O PROTAGONISMO JUVENIL COMO FORMA DE PARTICIPAÇÃO CIDADÃ: A GESTÃO EDUCACIONAL E SUAS POSSIBILIDADES

O PROTAGONISMO JUVENIL COMO FORMA DE PARTICIPAÇÃO CIDADÃ:

A GESTÃO EDUCACIONAL E SUAS POSSIBILIDADES

Danielle Abreu

RESUMO

O presente trabalho objetiva analisar a gestão educacional e suas possibilidades quanto a formação de competências leitoras para o desenvolvimento da cidadania em alunos do 4º ciclo do Ensino Fundamental, buscando-os a inferir sobre a importância do exercício da cidadania, pela leitura de textos de leis. Faz-se uma abordagem geral sobre a fundamentação teórica quanto a linguagem, a gestão educacional, e a leitura para cidadania. Utiliza-se e faz-se uso de textos no formato de cartilhas para facilitar o acesso ao conhecimento jurídico quanto a direitos e deveres do cidadão. Enfatiza-se os conceitos de leitura e sua importância para a formação do cidadão. Discute-se a utilização dos temas transversais, segundo determinação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, como forma de aproximação do aluno à sua própria realidade. Por fim, apresenta-se a metodologia, utilizada aqui como o método especifico da observação direta com levantamento de dados sobre o objeto pesquisado na escola “Unidade Estadual Júlio de Mesquita Filho” Utilizou-se aplicação de questionários com questões abertas e fechadas com o intuito de verificar o perfil dos alunos com o objetivo de avaliar a repercussão Aponta-se o nível de aproveitamento e aprovação nas sessões de leitura Os resultados demonstram que dos alunos entrevistados a maior parte deles gosta de ler, alguns não lêem porque consideram uma atividade difícil e cansativa. Verificou-se ainda a opinião dos entrevistados quanto aos tipos de textos que gostam de ler. Constata-se que há diversidade de preferências, havendo destaques narrativos, informativos, revistas de novelas e notícias semanais Observa-se que muitos dos textos que atraem mais os alunos não estão presentes na escola O tema em questão foi explorado e teorizado segundo a importância da linguagem como forma de interação e da leitura como uma ponte para a tomada da consciência e para o saber. E ainda pela a aplicação de temas transversais, que favorecem um maior contato dos alunos com a realidade Foi aprofundada, portanto, a intenção de usar a leitura como formação da cidadania e as inúmeras posibilidades na Gestão Educacional, priorizando o aprendizado do aluno.

Palavras-chave: Leitura. Cidadania. Gestão Educacional.

1- INTRODUÇÃO

A história do Brasil possui marcas insofismáveis que comprovam a dificuldade do exercício da cidadania no país, mesmo sabendo-se que, em uma sociedade democrática, uma condição básica para o exercício pleno da cidadania é a consciência e a prática dos direitos civis, políticos e sociais. Compreende-se, então, que um cidadão que detém os três tipos de direitos é aquele que se chama de cidadão pleno.

No contexto atual, em países em desenvolvimento, a cidadania é falha, pois as práticas econômicas excludentes geram o desemprego, não asseguram uma educação pública com qualidade, nem ocorre uma distribuição de renda igualitária, dentre outros, conseqüências impeditivas da afirmação da cidadania. De tudo isso, o que resta é a desigualdade social, o acesso difícil à justiça, uma educação escolar recebendo importância mínima; uma participação política irrisória, ou seja, uma cidadania limitada.

Motivados a conhecer e a entender a condição da escola na formação da cidadania e, por saber a relevância da leitura e do conhecimento que esta garante ao aluno na formação do senso crítico e da capacidade reflexiva, objetivou-se a realização deste trabalho que visa a uma cidadania inclusiva através da educação, pois a escola é um espaço privilegiado para a formação do cidadão, e que a cidadania é a base, o suporte de qualquer trabalho pedagógico, durante a formação básica do aluno.

O presente trabalho foi realizado na Escola Unidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, localizada no Bairro da Cohab, no período de 06 a 28 de junho de 2006, com os alunos da 7ª/8ª série da Educação de Jovens e Adultos – EJA e sua professora de Português, Maria José.

Pretendem-se incentivar o protagonismo juvenil, conscientizando-se os jovens sobre os seus direitos, tornando-os ativos na busca pelas garantias legais, para que estes exercitassem essas garantias na vida social e para que as leis não fiquem apenas no papel.

Para tanto, o presente trabalho terá como apoio teórico alguns representantes relevantes, como Vygostky, Travaglia, Koch, Geraldi, Alves, Freire, Silva, Lajolo e outros.

2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 - A Linguagem

A linguagem é um instrumento indispensável para que o homem possa conviver social e harmonicamente. É através dela que se adquire e se transmite valores e noções que passam a orientar a vida do ser humano. E é um dos mais importantes traços que distinguem o homem dos demais animais. Representa o elo que une o passado ao presente, as sociedades, os povos, os homens e ainda norteia o futuro. Assim, o homem se comunica e consegue perpetuar a espécie.

Por ser uma forma de interação entre os seres vivos, há diversos tipos de linguagens: há linguagens afetivas, corporais, simbólicas, lúdicas, eruditas, jurídicas, obscenas, cognitivas, denotativas, dentre outros.

