competitiva, discriminatória e seletiva.

Escola e sociedade ambas sendo detentoras do poder caminham opostas uma às outras no sentido de que o que se aprende na escola nem sempre se aplica na sociedade. São objetivos e metas contrários, que interferem no processo avaliativo. Diante desta constatação, qual a referência que a escola pode ter para mudar significativamente as práticas avaliativas? Que papel desempenha a escola enquanto prática que transforma o indivíduo numa sociedade?

Essas práticas em seu sentido amplo têm mostrado a impossibilidade do aluno de se perceber com capacidade de crescer como um indivíduo integrante de uma comunidade e de uma sociedade. Prática esta que também permita constituir autonomia ao educando, para que ele possa se apropriar de conhecimentos e habilidades para poder atuar como sujeito crítico dentro da sociedade em que vive. (LUCKESI, 2005).

Escola e sociedade ambas sendo detentoras do poder caminham opostas uma às outras no sentido de que o que se aprende na escola nem sempre se aplica na sociedade. São objetivos e metas contrários, que interferem no processo avaliativo. Diante desta constatação, qual a referência que a escola pode ter para mudar significativamente as práticas avaliativas? Que papel desempenha a escola enquanto prática que transforma o indivíduo numa sociedade?

A escola recebe a cada ano um contingente de crianças, jovens e adultos que trazem consigo uma realidade já marcada e dificilmente passível de modificação. Nesse caso as práticas avaliativas podem servir de instrumentos importantes na transformação desses sujeitos, enquanto ser global. O que são essas práticas avaliativas? A quem serve? Para que serve?

Sabe-se que a avaliação em seu sentido amplo, integra os diferentes atores no contexto escolar e social. Qual a concepção que o educador precisa ter para transformar a avaliação num referencial poderoso e positivo na construção do conhecimento? Qual o papel da educação enquanto prática que transforma o indivíduo numa sociedade? Que papel desempenha o professor enquanto educador que avalia em sala de aula?

No contexto escolar os conflitos entre professores e alunos são notórios. A briga pela nota é constante. Por que será que os alunos brigam pela nota? Por que muitos professores condenam seus alunos ao terem tal postura? Que competências alunos e professores precisam adquirir para uma avaliação significativa da aprendizagem e do conhecimento?

Essas indagações nortearam as investigações para a construção desse trabalho artigo, inspirado na própria realidade, através do estágio de intervenção na escola estagiada, quando os professores tiveram a oportunidade de fundamentar suas práticas avaliativas e modificá-las.

Essa pesquisa pretende ser uma referência teórica baseada na praticidade dos fatos para os profissionais da educação, num sentido de que reflitam melhor suas posturas avaliativas diante dos discentes sujeitos com quem querem construir o conhecimento e que, através da reflexão possam ser despertados para compreender as práticas avaliativas favoráveis ao desenvolvimento do educando como ser integral.

Uma análise reflexiva da ação avaliativa no contexto escolar

Retratando que a avalição é realizada predominantemente visando à exatidão da reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula. Conforme Mizukami (1986, p. 17) o exame passa a ter m fim em si mesmo e o ritual é mantido. As notas obtidas funcionam, na sociedade, como níveis de aquisição do patrimônio cultural.

Ao recuperar, brevemente, a dinâmica das práticas avaliativas que se perpetuou durante muitos anos do trabalho pedagógico, pode-se observar que o privilégio era dado ao conteúdo a ensinar, sem levar em consideração o sujeito entanto aprendente.

Nota-se, neste contexto, que o professor era o único ser privilegiado de saberes, ou seja, o seu ofício era ‘transmitir’ o que havia planejado para execução de sua “tarefa”.

Somos ainda resquícios desta prática, pois nos era permitido o direito de intervir nas discussões que poderiam contribuir para novos entendimentos do que estava sendo abordado. Claro que, neste momento, o professor era visto como o ‘detentor’ do saber, por isso leva-se em consideração que professor é aquele que ensina e aluno aquele que aprende.

É importante destacar que, ao logo do processo e construção da história da educação, vivenciamos tendências educativas que se consolidaram por muitos anos. Em cada momento do ato educativo houve grandes contribuições para que hoje pudéssemos ressignificar o processo de ensino e aprendizagem.

