EDUCAR PARA A CIDADANIA
Em algum momento de sua vida escolar, quem já foi estudante deve ter perguntado ao professor (ou a si próprio) o seguinte: para que me servirá esse conteúdo? Ou ainda: professor(a), onde vou utilizar isso em minha vida? A resposta nem sempre era convincente, resumindo as justificativas de que isso seria útil na faculdade, ou no vestibular, ou pior ainda, você precisa saber isso para passar de ano.
Em seu artigo 2º, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei 9.393/96) diz que a educação deve ter por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A formação para o exercício da cidadania é destacada, principalmente, quando é discutido sobre a educação básica. Em tese, deveríamos preparar o estudante para ser um cidadão, para torná-lo um ser relfexivo, capaz de identificar as necessidades mais emergentes do meio onde convie, ou seja, é papel da família e da escola, preparar o estudante para a vida.
De que adianta o aluno decorar fórmulas sobre potencial e corrente elétrica e não entender como é feita a cobrança de seu consumo de energia elétrica? Ou ainda, o que adianta resolver inúmeros exercícios de colisões e quando viajar não respeitar os limites de velocidade? A educação só é efetiva quando resulta em mudança cultural e comportamental. Todo conhecimento sem alguma aplicação é inútil.
Vários educadores têm questionado o método de ensio que é aplicado hoje como Paulo Freire, Pedro Demo, Ubiratan D'Ambrosio, Libâneo entre outros, criticando a autal situação do Ensino. Ao invés de nos perguntarmos o que vamos ensinar, devemos nos preocupar com o porquê de se ensinar. O ensino deve estar intimamento ligado à realidade do aluno, levando em consideração o regionalismo, seus problemas e suas principais aspirações. Várias iniciativas têm tentado mudar essa realidade. Podemos citar como exemplo o Grupo de Reelaboração do Ensino de Física (GREF), de São Paulo, que propõem uma estrutura totalmente diferente de ensino, unindo os conceitos físicos a vivencia diária dos estudantes.
É importante analisar também que tudo isso vai além da sala de aula. Os professores quase sempre desmotivados por terem que trabalhar em condições cada vez mais insalubres, com salários indignos e tendo seus atos administrativos muitas vezes censurados, são obrigados a escolher entre tentar preparar o aluno para a vida, ou tentar preparar o aluno para provas de vestibuluares e concursos. Infelizmente o sistema não vai mudar tão rápido e também não será uma mudança sem traumas.
Em nosso mundo moderno, estamos rodeados de inovações tecnológicas, mudanças climáticas e ambientais, crises econômicas e mudanças no cenário político. Nós, professores, temos como nunca um prato cheio para levar nossos alunos a mergulhar profundamento no mundo do pensar relfexivo. Com tanto informação solta e disponível nos meios de comunicação, não seria mais interessante orientar o aluno a escolher e analisar melhor suas fontes? Então por que derramar mais conteúdo em cima desse estudante? Acredito que todos já estão cansados de aulas que são repetições de conteúdo ensaiados e cursos que nada mais são que um falatório sem fim, que, no final, formam pessoas que sabem reproduzir, mas não sabem, porém, inovar.
2º JJ 27:7