Esses diversos tipos de linguagens são capazes de transmitir idéias, emoções, sentimentos, costumes, tradições, saberes e valores para o usufruto da sociedade, mas que são dependentes da produção sonora dos signos verbais, mesmo possuindo diferentes significados, seja por conta do contexto sociocultural, seja por sua própria individualidade. De outra parte, veja-se o pensamento de Vygostky (1998, p. 47) a respeito de linguagem e sonoridade:

[...] a linguagem não depende necessariamente do som. Há, por exemplo, a linguagem dos surdos-mudos e a leitura dos lábios, que é também interpretação de movimentos. Na linguagem dos povos primitivos, os gestos têm um papel importante e são usados juntamente com o som.

Então, pode-se indagar: o que é linguagem? Linguagem é saber lidar com as palavras e seus significados, é lidar e viver com o princípio das coisas; é conhecer, entender, enfim, ter consciência. A linguagem é um ato individual da vontade e da inteligência, onde o seu emissor faz uso de diversos sons, com pretensão de expressar sua forma de pensar. Isso decorre de uma natureza dona de mecanismos psicológicos e fisiológicos, considerada, portanto, uma natureza complexa. Além disso, é necessária a presença do interlocutor e dessa forma, a linguagem ocorrerá através do processo de codificação e decodificação dos signos que decifrará a mensagem. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000, p.23), a linguagem é:

Uma forma de ação interindividual orientada por uma finalidade específica, um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade, nos distintos momentos da sua história. Dessa forma, se produz linguagem tanto numa conversa de bar, entre amigos, quanto ao escrever uma lista de compras ou ao redigir uma carta – diferentes práticas sociais das quais se pode participar.

No entanto, a linguagem não funciona somente como uma máquina que opera de forma mecânica e automática, ou melhor, não funciona apenas como um instrumento de tradução de palavras; a linguagem abrange mais do que os significados de palavras, como um código capaz de transmitir uma mensagem, quanto a simples propagação dos pensamentos. Assim reconhece Leite (2002, p.22):

A linguagem não é nem simples emissão de sons nem simples sistema convencional, como quer um certo positivismo, nem tampouco tradução imperfeita do pensamento, vestimenta de idéias mudas e verdadeiras, como a concebe um pensamento idealista. Pelo contrário, é criação de sentido, encarnação de significado e, como tal, ela dá origem à comunicação.

O grande estímulo ao desenvolvimento da linguagem é exatamente a necessidade da comunicação, pois para interagir com outro homem, o ser humano inventa mecanismos, tais como: gestos, expressões e sons, para posteriormente utilizá-los como sistemas de linguagem. Nesse sentido, Jakobson (1973, p.23) enfatiza: “São essas possibilidades pré-fabricadas, mais ou menos comuns, que permitem a comunicação e são elas que permitem também a unidade, a continuidade de determinada língua”.

2.2 - A Gestão Educacional

Em razão do que foi explorado, depreende-se que cabe ao gestor educacional juntamente com o professor mobilizarem os conteúdos em torno da temática escolhida e dar início ao estudo e à objetividade de respeito aos diversos aspectos que compõem o exercício da cidadania.

Aparece a necessidade inelutável da avaliação do papel do professor, assumido como orientador do questionamento do aluno e não como repassador e controlador do processo de aprendizagem.

Segundo Demo (2003, p.68), o educador deve possuir um perfil de competência profissional, onde “o profissional [...] não é aquele que apenas executa sua profissão, mas, sobretudo quem sabe pensar e refazer sua profissão [...] resumida na aplicação mais coerente do ‘aprender a aprender’”.

Nesse contexto, seria uma forma de contribuir para o aumento da autonomia do indivíduo – leia-se do próprio aluno.

Coll (1994, p.136) chega a apresentar o “aprender a aprender” como finalidade última da educação numa perspectiva construtivista:

Numa perspectiva construtivista, a finalidade ultima da intervenção pedagógica é contribuir para que o aluno desenvolva a capacidade de realizar aprendizagens significativas por si mesmo numa ampla gama de situações e circunstancias que o aluno “aprende a aprender”.

Aos educadores caberia conhecer a realidade social não para fazer a crítica a essa realidade e construir uma educação comprometida com as lutas por uma transformação social radical, mas sim para melhor saber quais competências a realidade social está exigindo dos indivíduos.

A educação tem função de coesão social e, por isso, o papel da sociedade educativa está assentado em quatro fundamentos: a) aprender a conhecer; b) aprender a fazer; c) aprender a ser e d) aprender a viver em comum.

Os preceitos mencionados foram propostos como modelo de educação internacional por Jaques Delors em relatório da Comissão Internacional da UNESCO:

Para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo de toda a vida, serão de algum modo, para cada indivíduo, os pilares do conhecimento: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre meio envolvente; aprender a viver juntos a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes. É claro que essas quatro vias do saber constituem apenas uma dado que existem entre elas múltiplos pontos de contato, de relacionamento e de permuta.

Assim, o que se pretende ao trabalhar a educação do consumidor é que o aluno aprenda a conhecer o Código de Defesa do Consumidor e suas figuras como consumidor, fornecedor, produto (aprendizagem para o conhecer/ saber); aprenda a aplicar para ele e para a coletividade as próprias garantias da lei do consumidor (aprendizagem para o fazer); que aprenda a ser exigente, vigilante e ativo nesse tipo de relação (aprendizagem para o ser); que aprenda a manter boas relações, pois por conhecer o Código de Defesa do Consumidor irá respeitar fornecedor e outros consumidores, seus direitos e deveres.

