A OBESIDADE E OS PROBLEMAS PSICOLÓGICOS E SOCIAIS NO INFANTO-JUVENIL

Francisco de Paula Melo Aguiar

O infanto-juvenil portador de obesidade serve chacota na escola, na sociedade e na família, isso atualmente chama-se de bullying, que tem gerado muita confusão em tais instituições, o que levou o governo brasileiro a adotar legislação própria para o enfrentamento de tal crime. As gozações tem gerado estresse psicológico

e social intenso, assim, “os efeitos físicos da obesidade em crianças incluem dificuldade em manterem-se em atividades físicas, problemas para dormir, e com dificuldades para respirar”, e além do mais, “clinicamente efeitos significativos na aprendizagem e memória função têm sido documentadas em crianças com apneia obstrutiva do sono, como conseqüência da obesidade” (ABREU, 2010, p. 8).

Pesquisas apontam que a obesidade tem “múltiplas causas e é o resultado de complexas interações entre fatores genéticos, psicológicos, socioeconômicos, culturais e ambientais” (BLUMENKRANTZ, 1997 apud BROWNELL, 1999).

Não é por acaso que questões familiares, sociais, escolares e psicológicas envolvem direta e indiretamente a obesidade, uma verdadeira intrusa na vida do infanto-juvenil, algo superior ao próprio físico do ser humano. O infanto-juvenil obeso é sempre excluído e ou deixado de lado nas atividades dos demais escolares. Assim sendo, “muitas vezes, o obeso tem dificuldade de lidar com a agressividade e de se defender, o peso adquire um valor simbólico de força, de capa protetora de gordura” (CAMPOS, 2004, p,102).

Não é preciso necessariamente a prática intensa da aeróbica para provocar satisfação psicológica e bem assim benefícios positivos (WEINBERG; GOULD, 2001). Isso é possível se perceber através do humor e do estado psicológico de seus participantes.

Estudos mencionam de que altas atividades e ou exercícios físicos por parte dos infanto-juvenis são fatores positivos no desenvolvimento da própria auto-estima, levando em consideração de que o “tempo gasto em atividades sedentárias é inversamente correlacionado com níveis moderados de atividade física, enquanto auto-eficácia e influências sociais são correlacionadas com atividade física mais intensa” (STRAUSS et al, 2001, p. 897).

A saúde psicológica das pessoas é influência através da prática de exercícios anaeróbicos e por similaridade e ou por analogia aos aeróbicos, conforme estudos de SAMULSKI (2002).

Dentre os estudos e/ou pesquisas que mencionam o uso da atividade e/ou exercício físico para reduzir os níveis de raiva, de depressão e de ansiedade individual (BERGER; MCLNMAN apud SAMULSKI, 2002).

Os exercícios e/ou atividades físicas tem diversas explicações de ordem psicológicas, assim “esquecer ou dar um tempo nos problemas diários, sensação de

controle, sentimento de competência e auto-eficácia, interações sociais positivas e melhora do auto-conceito e auto-estima”, segundo WEINBERG; GOULD (2001).

Em síntese, os pesquisadores CUMMINGS; VANDEWATER (2007, p. 684-689), mencionam que 36% (trinta e seis por cento) dos infanto-juvenis americanos com idade de 10 (dez) a 19 (dezenove) anos de idade, participam de exercícios e ou atividades físicas, em média uma hora durante a semana e uma hora e meia por dia durante os finais de semanas. Por outro lado, faz uma comparação simplista com os infanto-juvenis não jogadores, onde os mesmos usam o tempo de outra forma, ou seja, tal tempo não é dedicado a leitura e ou lições de casa, sendo o referido tempo gato com videogame, uma ação sedentária e negativa, por analogia as atividades diárias desenvolvidas pelos amigos e pelos seus genitores. A obesidade é fértil nesta tipologia comportamental diária.

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REFERENCIAS

ABREU, Joana. Obesidade infantil: abordagem em contexto familiar. Porto: Funchal, 2010.

BROWNELL, K. D., e O’Neil, P. M. Obesidade: Manual clínico dos transtornos psicológicos. Artmed, p. 355-403. Porto Alegre, 1999.

CAMPOS, A. L. R. Aspectos Psicológicos da Obesidade In: FISBERG, M. (Coord.). Atualização em Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, 2004, p.97-102.

CUMMINGS, H.P.; VANDEWATER, E.A. Relation of adolescent video game play to time spent in other activities. Archives of pediatrics and adolescent medicine. v.161, n.7, p.684-689, 2007.

SAMULSKI, D.M. Psicologia do esporte. Barueri/SP: Manole, 2002.

STRAUSS, R.S.; RODZILSKY, D.; BURACK, G.; COLIN, M. Psychosocial correlates of physical activity in healthy children. Archives of pediatrics and adolescent medicine. v.155, n.8 p.897-902, 2001.

WEINBERG, R.S.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. 2.ed. [Trad.: Maria Cristina Monteiro]. Porto Alegre/RS: Artmed, 2001.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 31/01/2016
Reeditado em 31/01/2016
Código do texto: T5529126
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