Muitas vezes nas praticas de avaliação em sala de aula, essas diferenças não são consideradas. Todos os indivíduos são colocados num mesmo parâmetro de aprendizagem, o que tem mais dificuldade de aprender é chamado de fraco, até mesmo porque o sistema educacional padroniza o conhecimento desejado para a sociedade.

Desta forma, cada profissional da educação, na busca de um trabalho de qualidade, tem de definir como irá realizar suas atividades docentes, planejando-as com base nas práticas sociais e circunstâncias locais que construirão a identidade do seu trabalho. Entende-se, assim, que o perfil do educador terá além de um sentido mais amplo e universal, um cunho regional e até mesmo pessoal.

Contudo, é de fundamental importância que o professor ao avaliar o seu aluno/aluna saiba antes de tudo, que esse sujeito que está sendo avaliado, é pessoa humana, e, sobretudo gente, inserido numa sociedade e que sofre em todas as esferas os efeitos positivos ou negativos dessa sociedade, como por exemplo, a discriminação em todos os sentidos ou o respeito à diversidade cultural. Desse modo, o professor terá outro olhar sobre o sujeito que avalia diante da educação da sociedade.

Um ponto de partida para que o professor desempenhe um bom trabalho será o estabelecimento de contato com as diversas produções e referências acerca de seu ofício, pois ao passo em que o professor tome consciência crítica para uma avaliação inteiramente humana, este será capaz de compreender que num processo avaliativo haverá momentos para os acertos e os desacertos e que o caminho a ser trilhado será difuso e de muitas complicações. Portanto, o profissional da educação deve estar disponível e deve ter clara a sua intenção pedagógica. “[...] temos de necessariamente [...] colocar a avaliação escolar a serviço de uma pedagogia que entenda e esteja preocupada com a educação como mecanismo de transformação social”. (LUCKESI, 2005, p.28).

Se o professor não assumir esse papel, alguém o fará. Fruto dessa postura são os problemas disciplinares vividos em sala de aula atualmente, sendo que muitas vezes os alunos, com essas atitudes, estão até mesmo pedindo limites.

O aluno deve ser partícipe desse processo sem, entretanto, querer impor ou reger as atividades escolares, papel este do professor. O aluno é agente de construção do conhecimento.

A compreensão e a tomada de decisões diante de questões políticas e sociais também dependem da leitura e interpretação de informações complexas, que incluem dados estatísticos e índices divulgados pelos meios de comunicação.

Diante dessa realidade, o educador deve procurar contribuir para a valorização da pluralidade sociocultural, criando, para isso, condições para que o aluno transcenda um modo de vida restrito a um determinado espaço social e se torne ativo na transformação de seu ambiente. Mas, para que se alcancem estas mudanças, é fundamental que se adotem estratégias adequadas de ensino e consequentemente que se tenha definido como avaliar todo este caminho percorrido pelo educando, de forma que não seja um processo de subordinação, alienação, classificação e/ou seleção, mas sim, um ato consciente e que tenha como princípio o desenvolvimento do educando em suas múltiplas dimensionalidades a partir de suas reais possibilidades.

É importante ressaltar que o ato avaliativo que durante muitos anos foi privilegiado nas escolas, que em muitas vezes era tido como punição e ou verificação da aprendizagem foi à prova, ou seja, ela era vista como início, meio e fim do processo de ensino e aprendizagem, que neste sentido o professor apenas apresentava o conteúdo e os alunos o reproduziam. Tradicionalmente, enfatizava-se apenas a memorização.

A ineficácia dessa postura exige, hoje, mais do professor, que precisa assumir novas práticas e metodologias, além de ser criativo e competente quanto ao domínio dos conteúdos ele necessariamente precisa reportar para diversas possibilidades de contextualizar o que foi apresentado aos educados, dando-lhes condições reais para formulação e reformulação de hipóteses.

Redimensionando-se assim, ambos os papeis – de professor e de aluno – considerando o professor organizador da aprendizagem e conhecedor das condições cognitivas dos alunos.

É importante que se destaque nos dias atuais, duas ideias para melhor definia a ação de avaliar: a necessidade de os alunos conhecerem os objetivos ou a função dos conteúdos que aprendem e a lembrança de que eles devem ser atores, e não simplesmente espectadores.