As discussões sobre consumo na escola buscam explicitar as relações sociais nas quais se produzem as necessidades e desejos, produtos e serviços que irão satisfazer. O ato de conhecer e discutir sobre esses aspectos do consumo, compreender as relações, dependências, direitos vinculados e os valores a eles associados subsidiarão a compreensão da própria realidade da construção de uma atitude crítica.

Como bem afirma os Parâmetros Curriculares Nacionais (2004, p.343) se entendidos como orientadores, a escola e principalmente o professor, garantem a plena interação do aluno com a realidade no processo educacional:

Ao se conceber a educação escolar como uma prática que tem a possibilidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades, é papel da escola discutir como poderá atuar na educação das crianças, dos jovens na perspectiva da participação em relações sociais, políticas e culturais cada vez mais amplas, condições estas fundamentais para o exercício da cidadania de uma sociedade democrática e não excludente.

Alunos e professores encontram-se na sala de aula trazendo suas próprias vivências em situações que envolvam consumo, seja diretamente como protagonista da relação, seja indiretamente como testemunha. Ademais, certamente todos têm opiniões sobre as leis, suas aplicações, suas crenças ou desconfianças ou já viveram situações de desânimo na hora de reclamar seus direitos.

Esse tema no Ensino Fundamental e essas experiências com a educação do consumidor mostram que é importante para a construção da cidadania, atuando na conquista ou manutenção da qualidade de bens e serviços. Contribui para a eqüidade social, na medida em que prepara e estimula a defesa dos direitos à saúde, à educação e todos os demais que integram os direitos sociais.

Nesse sentido, é importante ainda tratar as formas de abordagem desse tema e sua relação com o aluno, com o professor e suas vivências. Por essa razão, faz-se necessária a seguinte passagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2004, p.363):

[...] a abordagem didática deve considerar os conhecimentos, procedimentos e valores dos educadores e alunos, de forma a favorecer a capacidade de pensar compreensivamente sobre eles, criando espaços de trabalhos pedagógicos na sala de aula, na escola, interagindo com organizações preocupadas com a temática existente na localidade, fomentando a troca de pontos de vista sobre experiências que devem ser problematizadas explicitamente.

Assinala-se, conforme o afirmado, a importância das metodologias de trabalho no desenvolvimento das atitudes e competências na aprendizagem de procedimentos importantes para a atuação dos cidadãos no âmbito das relações de consumo.

2.3 - Leitura para a cidadania

A leitura e todo seu processo de interação sujeito-texto-realidade são imprescindíveis para a formação de um indivíduo crítico e participativo e essas características são inerentes ao papel do cidadão. Kleiman (2003, p.90) sustenta que “as sociedades altamente tecnologizadas precisam de indivíduos que possam continuar o processo de aprendizagem independentemente, e para isso, o cidadão precisa ler”.

É nessa perspectiva que, nos dias de hoje, o aluno precisa estar em contato com sua realidade, lendo, trabalhando as informações, interagindo e tendo consciência do seu papel na sociedade.

Ler não é apenas passar os olhos por algo escrito, nem fazer a versão oral de textos descritos, mas sim garantir ao indivíduo um espaço na sociedade para a interação sistemática com a informação veiculada cotidianamente, contribuindo para a formação de cidadãos críticos na construção e reconstrução de novos conhecimentos, fazendo com que o indivíduo perceba-se como ser histórico social. Nesse sentido Dallari (1998, p.14) afirma que:

A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social.

É a leitura que transforma o educando em cidadão crítico, pensante, ativo e participante. É através dela (vista como processo de alfabetização dentro da escola e como prática freqüente e contínua, no ambiente escolar) que o indivíduo ascende socialmente e domina o saber.

Há que se buscar caminhos para a leitura crítica e criadora, na escola, para que o educando possa se sentir transformado pelo ato de ler:

A leitura é um objeto de conquista que segue junto a outra conquista: a conquista da leitura como pratica social. Se esta prática inexiste em nosso meio, não basta descobrir e denunciar suas razões históricas e atuais é preciso optar por uma mudança e construir essa mudança. (GERALDI, 1993, p.13).

Incentivar a leitura, através da elaboração de cartilhas como roteiro informativo e com linguagem acessível, é um grande passo na construção da cidadania, pois, através dela, é que o aluno não estará apenas fazendo a leitura em si, mas adquirindo conhecimentos e informações a respeito dos seus direitos e deveres.

Esta iniciativa certamente contribuirá para a mudança de comportamento do consumidor brasileiro, tornando-se o mais bem informado, consciente e racional em suas escolhas, o que certamente trará benefícios para toda a sociedade brasileira.

Portanto, é através da leitura que o leitor projeta sobre o texto seu conhecimento de mundo, seu conhecimento referente à língua em funcionamento - a linguagem - e seu conhecimento textual, por isso a relação entre leitura e cidadania.

3- METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

A metodologia, aqui explorada, surgiu como modo de obtenção dos dados que sustentaram a pesquisa. Utilizou-se o método específico da observação direta, onde o observador reúne condições em busca da certeza de uma atitude autocorretiva e também de atitudes éticas. Quanto ao tipo de pesquisa, tem-se, portanto, a observação direta da realidade com levantamento de dados sobre o objeto pesquisado.

