Meus professores.

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Eu tive muitos professores e professoras que me ‘marcaram’ muito, porque, na minha época, ainda se batia muito na escola, puxava-se orelha, ajoelhava-se no milho, essas coisas. Naquela época, era pedagogia moderna.
Eu acho que a coisa mais útil que eu aprendi na escola foi a ler e escrever, que é a base de tudo, e a fazer contas, as quatro contas aritméticas. Na minha época, não era matemática, era aritmética.
Eu estava tentando me lembrar da professora que me ensinou a ler e a escrever... na verdade, quando eu entrei na escola, eu já sabia ler e escrever.
Um professor que me marcou muito foi, já no Segundo Grau, um professor de FISICA, pois houve também uma história de amor..., que conseguia incutir no aluno um grande prazer não só pela leitura, mas em admirar a qualidade da prosa e da sua atitude para comigo e seu carinho. Através dele, eu descobri aquele que é, para mim, o maior autor da FISICA- matéria que eu detestava, mas quando ele apareceu comecei a gostar da matéria.
Bom, eu fico emocionada de lembrar-me dele. Ele era uma pessoa de muito bom humor, era sarcástico, contava muitas piadas. Eu fui uma das primeiras pessoas que começou a apreciar as babaquices que ele falava, comecei a ver ali algum rasgo de inteligência. Então, ele tinha uma coisa diferente dentro de si. Culpa por eu ter virado o que eu sou hoje. Qualquer reclamação vocês podem falar a outra professora. Outra que eu não poderia deixar de lembrar foi a que me apresentou era a dona Ofélia. Tão ruim e malvada.
Dizia ela vocês estudem! Parem de matar aulas, deixem de ser vagabundos e procurem dar valor aos bons professores que vocês têm. Mas, os professores ruins, tem mais é que sacanear mesmo. A outra foi uma professora de sociologia e, na aula dela, a gente fazia uma bagunça danada. Coitada, a gente fazia bagunça o tempo todo. Um dia, ela estava escrevendo no quadro-negro e a gente começou a jogar giz e papel nela. Ela virou para a gente chorando: “Hei”, parem de jogar papel em mim, parem de jogar coisas em mim. Eu não estou aqui porque eu quero, eu estou aqui porque eu preciso, eu preciso desse dinheiro, eu dou aula porque eu preciso desse dinheiro.  E virou para o quadro e continuou escrevendo. Então, a gente começou a tacar moedinhas para melhorar a renda dela. Ela desistiu da nossa turma. Foi uma professora inesquecível. “ Alunos”...! 

Comecei a fazer uma viagem no tempo. Revivi momentos agradáveis e outros que, na verdade, gostaria de esquecer.
Quando os professores se tornam inesquecíveis nem sempre são pelas suas características positivas, mas também porque foram professores “carrascos”, sem ética.
Tive, infelizmente, esses dois tipos de professores inesquecíveis.
Entrei na escola em (1966). O outro no ensino médio em (1982). Tinha seis anos e fui matriculada no 1º ano do antigo curso primário de uma escola da cidade de Araçuaí- MG, Grupo escolar Manuel fulgêncio.
Minha primeira professora, a qual deveria guardar boas lembranças, foi à professora inesquecível que não desejo a ninguém. Chamava-se Laura e como era baixinha apelidamos por Luciana.
Lembro-me que eu tinha uma vontade enorme de aprender a ler e escrever, melhor.... Porém sentia muita dificuldade. Eu era imatura e precisava de Dona Luciana ao meu lado, ajudando-me nas tarefas. Nada disso ocorreu. Dona Luciana tinha paciência com os alunos que logo aprendiam e estes eram elogiados e colocados como modelo perante a classe. Os “outros” (e eu estava incluída nesta categoria) tinham que seguir o exemplo dos bons alunos. Tudo por minha rebeldia.
Fui alfabetizada com ótimos boletins, que para mim era suave não tive nada. Em num determinado momento comecei a confundir as letras, principalmente m e n. x, ch, ou ss com ç. Isso ainda no primário.
Dona Ofélia, do primário, tão baixinha, e com uma voz alta e estridente berrava no meu ouvido batendo as mãos na minha carteira dizendo: “Você não vê que é m e não n, não vê? ”. Sem contar que me colocava de castigo no sol quente, fazendo escrever mais de (10) vezes, a mesma coisa. Era uma chata. Isso em minha cidade. Eu com sete anos.
Eu, morrendo de vergonha, ia me abaixando na carteira e chorava de medo daquele “monstro”. Claro que para mim escola passou a ser sinônimo de pesadelo. E Laura bruxa sem tamanho. Odiei esse nome por muito tempo.
O tempo passou. Continuei no mesmo colégio e também não guardo boas lembranças. Mas, as professoras das 2ª serie primário. Deparei-me com professora Cida. Essa sim, professora meiga, bonita, carinhosa e, como explicava bem! Tão diferente das outras.

Claro que eu estava mais amadurecida e entendia melhor. Mas, esta era paciente e tinha sempre uma história para contar. Nessa época passei a adorar a escola. Comecei a ver sentido em estudar. Nunca ouvi Cida gritar. “Assim comecei a amar a leitura depois de entender que tudo na vida é um jogo, ou quem está na chuva tem que se molhar”.
"Mas valeu dona Ofélia os seus ensinamentos".

 
2Q==
Dona Ofélia inmemorian-Araçuai- MG
Angelly Negreiros
Enviado por Angelly Negreiros em 02/09/2016
Reeditado em 02/09/2016
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