Entretanto, vale ressaltar que, dentro dessa linha de pensamento, deve-se procurar respeitar as práticas já incorporadas pelos professores (afinal, abandonar esse processo seria queimar etapas na construção do conhecimento), aliando-se a estas novas e possíveis práticas, concretizando, dessa forma, pequenos e importantes avanços na área da educação. Esta postura introduz as mudanças de forma que possam ser assimiladas pelo professor sem romper definitivamente com a prática por ele já construída.

Apesar dos avanços nos estudos dessa disciplina e a crescente tendência ao construtivismo, é preciso pensar também na efetiva prática do professor em sala de aula – suas possibilidades e limitações.

Assim sendo, o professor precisa estar atento e acompanhar o processo de aprendizagem do aluno. É fundamental que o professor tenha nítido o seu objetivo pedagógico para saber interferir no processo de aprendizagem do aluno, respeitando seus limites e garantindo que os conceitos utilizados sejam compreendidos, sistematizados e formalizados pelo aluno.

Partindo dos pressupostos citados acima, pode-se definir o conhecimento como algo que se constrói, dinâmico, que leva ao crescimento ao aproximar-se dos significados, processo esse, reflexo das experiências de vida de cada indivíduo.

Neste sentido novas discussões frente às várias possibilidades de trabalho, ou ferramentas de avaliação disponíveis ao professor esta a proposta do trabalho por meio de projetos. Pois, ao se optar pelo ensino pautado em projetos, busca-se em primeira mão, uma aprendizagem significativa, uma vez que esta pedagogia está pautada no que o aluno já sabe para a construção e/ou ampliação do seu conhecimento, além de ensiná-los a aprender, permitindo assim, que relacionem a escola com a realidade.

Cabe aqui ressaltar, que o projeto é do educando, não da escola ou do professor. Portanto, o mesmo deve ter interesse pelo tema, para que se sinta motivado a buscar informações, aprofundar nas pesquisas, fazendo um intercâmbio entre escola e a comunidade onde está inserido.

É notório que a educação é o elemento chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. O desafio dos educadores deste século é transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e levar os indivíduos a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres do planeta

Tendo em vista que a escola deve contribuir para o desenvolvimento de habilidades que permitam ao aluno analisar e modificar situações de seu cotidiano, faz-se necessária uma abordagem de questões sociais relacionadas aos conteúdos trabalhados em todas as disciplinas.

Desta forma, o papel do professor vai muito além de transmitir conteúdos, ele deve assumir o papel de orientador, mediador, facilitador da aprendizagem, mas também exercendo um papel de extrema importância na sociedade, formando cidadãos críticos e reflexivos, aptos às mudanças constantes que acontecem na sociedade.

Ressalta-se desta forma, que as ações de ensino e aprendizagem devem ser planejadas tomando como base as reais necessidades educativas. Reestruturando o uso de uma linguagem adequada ao aluno, garantindo uma estrutura e um desenvolvimento na formação do educando, visando gerar a capacidade de compreender e intervir na realidade, numa perspectiva autônoma e desalienante.

Sendo que a escola tem papel fundamental no desenvolvimento de habilidades que permitam ao aluno analisar, interpretar, intervir e modificar situações do seu dia a dia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria das propostas de ensino, hoje, têm se comprometido com o projeto de formação de um ser humano crítico e atuante, sujeito no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, tem-se que analisar de que forma por em prática esse objetivo nas diferentes áreas e, em particular, como avaliar o sujeito enquanto aprendente, afim de que esta tomada de decisão não seja classificatória ou excludente? Esta indagação se permeia durante todo nosso dia a dia, pois, muitas vezes o educando não ver sentido no que tem sido apresentado a ele, ou seja, não conseguem especificar em que momento da vida irão necessariamente usar tais conhecimento conteudistas. Frente a esta realidade damos ênfase em outra indagação: Realmente o processo avaliativo que é feito no interior de cada escola é processual e continuo? Assim, ao responder as indagações acima apresentadas, fica claro que muitas vezes o educando não participa diretamente de seu processo avaliativo, ou seja, este é incumbido de apresentar de maneira fielmente, respostas que devem ser ‘transcritas’ na “avaliação” padronizada e muitas vezes sem significado para o aluno.