Para Demo (2003, p.08), “a pesquisa inclui a percepção gradativa do sujeito que busca reconstruir as oportunidades pelo questionamento. O questionamento reconstrutivo, portanto, com qualidade formal e política, é o cerne do processo de pesquisa”. Não é possível sair da condição de objeto, sem formar consciência crítica da situação e contestá-la como iniciativa própria, fazendo do questionamento o caminho de mudança.

3.2 Universo e amostra

O universo da investigação foi a Escola de Ensino Fundamental Unidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, onde se realizou o projeto de leitura de leis, fica localizada na Av.2, s/n, I conjunto Cohab Anil e foi fundada na década de 70. Aproximadamente por volta dos anos 80 houve um incêndio no prédio, causando a perda de vários documentos (inclusive documentos sobre a história) da instituição.

A partir da pesquisa realizada na referida escola, através de visita técnica e aplicação de questionário, dirigida a Diretora Adjunta Professora Dorivan Luna, observou-se que a escola abrange todas as séries do fundamental, sendo que essas séries estão distribuídas nos três turnos.

O turno da noite é reservado ao terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental e recebe a nomenclatura de EJA (Estudo para Jovens e Adultos).

O Horário de funcionamento da Escola coincide com o início do primeiro turno (7h) e com o encerramento do último turno (22h).

Com relação às instalações físicas, a escola dispõe de 12 salas de aula, 01 pátio extenso para recreações, 01 quadra de esportes, 01 cantina, 01 biblioteca, 01 laboratório de informática, 01 sala de Diretoria Geral, 01 sala de Diretoria Adjunta, 01 sala de professores, 01 banheiro feminino e 01 banheiro masculino (em ambos há 05 boxes, sendo um próprio para deficientes físicos, com corrimão e lavabo).

O Estado de conservação predial não é dos melhores: quanto à iluminação, apesar das lâmpadas não estarem todas funcionando, ela é suficiente. A quadra de esportes encontra-se inativa, já que não tem equipamentos para funcionar, como as traves.

O estado de conservação do mobiliário das salas de aulas é precário, pois as carteiras encontram-se riscadas (por lápis e corretivo); algumas se encontram quebradas e as salas de aula já possuem quadros brancos (que foram colocados por cima do quadro negro), mas os mesmos não são bem cuidados, tornando-se manchados, o que dificulta a leitura.

A escola possui 03 aparelhos de TVs, sendo que 01 fica na biblioteca, 01 no pátio de recreação e 01 na Diretoria Adjunta. A Escola dispõe ainda de 01 aparelho de som (microsystem).

O corpo docente da escola, no período noturno, é composto por um quadro de 09 professores, sendo 05 para o ensino fundamental (nível 02), 03 possuem reclusão de carga horária e 01 para coordenação e supervisão.

A escola conta apenas com 03 funcionários para os serviços gerais e é totalmente desprovida de segurança, pois não tem vigia.

Além disso, tornou-se necessário fazer uma analisa do perfil dos alunos da 7ª e 8ª séries do ensino fundamental de educação de jovens e adultos (EJA), na faixa etária de 18 a 48 anos, da seguinte forma:

• 35 alunos estão matriculados, porém apenas 26 alunos freqüentam as aulas e, dentre esses, somente 20 fizeram parte da pesquisa;

• A maioria é composta por trabalhadores estudantes, cuja atividade laboral exercem com freqüência perto da escola;

• Para esses alunos, o EJA é uma forma de recuperar o tempo perdido, visto que carregavam longo histórico de reprovações e período de abandono, por falta de motivação e oportunidade, o que resultou em defasagem etária em relação ao nível de ensino.

3.3 Instrumentos para a coleta de dados

Segundo Fachin (2004, p.35), “é de suma importância definir os conceitos sobre os dados observados. Em razão disso, deve-se criar condições favoráveis ao observador e observado”. Surge, então, o trabalho com amostragens e instrumentos de pesquisa social como os formulários e questionários. Esse método confere ao pesquisador vantagens e oferece um conjunto de atividades mostrando-lhe o caminho a ser seguido e permitindo-lhe detectar erros e auxiliar nas decisões.

Os questionários aplicados, no primeiro momento da pesquisa, foram formulados com questões abertas, sendo estas as perguntas subjetivas e fechadas, as objetivas com o intuito de verificar o perfil dos alunos, diagnosticá-los e definir o grau de intervenção que seria feito no aproveitamento do Projeto.

Ainda nessa fase, foi aplicado um questionário quanto à leitura de leis. Num segundo momento, os questionários foram aplicados dentro dos mesmos critérios e parâmetros acima mencionados com o objetivo de avaliar a repercussão, o alcance dos objetivos e o nível de aproveitamento e aprovação nas sessões de leitura.

A técnica específica da pesquisa tem por finalidade recolher e registrar ordenadamente os dados relativos ao assunto escolhido como objeto de estudo.

Nesse contexto, a estatística serviu para auxíliar o projeto ao dar tratamento e interpretação aos dados coletados. Trouxe, assim, a média do resultado obtido através dos questionários aplicados na escola-campo. Essa técnica traduz em números cada situação deparada com suas distintas características, ainda a possibilidade de se fazer paralelos, bem como progresso do projeto nos alunos a cada estágio – leia-se começo, meio e fim - do trabalho de leitura em sala de aula.

