O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
Nascido em 1979, sob organização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES/MEC, o Programa Especial de Treinamento – PET – passa, a partir de 1999, a ser responsabilidade da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação – SESu/MEC. Nesta mudança, fase em que se consolidou o Programa, não apenas a coordenação foi modificada, mas também o nome, para dar mais ênfase à estrutura exigida pelo PET. Embora mantida a sigla, a configuração da proposta teve que sofrer alterações para dar resultados mais eficazes.
(...) constitui um incentivo à melhoria geral da graduação e um estímulo à criação de um modelo pedagógico, com alta correlação da futura atividade profissional com a formação acadêmica, em interação com o ambiente profissional. (SESu/MEC, 2009)
O PET – agora Programa de Educação Tutorial –, logo, surge numa perspectiva inovadora: indissocializar Ensino, Pesquisa e Extensão, pilares que regem os cursos de graduação. Atuando dentro de diversas temáticas Brasil afora, tal Programa supre as necessidades educacionais e acadêmicas de determinadas regiões, oportunizando o público discente a um alargamento de conhecimentos. Sendo uma forma contribuinte da formação universitária de muitos discentes, o PET atua na exploração cognitiva da construção de saberes e inovação dentro dos temas que desenvolve.
Ao longo da existência do PET é possível comprovar o impacto acadêmico e social deste programa tanto na preparação de jovens universitários que conjugam uma formação científica e técnica qualificadas, quanto na formação humana para o exercício pleno das suas responsabilidades sociais. (UFSC, 2007)
Coordenado por um tutor, geralmente com título de doutorado, o Programa mostra significativos resultados, os quais se conferem durante e após a participação de discentes que se tornaram profissionais de sucesso. Na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, os nove grupos ativos agem de forma diversificada dentre as temáticas em que se inserem, suprindo as necessidades da região onde atuam. Os grupos da UFRB se subdividem em três vertentes: 1. Conexão de Saberes; 2. Interdisciplinaridade; e 3. Cursos.
O PET da UFRB é formado pelos seguintes grupos: 1. Conexão de Saberes: UFRB e Recôncavo em Conexão; Acesso, permanência e pós-permanência na UFRB; Acesso e permanência de jovens de comunidades negras rurais no Ensino Superior; Socioambientais. 2. Interdisciplinaridade: Educação e Sustentabilidade; Mata Atlântica: Conservação e Desenvolvimento. 3. Cursos: Agronomia; Zootecnia; Cinema.
Tais grupos detêm bom desempenho dentro de suas áreas, tendo os tutores autonomia de interferir nos resultados e cobrar dos discentes petianos comprometimento na intensificação de suas atividades.
Assim, a interação dos grupos, embora não abarque toda a multicampia da Instituição, demonstra êxito em relação aos discentes petianos, que buscam no Programa o complemento de sua formação profissional, acadêmica e social.
RESULTADOS DO PROGRAMA NA UFRB
Intencionalmente, os grupos desenvolvem atividades de cunho diversificado, permitindo ao discente um melhor aproveitamento do tempo de participação no Programa e dando ao indivíduo suporte para desenvolver atividades não ligadas diretamente ao grupo. Desde cursos ligados à profissionalização até discussões acerca de determinadas temáticas, voltadas principalmente à sua área de atuação, o planejamento dos grupos se pauta na ampliação de saberes dos discentes. Mas não somente para quem é petiano, como também para toda a comunidade acadêmica.
O PET também tem o compromisso de disseminar para os demais alunos do curso de graduação a metodologia de gestão do conhecimento utilizado na educação tutorial, o que tende a modificar e a ampliar a perspectiva educacional de toda a comunidade acadêmica, reforçando parcerias e trocas que qualificam o ensino, em processo de mútuo aperfeiçoamento. (UFSC, 2007)
Como resultados na UFRB, os petianos desenvolvem atividades ligadas a seus cursos de forma eficiente, confeccionam produções bibliográficas acerca das temáticas discutidas em seus grupos, tornam-se autossuficientes em resoluções de situações adversas e, sobretudo, são capazes de refletir acerca da conjuntura social do meio em que vivem. Também, tornam-se cidadãos mais comprometidos com as causas sociais e acadêmicas, desenvolvendo estudos de diversos temas voltados a seus grupos.
Podem-se citar, dentre as atividades de alguns dos grupos, o encadeamento de projetos de leitura audiovisual (promovido pelos grupos Cinema e Conexões de Saberes: Socioambientais), o projeto Talhão Memória, para demonstrar uma parte da Mata Atlântica (sob coordenação do grupo Mata Atlântica: Conservação e Desenvolvimento), Ciclo de Debates, com temas voltados a questões sociais e acadêmicas (organização: Conexões de Saberes: UFRB e Recôncavo em Conexão; e Acesso, permanência e pós-permanência na UFRB), capacitação profissional (presente em todos os grupos). Alguns grupos, também, promovem aperfeiçoamento de discentes em informática (cursos de Microsoft Office, Corew Draw, por exemplo) e línguas estrangeiras (Inglês e/ou Espanhol), além de aprofundamento em estudos da Língua Portuguesa, para contribuir ainda mais na formação do petiano.
Além disso, os estudantes são estimulados a permanecerem no meio acadêmico, mesmo após a conclusão do curso de graduação, o que é o caso de muitos discentes que já passaram pela UFRB, dando continuidade ao estudo dos temas propostos em cursos de mestrado e, possivelmente, doutorado. Quando não permanecem no meio acadêmico, muitos executam suas atividades profissionais de forma eficiente e adquirem, em consequência, conscientização cidadã, crítica e ética.
(...) Os alunos bolsistas têm a possibilidade de se preparar para o exercício profissional de forma competente, crítica e ética por meio das atividades propostas e do efetivo acompanhamento de docentes tutores. (SESu/MEC, 2006)
O desenvolvimento de atividades no PET é, portanto, uma maneira eficiente de formação profissional, vista como ampliadora de horizontes e promotora de reflexões críticas acerca da sociedade atual.
REFERÊNCIAS
Do treinamento à educação tutorial: o PET na UFSC (1980-2007) / Pró-Reitoria de Ensino de Graduação/UFSC [organizadores: Vera Helena Moro Bins Ely, Giovani De Lorenzi Pires]. – Florianópolis: UFSC/PREG, 2007.
BRASIL. Portaria nº 01, de 17 de maio de 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=10092-portaria-01-2006-conexoes-de-saberes&category_slug=fevereiro-2012-pdf&Itemid=30192 (acesso em 14 de março de 2016).
Estudo Sobre os Egressos do Programa de educação Tutorial; PET 1979-2008 / Organizado por Ana Maria Iório Dias / [Et Al.] . – Fortaleza, CE: Brasil Tropical, 2009.
DISTRITO FEDERAL. Ministério da Educação. PET – Programa de Educação Tutorial / Relatório da Avaliação Nacional – 2006. Brasília, DF : Brasil Tropical, 2006.