Claro Enigma. Matéria Vestibular Fuvest.

Claro Enigma.

Obra literária histórica formulada por Carlos Drummond, uma coletânea de 41 poemas divididos em seis seções: I entre Lobo e Cão 18 poemas; II Notícias Amorosas 07 poemas; III O Menino e os Homens; 04 poemas; IV Selo de Minas; 04 poemas; V Os Lábios Cerrados; 06 poemas; VI A Máquina do Mundo; 02 poemas.

Trabalho publicado em 1951 após sofrer uma grande decepção com o socialismo e sobretudo, com a Segunda Guerra Mundial, momento que levou o escritor abandonar sua militância política. O poeta está perplexo sem força para reagir, sua poesia deixa de buscar resposta, procura interrogar qual seria a perspectiva do mundo.

Desse modo, sem acreditar no liberalismo econômico, decepcionado com o socialismo, não defendendo nacional socialismo, melancolicamente, tematiza incertezas e angustias, atormentando o escritor não encontrando perspectivas políticas.

Primeira Seção.

Entre o Lobo e Cão.

Uma metáfora construída, exposição do mundo político, oscilação e o extremismo, de um lado o cão amigo do homem, animal fiel e companheiro do homem, o outro o Lobo representante dos ideários políticos.

Contrário ao convívio social, um predador da natureza, metaforicamente, a classe política, que inviabiliza a sociedade, o poeta escolhe diante de tal situação, a solidão, a melancolia. Portanto, o escritor dessa seção retrata o negativismo, não encontrando saída para o mundo político.

Segunda seção.

Notícias Amorosas, o poeta decepção política, dedica ao mundo romântico, entretanto, relata o amor desencontrado, sofrimentos e dificuldades. No entanto, descreve a condição humana perdida desarrumada, procura fugir, não sendo evidentemente sedutor.

Terceira seção.

Menino e os Homens, continua negativo pessimista, o poema reflete poesias de memórias, recordando de irmãos, amigos e pessoas falecidas.

Procura analisar o presente, os antagonismos que determinam o destino do homem, compreende a morte como futuro objetivo, diante de tal condição, como lidar com a vida precária, próxima ao fim e sem perspectiva política.

Quarta seção.

Selo de Minas, autobiografia entre a família Drummond e o Estado de Minas, elabora a trajetória dos caminhos mineiros, sobretudo, Minas no período colonial.

O papel do Estado, na política emancipatória e ao mesmo tempo a evolução do capitalismo e a destruição da natureza, refere como alusão o patrimônio histórico de Ouro Preto, seu desmoronamento, a destruição da própria história.

Quinta seção.

Lábios e Cerrados, utilização como figura de linguagem, sinônimo de mudez, o mais profundo silêncio, refere a memória da sua família, entendido também como memória esquecida, talvez de sua própria poesia.

Entretanto, faz recorrência as pessoas que morreram, que vivem por meio de recordações, pensa a favor do pai, lembranças, muito negativismo, poesia essencialmente pessimista, reflexão a respeito da aceitação da morte e sua ligação dom o tempo.

Com efeito, procura compreender as dores emocionais, um presente que denota essencialmente o passado, a ausência dos conhecidos.

Sexta Seção.

Máquina do Mundo relata sobre o homem, sua passagem pelo mundo, interrogações da vida, as soluções são oferecidas porém recusadas, pois para o poeta só existem questionamentos sendo que os mesmos direcionam a vida.

No livro encontra um poema com o mesmo nome da seção, com efeito, como melhor poema do século XX. Desde de antiguidade até a filosofia iluminista, a concepção que o mundo é de fato uma máquina.

Por meio do poema Carlos explica a vida, sua funcionalidade, a questão da vida e da morte, formuladas em uma perspectiva enigmática, tudo é essencialmente um grande mistério.

Motivo pelo qual as respostas dadas não eram desejadas, as explicações para o poeta constituem em grandes ilusões, usava o conceito de liberdade para lidar com indagações fantasiosas.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 10/05/2016
Reeditado em 10/05/2016
Código do texto: T5630915
Classificação de conteúdo: seguro