É através da prática de leitura de texto que o sujeito-leitor se descobre, se envolve e se abre ao texto, elabora e reelabora significados e sentidos pela curiosidade. Produz assim o conhecimento, descobrindo e inventando idéias e linguagens.

A realização da prática de texto leva o aluno a refletir e entender sobre questões já vistas ou não, despertando o interesse do aluno como forma de interação. Dessa forma, visa desempenhar o uso crítico e a capacidade de executar melhor a cidadania e promover ainda a troca de experiências.

Pesquisar, por sua própria etimologia, significa procurar, indagar, perquirir, aprofundar-se na busca de um conhecimento. E para que isso ocorra de maneira satisfatória, toda e qualquer realização de pesquisa pressupõe uma série de procedimentos e meios para que a mesma seja possível.

A pesquisa dentro do presente projeto tem o objetivo de trazer dados e informações apriorísticas pertinentes ao meio social trabalhado – leia-se 8ª série do Ensino Fundamental - bem como relativas ao perfil dos alunos, a um diagnóstico e toda a estrutura referente ao campo de trabalho e aplicação do projeto de leitura.

No presente trabalho, não se pretende esgotar o universo de metodologias aplicadas a esse fim, tampouco gerar e implementar modismos desprovidos de fundamentação teórica.

É valiosa a interpretação de Fachin quanto à pesquisa e ao método científico: “entende-se que o método científico confere ao pesquisador inúmeras vantagens, oferecendo-lhe um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, mostrando-lhe o caminho a ser seguido, permitindo-lhe detectar erros e auxiliar nas decisões”.

Deste modo, cumpre esclarecer e analisar detidamente os critérios utilizados no presente projeto pedagógico de roda de leitura de lei do consumidor.

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Aqui, apontam-se os resultados da sondagem quanto à prática de leitura na escola.

A utilização de tabelas e gráficos faz-se necessária na exposição da coleta de dados, oferecendo melhor possibilidade para os comentários abordados.

Na primeira tabela, pode-se perceber a percentagem dos dados, quanto ao gosto pela leitura.

Tabela 1 - Dados quanto ao gosto pela leitura

1. Você gosta de ler? Quantidade %

Sim 12 60%

Não 04 20%

Leio quando é necessário 12 60%

Leio porque sou obrigado 00 0%

Não tenho tempo de ler 05 25%

Não leio porque não tenho livros 00 0%

Não leio mesmo tendo acesso a livros 01 5%

Não gosto de ler qualquer tipo de leitura 03 15%

Só gosto de ler aquilo que me interessa 04 20%

Gosto de ler tudo o que eu encontro 11 55%

Considero a leitura uma atividade difícil 01 5%

Considero a leitura uma atividade cansativa 04 20%

Leio muito, e por prazer. 05 25%

Em relação à questão acima, contatou-se que os alunos tiveram várias opções e respostas. Observa-se que dos alunos entrevistados a maior parte deles gosta de ler, alguns não lêem porque consideram uma atividade difícil e cansativa.

É importante que o aluno goste de ler e que a leitura esteja presente no dia-a-dia, tornando-se um hábito. Isto poderia mantê-lo informado além de servir de suporte para o seu desenvolvimento como cidadão.

Na tabela seguinte, verificou-se a opinião dos entrevistados quanto aos tipos de textos que gostam de ler.

Tabela 2 - Dados quanto ao tipo de textos que gostam de ler.

2. Que tipos de textos você gosta de ler? Quantidade %

Didáticos 05 25%

Informativos 08 40%

Jornalísticos/ Reportagens 08 40%

Científicos 05 25%

Literários 02 10%

Dissertações / Argumentativos 01 5%

Textos de músicas 07 35%

Teatrais 00 0%

Narrativos / Romances / Contos / Contos de fada / Fábulas 09 45%

Humorísticos: Charges / Tiras / Caricaturas 05 25%

Instrucionais: bulas, manuais, uso técnico; 01 5%

De correspondência: cartas / bilhetes / comunicação / ofício 06 30%

Textos de outras tipologias 00 0%

Revistas de novelas 10 50%

Revistas de noticias semanais 09 45%

Textos religiosos 07 35%

Nenhum tipo de texto 01 5%

Leis em geral (Legislação) 02 10%

Quanto aos tipos de textos constata-se que há diversidade de preferências, havendo destaques narrativos, informativos, revistas de novelas e notícias semanais.

Observa-se que muitos dos textos que atraem mais os alunos não estão presentes na escola. Urge, portanto, melhorar o acervo da biblioteca oferecendo recursos diversificados que poderão servir de atração aos alunos para o ato de ler. Segundo Barbosa (1994, p.21):

Ler é uma atividade voluntária, inserida num projeto individual e/ou coletivo. Na diversidade de situações com que se defronta, o leitor deve mobilizar estratégias adequadas de acordo com a sua intencionalidade no ler.

O professor, com a ajuda dos alunos, poderá trazer para a sala de aula recursos como jornais, revistas, livros de não-ficção, etc. E, ainda, aplicar a leitura livre. Com essa leitura os alunos estarão aptos a compreender, analisar, confrontar idéias, e, enfim, formular hipóteses indispensáveis ao desenvolvimento do leitor estudantil.

A leitura é um processo que requer um exercício diário de conquista, de envolvimento e de diálogo, para que o sujeito se construa quanto leitor, lendo a sua volta o mundo que o cerca, e nesse mundo, os textos com os quais vai compondo a sua história.

