A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Raimundo dos Santos Lima1 Dra. Rosângela Lemos da Silva2
RESUMO: Este trabalho discorrerá sobre a Evolução da Língua Portuguesa desde seus primórdios passando pelo português galego e se estendendo até os dias atuais. Questiona-se, por que o latim é considerado uma língua extinta? Se ele é falado no Vaticano, e é utilizado amplamente nos países usuários da língua portuguesa, no Brasil, por exemplo, utiliza-se o latim em várias situações de comunicação, principalmente no campo jurídico. Acredita-se que a Língua Latina falada na região de lácios se expandiu através das conquistas romanas a outros territórios, Acredita-se ainda que o português falado no Brasil tenha sua origem no Latim vulgar que foi transmitido pelos soldados romanos aos povos dominados. O objetivo deste trabalho é identificar os processos de transformações pelos quais a língua latina passou até chegar ao português falado no Brasil atualmente. E importante ter o conhecimento desse processo para que se possa compreender com mais exatidão a língua portuguesa, uma vez que uma parte significativa da gramática normativa tem como ponto de partida a língua latina.
Palavras – chave: Língua Portuguesa. História da língua. Transformações. Galego Português.
ABSTRATACT: This paper will talk about the evolution of the Portuguese language from its beginnings through the Galician Portuguese and extending to the present day. Question is why Latin is considered an extinct language? If it is spoken in the Vatican, and is widely used in the users of the Portuguese language countries, in Brazil, for example, Latin is used in various communication situations, especially in the legal field. It is believed that the spoken Latin language in lácios region expanded through the Roman conquests to other territories, is also believed that the Portuguese spoken in Brazil has its origin in the vulgar Latin that was passed by the Roman soldiers to the dominated people. The objective of this study is to identify the transformation processes by which the Latin language has to reach the Portuguese spoken in Brazil today. It is important to have knowledge of this process so that we can understand more accurately the Portuguese language, since a significant part of the normative grammar has as its starting point the Latin language.
Words - key: School education. Instruction. Student. Educator. 1 Acadêmico do sexto semestre de Curso de Licenciatura Plena em Letras pela Faculdade de Macapá – FAMA. 2 Pós-doutoranda em Direito pela Universidad Social Del Museo Argentino, UNSA, Dra. E Msc em Ciências da Educação pela Universidad Autónoma de Asunción- UAA. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Graduada em Licenciatura Plena em Letras pela Universidade Federal do Amapá- UNIFAP. Bacharelado em Direito pela Universidade Estácio de Sá Amapá- FAMAP..
1 INTRODUÇÃO
O latim é uma língua antiga, cuja história remonta aos tempos antes de Cristo, segundo Teyssier (1980) o latim é uma língua pertencente à família indo-europeia, tal como o grego, o sânscrito, o escandinavo antigo, o russo e várias outras. Teyssier (1980) menciona que nenhum traço material do, digamos, idioma original indo-europeu, o qual deve ter sido falado há cerca de cinco mil anos atrás, sobreviveu, mas a partir do estudo comparativo entre as várias línguas da família, os linguistas conseguem reconstruir vários elementos deste. O autor menciona ainda que a essa língua reconstruída dão o nome de protoindo-europeu, na visão dele não se sabe ao certo o local de origem dos falantes do indo-europeu, mas as teorias mais aceitas postulam que este seja em algum lugar da Estepe Pôntica ao norte do Mar Negro, na Anatólia região onde atualmente situasse a Turquia, ou talvez no Cáucaso, mais precisamente na atual Armênia. A partir de um destes locais, os falantes dessa língua teriam imigrado para as mais diferentes áreas da Europa e da Ásia. Os motivos dessa imigração são desconhecidos, assim como se conhece muito pouco sobre seus costumes, o pouco que se sabe provém dos estudos de linguística comparativa e de religião comparada. A temática a ser trabalhado neste artigo, intitulada “a evolução da língua latina”, refere-se a historicidade da língua em plenitude desde os tempos mais remotos até os dias atuais, pois acredita-se que o Latim é uma língua bastante utilizada na atualidade, uma vez que no Vaticano ele é utilizado nos mais variados contextos de comunicação. No meio jurídico também o latim é utilizado com muita ênfase, uma vez que muitos termos são utilizados na forma original da língua, seja para que a atuação do advogado parece mais bela ou para que ele se sinta mais confiante, ou ainda para tentar confundir o adversário, dificultando a contra argumentação. Percebendo-se que a língua latina é falada em vários lugares em contextos de comunicação, como já mencionado, é natural que se acredite na