Na última década, com os avanços científicos na área de educação tornou-se obrigatória uma revisão de todo o processo de ensino e aprendizagem. Porém essa não é uma tarefa fácil, por várias razões, entre elas a longa tradição de um ensino puramente descritivo e prescritivo; as diferentes linhas teóricas que hoje orientam as pesquisas educacionais; e a falta de consenso sobre como formalizar as novas teorias de ensino.

Sabe-se que não existe uma metodologia identificada como a melhor para o ensino de qualquer disciplina bem como não há uma única forma avaliativa que contemple todas as especificidades do processo de ensino e aprendizagem, todavia, faz-se necessário que o professor deste momento, use de suas diversas criatividades e conhecimento teórico para consolidar práticas educativas que sejam capaz de verdadeiramente construir a formação integral do sujeito menos dolorosa, pois a ideia que se tem até o dias atuais é apenas a “avaliação” que reprova ou aprova, que neste sentido deixar de ser um instrumento para tomada de novas decisões para servir apenas de meio de classificação ou promoção do educando.

É notório que a educação é o elemento chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no conhecimento e no aprendizado. O desafio dos educadores deste século é transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e levar os indivíduos a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres do planeta. E para que o aluno aprenda com significado, é importante que ele estabeleça conexões entre as diferentes práticas avaliativas, no sentido que o educando seja corresponsável em resssignificar o que lhe foi apresentado enquanto saberes, necessariamente deixando sua zona de conforto para os novos desafios impostos nesta sociedade contemporânea.

Tendo em vista que a escola deve contribuir para o desenvolvimento de habilidades que permitam ao aluno analisar e modificar situações de seu cotidiano, faz-se necessária uma abordagem de questões sociais relacionadas aos conteúdos trabalhados em todas as disciplinas.

Desta forma, o papel do professor vai muito além de transmitir conteúdos, ele deve assumir o papel de orientador, mediador, facilitador da aprendizagem, mas também exercendo um papel de extrema importância na sociedade, formando cidadãos críticos e reflexivos, aptos às mudanças constantes que acontecem na sociedade.

O aluno deve ser conduzido em direção a um processo constante de elaboração e reelaboração de conceitos, descoberta e redescoberta de conhecimentos. Acredita-se que é possível tornar o aprendizado interessante, necessário e acessível, numa linguagem voltada para a cidadania.

Faz-se necessário que o professor conduza o seu trabalho em direção à formação de um indivíduo com autonomia, fruto da sua capacidade de pensar, raciocinar e resolver problemas, de um indivíduo que se apropria de um conhecimento linguístico e usa esse conhecimento para ler o mundo à sua volta, interferir positivamente nesse mundo, produzir novos conhecimentos e também produzir linguagens.

Por tudo que foi exposto, percebe-se que a busca pelo entendimento do ato de avaliar é o primeiro passo para novas práticas inovadora de avaliação, pois ao passo deste “novos” modelos ou propostas avaliativas será capaz de desempenhar um importante papel na formação do cidadão, pois fornece ferramentas que permitem ao ser humano desenvolver estratégias, enfrentar desafios, comprovar e justificar resultados, entre outras atividades. Além disso, estimula a criatividade, o desenvolvimento do raciocínio lógico, a iniciativa pessoal e o trabalho coletivo.

Como se pode constatar, o papel do professor é indiscutivelmente importante e decisivo no processo ensino-aprendizagem, uma vez que suas ações/práticas, concepções, diagnósticos e intervenções irão determinar direta ou indiretamente o fracasso ou sucesso dos alunos. Assim, deve-se considerar a educação como algo capaz de possibilitar ao indivíduo se conhecer e interagir com o ambiente em que vive, se apropriando de forma racional dos conhecimentos produzidos pela humanidade.

Entretanto, é necessário que ocorram transformações significativas nas práticas pedagógicas docentes, que só se efetivarão mediante conscientização dos próprios professores sobre suas práticas, buscando capacitação e formação adequada às suas atividades, criando desafios, estimulando a descoberta e orientando os alunos na superação das dificuldades em busca do conhecimento.

Referências

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 17 ed. São Paulo: Cortez. 2005.

MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, SP: EPU, 1986.

William Vieira de Souza e Fabíola da Silva Cordeiro
Enviado por William Vieira de Souza em 25/09/2016
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