Além, disso, de acordo com a pesquisa realizada com os professores foi possível constatar que o trabalho do professor é ajudar o aluno a interpretar o mundo, a ler o que está acontecendo. Por isso, a leitura é vista como um processo dinâmico e como tal deve realizar-se de formas diversas a fim de atender as necessidades dos alunos. Nunca pode se limitar, exclusivamente, a um determinado livro.

Conforme assinala Kleiman (1999, p.62):

O significado de um texto não se limita ao que apenas está nele; seu significado resulta da interseção com outros. Assim, a intertextualidade refere-se às relações entre diferentes tipos de textos que permitem que um texto derive seus significados de outros. [...] Diz-se que todo texto remete a outros textos no passado e aponta para outros no futuro.

Na tabela 3 pode-se perceber como os textos são trabalhados me sala de aula, de modo a facilitar o aprendizados dos alunos, conforme os dados que seguem.

Tabela 3 - Dados quanto à realização de textos trabalhados em sala de aula

Como são trabalhados os textos em sua classe? Qte %

Os alunos lêem silenciosamente e depois fazem a compreensão oral, interagindo uns com os outros. 09 45%

Os alunos lêem em voz alta e depois a professora faz as perguntas de compreensão. 09 45%

A professora faz a leitura e depois lança perguntas aos alunos. 10 50%

Cada aluno lê uma parte do texto e ao final a professora faz as perguntas orais e escritas. 07 35%

Os alunos não lêem textos na sala de aula, apenas em casa. 00 0%

Outras formas 05 25%

Não respondeu 02 10%

Na tabela 3, nota-se que os textos são utilizados através da prática de leitura oral e silenciosa havendo a participação do professor e aluno respectivamente.

O professor deve trabalhar diariamente com a leitura que pode ser realizada de forma silenciosa e em voz alta, individualmente ou em grupo. A leitura oral precisa-se fazer sentido na atividade do aluno, e, este deve sempre ler o texto silenciosamente, com antecedência, uma ou varias vezes.

A leitura oral pelo professor também é importante, para que o aluno perceba os sons, as pronúncias e as entonações das palavras.

A aprendizagem só é possível se os alunos estiverem motivados e interessados. O interesse corresponde à personalidade e desenvolvimento intelectual do aluno. “O interesse é a pedra de toque do progresso, do prazer e da utilidade da leitura. É gerador de toda atividade voluntária à leitura”. (Bamberger, 1987, p.31).

Urge, portanto, que o professor faça um diagnóstico dos alunos em relação à leitura para que essas causas venham desaparecer com a prática da leitura a ser desenvolvida de forma harmônica e dialética.

É necessário que haja, antes de tudo uma melhor conscientização sobre os diferentes tipos de leituras. O professor, o aluno e demais membros da comunidade devem estar coesos nesse processo, para que a leitura seja praticada de forma interdisciplinar para a formação do aluno, tornando-o assim um bom leitor.

A leitura de leis torna-se necessário para que o aluno venha exercer a sua cidadania, tendo consciência dos seus atos, sabendo cumprir os seus deveres, e exigir os seus direitos.

Alguns procedimentos foram imprescindiveis para um melhor entendimento da investigação que aqui se realizou. Como segue.

Inicialmente, promoveu-se a distribuição dos textos “O significado de algumas palavras” e “Consumidor! Preste atenção nos seus direitos básicos” para os alunos e para a professora da escola, onde todos receberam uma cópia.

Todos realizaram a leitura silenciosa dos textos e depois, alguns voluntários foram requisitados para lerem em voz alta fragmentos dos textos, a fim de praticarem a oralidade. A cada voluntário que leu um fragmento do texto, uma monitora questionou o entendimento do fragmento lido e posteriormente explicitou, exemplificando aquele determinado assunto.

Para a finalização dessa atividade, abriu-se um tempo para que os alunos questionassem, esclarecendo todas as possíveis dúvidas que surgiram.

Ao realizar a leitura dos textos: “O significado de algumas palavras” e “Consumidor! Preste atenção nos seus direitos básicos” o aluno passou a conhecer os significados das palavras chaves sobre o CDC, e passou a ter mais facilidade para compreender essa lei que assegura seus direitos enquanto consumidor, pois ele já sabe identificar numa relação de consumo, quem é o consumidor, o fornecedor, o produto em questão, que tipo de serviço foi prestado, se houve contrato ou não, etc.

De posse desses significados, o leitor conheceu seus direitos básicos, enquanto consumidor, passando a entender quais são os tipos de direitos e porquê o consumidor possui tais direitos.

Ao finalizar essa atividade, observaram-se as ações desenvolvidas pelos alunos no decorrer do processo. A partir do momento que eles passaram a deter o conhecimento do significado das palavras primordiais e ao entrarem em contato com os direitos básicos, eis que surgiram os primeiros questionamentos. Esses questionamentos tornaram evidente o interesse dos alunos pelo assunto, a proteção do consumidor, demonstrando que eles já possuem o desejo de conhecer a fundo os seus direitos de consumidor.

Obteve-se como resposta à leitura de alguns textos as seguintes competências e habilidades:

Tabela 4 - Competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos a partir da leitura do texto 03

Competências Habilidades

Capacidade de julgar textos orais e escritos, transformando-os. Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes situações de relação de consumo de lazer.