sua perpetuação, então pergunta-se “por que alguns autores afirmam que o latim é uma língua morta? Acredita-se que a Língua Latina falada na região de lácios se expandiu através das conquistas romanas em outros territórios, uma vez que os conquistadores na maioria das vezes obrigam os conquistados a aceitar a cultura dos mais fortes, como é o caso dos soldados romanos. Acredita-se que o português falado no Brasil tenha sua origem no Latim vulgar que foi transmitido pelos soldados romanos aos povos dominados, na convivência com eles, o latim vulgar foi se propagando e acabou por chegar à Portugal ainda na época que este não era uma nação independente, evoluindo posteriormente para o português galego e em seguida para o português atual. O objetivo deste artigo é descrever criteriosamente como se deu a evolução da Língua Latina desde seus primórdios na região de lácios, passando pelo português galego até chegar ao português falado no Brasil, pois compreende-se que essa uma forma coerente de compreender melhor a gramática normativa do português. Nota-se que a compreensão das regras gramaticais da Língua Portuguesa perpassa pela de sua origem, ou seja, a língua latina que deu origem a tantas outras língua faladas atualmente em muitos países, pretende- se compreender ainda porque o latim é visto por muitos teóricos como uma língua morta, se ela é falada no Vaticano e estuda em tantos cursos, bem como utilizada em diversas situações de comunicação. Este artigo foi construído a partir de uma pesquisa exclusivamente bibliográfica, através de livros existentes no acervo da Faculdade de Macapá – FAMA, revista eletrônica, bem como através de materiais disponíveis no site Scientific Electronic Library Online - SciELO, este último foi escolhido por sua confiabilidade. 2 CONTEXTO HISTÓRICO.
Segundo Teyssier (1980) a Península Ibérica é inicialmente dividida em duas províncias a Hispânia Citerior e a Hispânia Ulterior. No ano 27 antes de Cristo, Augusto divide a Hispânia Ulterior em duas províncias: a
Lusitânia, ao norte do Guadiana, e a Bética, ao sul. Posteriormente, entre 7 a.C. e 2 a.C., a parte da Lusitânia situada ao norte do Douro, chamada Gallaecia, é anexada à província tarraconense. A área linguística do que virá a ser o galego e o português delineia- se, pois, desde a época romana nesse território, assim definido, a romanização fez-se de maneira mais rápida e completa no Sul do que no Norte. Os gallaeci, em particular, que habitavam a zona mais setentrional, se comparados aos outros povos, conservaram por mais tempo elementos da sua própria cultura. Teyssier (1980) menciona que os primeiros textos escritos em português surgem no século XIII. Nessa época, o português não se distinguia do galego, falado na província da Galícia. Essa língua comum o galego- português ou galaico-português é a forma que toma o latim no ângulo noroeste da Península Ibérica. O autor menciona que a romanização da Península Ibérica ocorreu por volta do ano 218 a.C. A chegada desse povo constituiu um dos episódios da Segunda Guerra Púnica. Dão cabo dos cartagineses no ano de 209 e empreendem, então, a conquista do país. Segundo Nogueira (2004) todos os povos da Península Ibérica, com exceção dos bascos, adotam o latim como língua e, mais tarde, todos abraçarão o cristianismo. Segundo Teyssier (1980) a invasão muçulmana e a Reconquista são acontecimentos determinantes na formação de três línguas peninsulares a saber o galego-português, o castelhano e o catalão. Estas línguas, nascidas no Norte, foram levadas para o Sul pela Reconquista. No Oeste em particular, a marca árabe-islâmica é muito superficial ao norte do Douro, ou seja, na região que corresponde hoje à Galícia e ao extremo norte de Portugal. À medida que se avança para o sul, ela vai se tornando mais saliente, sendo profunda e duradoura do Mondego ao Algarve. Foi na primeira destas regiões, ao norte do Douro, tendo talvez como limite extremo o curso do Vouga, entre o Douro e o Mondego, que se formou a
língua galego-portuguesa, cujos primeiros textos escritos aparecem no século XIII.
