Sistema educacional: todos somos inteligentes?

Segundo o dicionário Aurélio, “inteligência é a faculdade ou capacidade de aprender, apreender, compreender ou adaptar-se facilmente”. Dessa forma, devemos entender, que inteligência e sucesso acadêmico não são fatores de causa e consequência, pois, principalmente na última década, muitos educandos aprendem com facilidade adaptando-se ao sistema de aprendizagem ofertado e mesmo assim não são os indivíduos bem-sucedidos em sua vida - tanto profissional quanto pessoal.

Vale lembrar, portanto, que, conforme abordagens de estudos atuais, existem muitos tipos de inteligências humanas. Um, em específico, nos trará boa noção para explicarmos a inadequação do modelo educacional brasileiro. A Teoria das Múltiplas Inteligências (TMI) – Iniciada nos anos 80 por uma equipe de professores da Universidade norte-americana de Harvard e liderada pelo psicólogo Howard Gardner, explica, de forma espetacular, que a inteligência é um leque de capacidades, natas ou desenvolvidas, que cada indivíduo apresenta no decorrer de sua existência. Veja, abaixo, o conjunto de inteligências abordadas pela teoria:

• Inteligência linguística ou verbal: Domínio e gosto especial pelos idiomas e palavras. Predominante em poetas e escritores.

• Inteligência lógica-matemática: capacidade de confrontar e avaliar objetos. Habilidade de raciocínio dedutivo e para solucionar problemas matemáticos. Predominante em cientistas.

• Inteligência espacial: Capacidade de compreender o mundo visual com precisão, permitindo transformar e modificar percepções e recriar experiências. Predominante em arquitetos, artistas, escultores, geógrafos e jogadores de xadrez.

• Inteligência musical: Habilidade para compor e executar padrões musicais. Predominante em compositores, maestros e músicos.

• Inteligência corporal-cinestésica: Capacidade de controlar e orquestrar movimentos do corpo. Predominante em dançarinos, atores e jogadores de futebol.

• Inteligência interpessoal (um dos primeiros tipos de inteligências estudado, também chamada e definida como inteligência emocional): Habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros. Predominante em professores, religiosos, políticos, repórteres, psicólogos e pacifistas.

• Inteligência intrapessoal: Capacidade de se conhecer, mais rara inteligência sob o domínio humano. Permite o indivíduo identificar hábitos inconscientes e transformá-lo em atitudes conscientes.

• Inteligência naturalista: Sensibilidade para compreender e organizar objetos, fenômenos e padrões da natureza. Predominante em biólogos e geólogos.

• Inteligência existencialista: Capacidade de refletir e ponderar sobre questões fundamentais da existência. Predominante em filósofos, sociólogos e líderes espirituais.

Assim, a partir de agora, a inteligência humana deixa de ser estudada e mensurada como uma capacidade única, como estudada até meados dos anos 80 através da teoria do professor Alfred Binet com a utilização dos famosos teste de QI. A abordagem das múltiplas inteligências deveria transformar toda a base da educação brasileira, desde mudanças no métodos de avaliação até alterações profundas nas formas de ensino-aprendizagem. O presenciado, todavia, é totalmente o oposto: não existe alteração do modelo, arcaico, de educação; e, de maneira irracional, as autoridades públicas almejam (ao menos é o que dizem nas mídias de informações) a melhoria do ensino brasileiro.

Façamos a diferença para mudar todo esse quadro de inércia. Então, a partir de agora, devemos pensar de maneira mais ampla e fundamentada sobre os obstáculos intelectuais do corpo discente. Talvez, também, consigamos compreender o baixo desempenho educacional em algumas áreas do saber. E, ao final, resta-nos uma certeza: todas os indivíduos são inteligentes.

W Fortunato
Enviado por W Fortunato em 02/09/2016
Código do texto: T5748402
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