A importância das tecnologias no contexto escolar
Discutir a utilização das tecnologias da informação e da comunicação na práxis educativa exige uma reflexão do processo educativo e das práticas pedagógicas. Conforme D’Ambrósio (1999 apud VIEIRA, 2010),
Educação é ação. Um princípio básico é que toda ação inteligente se realiza mediante estratégias que são definidas a partir de informações da realidade. Portanto, a prática educativa, como ação, também estará ancorada em estratégias que permitem atingir as grandes metas da educação. (D’AMBRÓSIO, 1999, p. 2)
Por essa razão, cada professor precisa repensar seu fazer pedagógico a fim de que reformule seus conceitos e sua maneira de educar frente às novas realidades. Diante disso, a criatividade e a busca pelo conhecimento tornam-se imprescindíveis, uma vez que, ser educador, no momento atual, requer bem mais que conhecimento científico, mas também acompanhamento e atualização frente às tecnologias da informação e comunicação para alcançar uma maior aproximação com o educando, que domina com maestria essa tecnologia.
Talvez porque vivemos na era tecnológica, o termo tecnologia tem sido utilizado de forma enfática e constante na mídia, enfim no nosso cotidiano. Nietsche (1999) discorre sobre o fato de que muitas vezes, é usado de forma reduzida, ou significando tudo relacionado à era moderna, ou tendo um sentido restrito, ligado ao uso de equipamentos. Ainda segundo Nietsche (1999) outro equívoco é associar o conceito de tecnologia à informatização, à cibernética e à robótica, como se representassem por si só o conceito de tecnologia.
A tecnologia pode estar associada, também, ao modo moderno de viver, pois vivemos num mundo tecnológico, isto é, as residências, os locais de trabalho e de lazer estão repletos de tecnologias. Portanto, o caminho da modernização e da tecnologia, queiramos ou não, é inevitável.
No campo educacional, as tecnologias da informação e comunicação surgem como ferramentas de ensino para dinamizar as aulas. Nesse contexto, no entanto, ressalta-se que a figura do professor tem uma representação estratégica, pois é necessário que ele busque aperfeiçoamento para saber o que as tecnologias podem fazer, para depois saber o que fazer com elas, ou seja, saber escolher e utilizar os recursos adequados aos propósitos educacionais, cabendo a cada educador, no contexto do exercício profissional, a disponibilidade de envolvimento para aprender a aprender.
A utilização das tecnologias promove a contínua construção do conhecimento, seja pela motivação proporcionada através dos desafios das descobertas, da exploração de situações-problema, seja pelo prazer de aprender. Efetivamente, o grande desafio que as tecnologias trazem aos educadores é o de transformar o aluno em agente do seu próprio desenvolvimento intelectual. Nesse contexto, as tecnologias da informação e da comunicação oportunizam ao educador novas informações, atualizações e milhares de possibilidades de trabalho, como criar blogs com os alunos, transformar as aulas em pequenos vídeos, do professor e dos alunos, para trocar informações até com outras escolas, apreciação de filmes, trabalho com gêneros textuais, entre outras tantas.
Sob esse aspecto, destaca-se que as tecnologias da informação e comunicação são recursos didáticos que exercem um papel de suma importância, mas por si só, não são a solução mágica para a educação. O educador, inicialmente, precisa considerar e incluir a capacitação e, construir e administrar situações de ensino e aprendizagem servindo-se conscientemente das tecnologias, visto que, sem a qualificação, muitos permanecem com receio às tecnologias por não as conhecerem o suficiente para analisar seu uso e os benefícios que esses recursos trazem se bem utilizados, podendo contribuir para o processo de ensino-aprendizagem do educando e assim fazer com que o professor, ao inovar-se, esteja preparado para ver as tecnologias como aliadas à educação.
O caminho teórico percorrido referente à temática das tecnologias da comunicação e da informação frente ao processo de ensino e aprendizagem sustenta a tese de que a motivação dos educandos é consideravelmente despertada quando da utilização desses recursos nas escolas.
Na opinião de Valente (1993, apud SILVA, 2010, p.34) “a verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições de aprendizagem”. Com isso, ressalta-se que o verdadeiro compromisso educacional é com relação à construção contínua do conhecimento, onde o educador efetivamente assuma a dimensão educativa do ensinar e integre uma nova prática pedagógica incorporando as tecnologias.
Costa (1990, apud NIETSCHE, 1999, p.238) aponta que:
[...] o educador, no processo educativo, deverá fornecer aos indivíduos recursos, para que eles possam perceber o desconhecido, buscar informações e soluções para o que lhe é significativo, tentando solucionar, dessa forma, os problemas com que possam deparar-se.
Assim, utilizar as tecnologias da informação e comunicação na escola, em sala de aula, deixou de ser um mero recurso para ser uma “necessidade”, pois é através da modernidade que se poderá inserir o conhecimento escolar, fazendo o aluno realmente dar sentido ao que aprende, levando para a prática o cientificismo do professor. Celulares, Mps, blue rays, e tantos outros aparelhos podem facilitar a aula, passando até mesmo conceitos como ética, valores e filosofia, se bem utilizados. E quem mais do que o professor para repassar esses conceitos? Fica, então, o apelo para que a educação em geral incorpore a vida real, mostrando aos alunos que a escola não é só obrigação, mas o início de uma vida em sociedade com cidadania e capacidade para o trabalho e evolução intelectual.
Referências Consultadas
ALVES, Moisés Pereira. A Informática como Ferramenta Auxiliar na Construção do Conhecimento Dentro e Fora da Escola. Disponível em: < http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa3/leituras/biblioteca/ensaio.htm> Acesso em: 28 jun. 2010.
FILHO, Clovis Soares e Sá; MACHADO, Elian de Castro. O Computador como Agente Transformador da Educação e o Papel do Objeto de Aprendizagem. Disponível em: <http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa3/leituras/biblioteca/agente_transformador.htm> Acesso em: 28 jun. 2010.
NIETSCHE, Elisabeta Albertina. Tecnologia emancipatória: possibilidade ou impossibilidade para a práxis de enfermagem? Pelotas: Ed. Da UFPel; Florianópolis: UFSC, 1999.
SILVA, Nely Aparecida Pereira. Formação do professor em serviço. In: ALMEIDA, Fernando José de; ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini de. Aprender construindo: A informática se transformando com os professores. Disponível em: < http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa3/leituras/biblioteca/livro1.pdf > Acesso em: 28 jun. 2010.
VIEIRA, Fábia Magali Santos. A Utilização das Novas Tecnologias na Educação numa Perspectiva Construtivista. Disponível em: <http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa3/leituras/biblioteca/perspectiva_construtivista.htm> Acesso em: 28 jun. 2010.
________. Ensaio: A Informática Aplicada à Educação. Disponível em: <http://www.eproinfo.mec.gov.br/webfolio/Mod82139/etapa3/leituras/biblioteca/ensaio.htm >Acesso em: 28 jun. 2010.