Conhecer as temáticas abordadas no texto “O jovem e o consumo nos momentos de lazer”. Utilizar-se das linguagens como meio de expressão e colocar-se como protagonista no processo de produção/ recepção.

Capacidade de discutir, opinar e gerar textos orais e escritos em qualquer situação comunicativa. Analisar, interpretar e dramatizar as temáticas, relacionando os textos com seus contextos, de acordo com as condições de produção/ recepção (intenção, interlocutores e propagação de idéias e escolhas).

No primeiro momento, solicitou-se que a turma fosse dividida em quatro grupos iguais. Após a divisão da turma, com os quatro grupos já formados, explicou-se o motivo da criação dos mesmos: cada grupo recebeu um tema sobre “O jovem e o consumo nos momentos de lazer”, depois realizaram a leitura, discutiram entre si e criaram situações com essas temáticas para serem dramatizadas. Finalizada a explicação da tarefa, fez-se o sorteio das quatro temáticas entre as equipes, para que não houvesse conflitos. Feito o sorteio, distribuíram-se os temas para as equipes de acordo com o sorteio realizado.

As competências e habilidades desenvolvidas durante essa fase do projeto são as que seguem da seguinte forma na tabela:

Tabela 5 - Competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos a partir da leitura de texto

Competências Habilidades

Adotar um novo comportamento enquanto consumidor. Praticar pesquisas de preços antes de realizar uma compra.

Capacidade de refletir sobre o marketing usado pelos fornecedores. Agir com cautela nos momentos das compras.

Conhecer com clareza as propagandas, promoções e liquidações. Esclarecer todas as dúvidas sobre as propagandas, promoções e liquidações com o fornecedor, antes de realizar a compra.

Tomar conhecimento da importância da nota fiscal e da garantia do produto. Exigir sempre a nota fiscal e a garantia do produto comprado.

Analisar a qualidade do produto que se deseja comprar. Realizar o teste do produto antes de finalizar a compra.

Primeiramente, organizou-se a turma nos quatro grupos criados para a dramatização. Logo se distribuiu os textos, um para cada aluno. Com os textos em mãos, realizou-se a leitura silenciosa. Após a leitura silenciosa, os grupos discutiram entre si o que entenderam dos textos.

Com o término das discussões, as monitoras intervieram, fazendo as devidas explicações, apresentando situações problemas para os alunos responderem oralmente e respondendo aos questionamentos dos alunos para esclarecer as possíveis dúvidas que surgirem.

No fim dessa atividade, as monitoras comunicaram aos alunos que estava sendo providenciado a participação de um advogado no projeto, mas enfatizaram que não era garantia, para causar uma certa ansiedade nos alunos, pois o advogado já era fato confirmado.

Ao obter as informações da cartilha de direitos do consumidor, os alunos demonstraram o interesse em aplicar o conhecimento adquirido sobre os deveres do consumidor nas relações de compra de produtos. Conhecendo seus direitos e deveres passaram a ter noções dos cuidados básicos que devem tomar nas compras construindo a consciência de que podem, agindo assim, evitar futuros problemas.

Com essas informações que aborda os cuidados que se deve ter ao ir às compras, o aluno se conscientizou de que precisa adotar uma nova postura quando for às compras.

Este texto, torna o consumidor um ser mais cauteloso, capaz de diferençar a qualidade dos produtos ofertados, realizar uma compra com critérios, exigindo sempre a nota fiscal, a garantia; além de não se iludir com propagandas, liquidações ou promoções; realizando pesquisa de preços; realizando o teste do produto que deseja comprar, entre outras medidas cautelosas.

5. CONCLUSÃO

O presente trabalho expõe uma nova linha de abordagem de leitura no Ensino Fundamental, voltada para uma cidadania que se fortalece através do contato e da interação do aluno com as leis – em especial, a lei de defesa do consumidor.

O tema em questão foi explorado e teorizado segundo a importância da linguagem como forma de interação e da leitura como uma ponte para a tomada da consciência e para o saber. E ainda pela a aplicação de temas transversais, que favorecem um maior contato dos alunos com a realidade.

Foi aprofundada, portanto, a intenção de usar a leitura como formação da cidadania.

A proposta de leitura da lei de defesa do consumidor torna-se, dessa forma, um exemplo de ação pedagógica que abrange todos os aspectos teóricos explanados. Não se pretendeu exaurir o tema, pela realização das atividades propostas no projeto, mas sim dar subsídios aos educadores, mostrando que é possível, e de grande interesse por parte dos alunos, unir e interagir os educandos com a realidade que vivenciam, seja no aspecto cultural, econômico, político, ambiental, etc.

Trata-se, assim, de um guia significativo, para construir com os alunos textos e contextualizações de seu cotidiano, nas proporções que os estimulem a pensar criticamente sobre o tema consumo.

Além de terem sido promovidas discussões sobre um tema tão atual, pode-se, ainda, constatar o desenvolvimento de diversas competências e habilidades pelos educandos, dentre outras citadas no curso do trabalho:

• Conceituar cidadania;

• Adotar um padrão de reflexão sobre a cidadania;

• Utilizar-se das linguagens como meio de expressão e colocar-se como protagonista no processo de produção/ recepção;

• Capacidade de discutir, opinar e gerar textos orais e escritos em qualquer situação comunicativa;

• Adotar um novo comportamento enquanto consumidor;

• Conhecer os órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC.