3 DO LATIM IMPERIAL AOS FALARES ROMÂNICOS
Na visão de Teyssier (1980) os três séculos passados entre a chegada dos germanos à Península e a dos muçulmanos não deixaram qualquer documento linguístico. Entretanto, a linha geral da evolução não admite dúvidas. Vê-se acelerar a deriva que transformará o latim imperial em proto-romance, e aparecerem certas fronteiras linguísticas. Uma destas fronteiras é a que vai separar os falares ibéricos ocidentais, donde sairá o galego-português, dos falares do Centro da Península, donde sairão o leonês e o castelhano. Ele acredita que provavelmente por essa época se desencadeia a evolução do grupo consonantal cl; ex.: oc’lu (de ocūlum). Nesta posição, c, pronunciado [k] passa a yod ([y]): oc’lu> *oylo. Esta evolução é comum a todos os falares hispânicos. Mas as consequências não serão as mesmas segundo as regiões, por exemplo em galego-português [-yl-] passa a [lh] palatal, ou “molhado”, ao passo que em castelhano passa à africada [dž], escrita j enquanto o leonês constitui uma zona de transição. O autor menciona que foi durante o período que se seguiu à invasão muçulmana que apareceram outras inovações específicas de que resultará o isolamento dos falares do Noroeste da Península, não apenas dos seus vizinhos do Leste, leonês e castelhano, mas também dos dialetos moçárabes que se desenvolvem no Sul. Com o passar dos anos a convivência entre os romanos e outros povos o latim foi sendo transformado e se expandindo, entretanto, ao mesmo tempo em que avançava a outras terras, perdia sua originalidade e ia sendo transformado. Assim, por exemplo, percebe-se que a existência, nos textos mais antigos, de um fonema /i/ átono final não pode dar margem para dúvidas. Encontra-se nos imperativos do tipo vendi, parti; nas primeiras pessoas do singular dos perfeitos fortes. Nas segundas pessoas do singular de todos os perfeitos, tais como: cantasti, partiste e em certas palavras como longi, viinti, eiri (“ontem”). Entretanto no início do século XIV, todas essas formas apresentam um e final, passando a vende, parte, estive, pude, cantaste, partiste. O sistema
reduz-se, então, aos três fonemas representados pelas letras “e”, “a” e “o”. Encontram-se grafias em “u” em lugar de “o” nos textos mais antigos. Teyssier (1980) menciona que em matéria de morfologia e sintaxe, a evolução que se processa do latim ao galego-português é semelhante à que leva às outras línguas românicas, em particular ao castelhano. A declinação nominal simplifica-se e acaba por desaparecer: sobrevivem apenas duas formas oriundas do acusativo latino, uma para o singular e outra para o plural. A morfologia verbal é consideravelmente simplificada. O sistema dos tempos e dos modos altera-se e multiplicam-se as formas perifrásticas. O futuro simples é substituído, como em toda a România ocidental, por uma perífrase construí da com habere amare habeo, donde se origina o futuro galego-português amarei.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se neste trabalho que mesmo o Latim não sendo falado como língua oficial de nenhum país, ele não pode ser considerado como língua morta, porém o Vaticano utiliza-se desse idioma para diversas situações de comunicação. Entretanto, é de bom tom lembrar que essa língua deu origem a tantas outras e que ainda está presente em diversas circunstâncias do cotidiano. Nesse contexto, pode-se considerar o Latim como sendo uma língua viva, uma que deu origem a milhares de palavras que continuam sendo utilizadas atualmente principalmente no campo jurídico. O Latim é oriundo da região do Lácio, em Roma, e deu origem às chamadas línguas românicas, entre elas, o português.
REFERÊNCIA
BECHARRA, Evanildo. Dicionário da Língua Portuguesa 1ª ed, Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2011.
NOGUEIRA, Camilo. História da Língua Portuguesa e Latina, disponível em: http://historiadalinguaportuguesa.weebly.com/, acessado em 25.05.2016, as 23:00h.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. Tradução para o português, Celso Cunha. Editora Martins.