O Poder do Hábito
Ainda na segunda metade dos anos 1970, numa histórica cidade de Alagoas, fui convidado pela diretoria de um Colégio de Freiras para ali colaborar como professor do ensino fundamental. O convite se deu em razão de ter sido colega de faculdade de uma pessoa que ali já ensinava. Portanto, a sugestão partiu dela, pela carência na disciplina para a qual fui convidado. Trabalhando no serviço público, com carga horária de apenas 6 horas diárias, por exigência da profissão, aceitei o convite, mesmo ainda não me sentido apto para a função de professor. Apenas pelo desafio de encarar algo novo, exigindo-me dedicação e estudo diário, não só na disciplina específica, mas na rigidez do Colégio, até então exclusivo para alunos do sexo feminino. Sendo um colégio de freiras, cuja Madre Diretora apresentava-se como de alto nível cultural e religioso, senti-me também no dever de recorrer à leitura da Bíblia, para, em determinados eventos, fazer algumas citações. E foi exatamente por isso que fui adquirindo maior confiança e não propriamente pela disciplina que ensinava. Num determinado evento, senti que ela me aprovava, quando disse: “Educação é a aquisição de bons hábitos”.
Assim, não basta dominar a disciplina, se o comportamento é incompatível com o papel que assumimos. Hoje, vemos que o sucesso do livro “O Poder do Hábito” aplica-se a qualquer época. Felizmente, foi graças às minhas atitudes que dali saí com louvor, merecendo o respeito e a atenção das minhas ex-alunas que, eventualmente, ao encontrá-las no Shopping, sou ainda tratado como “Professor”.