Face o conteúdo abordado e os resultados alcançados metodologicamente, concretiza-se o objetivo do projeto ao tratar a temática do consumidor, através da leitura de textos legais, como forma de exercício da cidadania.

É dessa maneira, com interesse de participação e interação na sociedade, que os alunos podem ser apresentados a uma nova escola, que insere em seu papel a possibilidade de ser um veículo essencial e enriquecedor para formação de cidadãos.

ABSTRACT

The article presents objective demonstrate the educational management and your possibilities for formation of reading abilities to the citizenship development in students of 4º cycle of Fundamental education, and to show them the importance of citizenship practice though the law tests reading .By making general approach on language, analyzing the conditions of the juridical language. is used as well as spelling book – like texts to facilitate the access to the juridical knowledge rights and duties. Emphasize the reading concepts and their importance to the citizen formation. Discuss the use of transverse themes, according to the National Parameter curriculum resolution as a way of approaching student to his own reality. Finally, show the methodology, competence and abilities developed, and also the procedures and results obtained in the reading proposal at “Estate Unity Júlio de Mesquita Filho”school.

Key-words: Reading. Citizenship. Management Educational.

REFERÊNCIAS

ALVES, Virgínia Colares Soares Figueiredo. Inquirição na justiça: estratégias lingüístico-discursivas. Porto Alegre: Santo Antonio Fabris Editor, 2003.

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Ática, 1987.

BEZERRA, José de Ribamar Mendes. Análise do discurso: uma linguagem do poder judiciário. Curitiba: HD Livros Editora, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

CAINZOS, Manoel. “O consumo como tema transversal”. In BUSQUET, Maria Dolors. Temas transversais em educação: bases para uma formação integral. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998.

CARTILHA DE DIREITOS DO CONSUMIDOR. Disponível

em:http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/consum/consumidor_cartilha.html

Acesso em: 25 maio 2006.

CARTILHA DO CONSUMIDOR. Disponível em:

<http://www.mj.gov.br/dpdc/servicos/ publicacoes/CARTILHA%20DO%CONSUMIDOR_web.pdf> Acesso em: 27 maio 2006.

___________. Educando para o consumo. Disponível em: <http://www.oab- rj.org.br/arquivos/cartilhaconsumidorfevereirointernet.pdf> Acesso em: 27 maio 2006.

CIDADANIA. O jovem e o consumo nos momentos de lazer. Disponível em: <http://vounessa.terra.com.br/cidadania/cartjovem.asp> Acesso em: 26 maio 2006.

COELHO, Maria de Lourdes. Consumo e espaços pedagógicos. São Paulo: Cortez, 1996.

DALLARI, Dalmo. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998.

DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 6. ed. São Paulo: Editores Associados, 2003.

FACHIN, Odília. Fundamentos da metodologia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

FREIRE, Paulo. A importância de ler. 29. ed. São Paulo: Cortez, 1994.

GRAMSCI, Antônio. Concepção dialética da história. Rio de Janeiro, 1978.

_________. Maquiavel a política e o Estado Moderno. Tradução Luiz Mario Gazzane. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1984.

GERALDI, João Wanderley. “Concepções de linguagem e ensino de Português”. In GERALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de aula: leitura & produção. Cascavel: Assoeste, 2002.

JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. 6. ed. São Paulo: Cultrix, 1973.

KASPARY, Adalberto J. Linguagem do Direito. Disponível em: <http://www.espaco.vital.com.

br/ARTIGOADALBERTO30062003.HTM> Acesso em: 02 jul. 2006.

KLEIMAN, Ângela B. Leitura e interdisciplinaridade: tecendo redes nos projetos da escola. São Paulo: Mercado de Letras, 1999.

_________. Texto e leitor: Aspectos cognitivos da leitura. São Paulo: Pontes, 1989.

KOCH, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2002.

LEITE, Lígia Chiappini de Moraes. “Gramática e literatura”. In GERALDI, João Wanderley (org). O texto na sala de aula: leitura & produção. Cascavel: Assoeste, 2002.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

MARQUES, Luiz Guilherme. A simplificação da linguagem no juizado especial cível. Disponível em:

<http://www.amb.com.br/portal/?secao=artigo_detalhe&art_id=76> Acesso em: 03 jul. 2006.

MELO, Viviane Rodrigues. Hermetismo jurídico: tecnicidade pode afastar sociedade da Justiça. Disponível em:

<http://conjur.estadao.com.br/static/text/42565,1> Acesso em: 03 jul. 2006.

MORAES, Alexandre. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, 2002.

MORENO, Montserrat. Temas transversais: um ensino voltado para o futuro. In BUSQUET, Maria Dolors. Temas transversais em educação: bases para uma formação integral. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998.

NAHUZ, Cecília dos Santos; FERREIRA, Lusimar Silva. Manual para normalização de monografias. 3. ed. Ver. Atual. E ampl. São Luís, 2002.

O QUE É CIDADANIA. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/sos/textos/oque_e_ cidadania.html> Acesso em: 25 maio 2006.

PINTO, Oriana Piske de Azevedo Magalhães. Pela simplificação da linguagem jurídica: ninguém valoriza o que não entende. Disponível em: http://www.amb.com.br/portal/?secaO =artigo_detalhe%art_id=220> Acesso em: 02 jul. 2006.

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura, 6. ed. São Paulo: Cortez, autores associados, 1992.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo; Cortez, 2005.

VYGOSTSKY, Lev Semenovicth. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.