OBESIDADE INFANTO-JUVENIL

Francisco de Paula Melo Aguiar

“Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias”.

ECA/1990

Nada no mundo começou por acaso. Assim a educação física, por exemplo, teve origem em tempos remotos do homem primitivo, levando-se em consideração o mesmo necessitava instrumentalizar e ou desenvolver suas capacidades físicas e corporais para enfrentar e ter sucessos em seus desafios, haja vista ser uma questão de sua própria sobrevivência e ou de vida e ou morte. É importante ressaltar de que tudo isso ocorreu de maneira assistemática e ou de forma inconsciente, embora que é neste tempo que vamos comprovar e ou historicamente verificar a existência dos primeiros registros envolvendo a força física humana.

Diante de tal informação, o corpo humano, a partir de então vem adquirindo anatomia própria, como resultado da evolução do refinamento e enfrentamento realizado pelos ancestrais da humanidade em seu aprendizado primitivo, que precisavam: nadar, correr, pular, levantar, dentre muitos outros exercícios e ou treinamentos para manter sua sobrevivência na paz e na guerra.

De modo que tais princípios, a partir daí vem sendo aperfeiçoados desde os tempos primitivos da humanidade aos dias atuais, tendo como base as necessidades de saber atacar e saber defender-se, pois, somente assim é possível com precisão mostrar processualmente sua evolução a agilidade, a força e a destreza, pois, diante de tais qualidades, o homem se torna privilegiado em relação aos animais irracionais. Não é por acaso que o polegar humano, apresenta desenvolvimento que possibilita arremessamentos.

A história nos revela que foi no Oriente onde os seres humanos se tornaram mais civilizados, haja vista a prática de exercícios, pois, lá tais exercícios tinham um significado moral em termos de preparação para o exercício diário da vida em sua integralidade. O ensino e a religião indiana nos tempos primitivos eram unidas as atividades físicas corporais da referida sociedade, inclusive certas práticas conferiam e ou serviam a guerra como maneira e ou forma de aprimoramento das próprias qualidades físicas e motoras do pessoal guerreiro.

É na sociedade grega antiga onde tem origem o berço dos esportes, fato este que ocorreu justamente no instante em que a prática da atividade física tinha grande importância e além do mais estava umbilicalmente ligada a espiritualidade e a intelectualidade, aqui representadas pela mitologia e pela filosofia vivencial, pois, ter um corpo belo e definido, tinha bons olhares, saúde, vitalidade, destreza e força. É diante disse que os gregos criaram os jogos olímpicos, espetáculo máximo da terra para homenagear os deuses através da prática de competições as mais diversas possíveis e até então conhecidas. Uma verdadeira epopéia.

No Brasil a educação física teve origem a partir da miscigenação cultural envolvendo os índios, brancos, negros e demais imigrantes, segundo as necessidades e fontes aprimoradas das atividades físicas. Por outro lado, registramos que a disciplina educação física teve inicio em nossa Pátria lá pela metade do século XIX, ainda no regime do Brasil Império através da legislação que determinava a ginástica no desenho curricular do ensino escolar. E por fim, somente a partir da década de 90 do século XX foi que a atividade física passou a ter status ampliado no seio de nossa sociedade até os dias atuais.

A mídia faz a cabeça dos escolares infanto-juvenis, disseminando a fantasia da alimentação fácil e gostosa, de diversão, de jogos passatempos, provocando assim a referida clientela a acomodar-se e ficar horas e horas usando internet, rádio, televisão, celulares, redes sociais, etc, tem entretenimentos para todos os gostos e prazeres, no entanto, na maioria dos casos ficam sentados após as refeições, sem fazerem exercícios e condicionamentos físicos, provocando assim o aumento de peso e sobrepeso nos indivíduos mencionados, apesar da existência do artigo 254 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído pela Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990, que trata de conteúdos inadequados, ainda que por analogia:

“Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias”.

Apesar de tal proibição legal, existe uma grande ascensão da mídia sobre todos os ângulos que envolvem direta e indiretamente os infanto-juvenis, não só no Brasil mais no mundo como um todo. E isso é muito preocupante. É inegável as influências midiáticas até mesmo nas relações biofísicas, sociais, educacionais e psíquicas de crianças e adolescentes em qualquer continente. E é sem sombra de dúvida o que desperta maior preocupação direta e indiretamente com a saúde de tal clientela que são envolvidos com a publicidade enganosa de alimentos não saudáveis e assim sendo, fomentadores e ou alimentadores dos grandes índices de obesidade e dentre outros problemas de saúde pública brasileira.

Dentre as mídias que envolvente os infanto-juvenis está à televisão, a internet, as redes sociais, vídeo game, etc., a qualquer hora do dia e ou da noite, é o salve-se quem puder. Diante disso, a família perdeu quase que completamente o controle de seus pimpolhos infanto-juvenil em termos de acompanhá-los ativamente no acesso a tais mídias eletrônicas, advindo e ou influenciando a obesidade, verdadeiro caso de epidemia em termos de saúde pública. A vida sedentária de um modo geral tem causado grande prejuízo à saúde humana em todas as fases da vida. É algo crônico e quase incontrolável, apesar do avanço tecnológico atual da humanidade. Podemos entender e ou definir obesidade como sendo doença crônica caracterizada pelo excesso de tecido adiposo orgânico e que poderá gerar males a saúde do indivíduo. É por isso que WHO (2006) menciona que a obesidade é um dentre os principais problemas e ou causas de saúde pública e que já tem status de epidemia mundial.

Diante do exposto, a presente monografia de conclusão do Curso de Complementação em Educação pretende levanta bibliograficamente falando a relação existente entre “Educação Física, mídia e obesidade infanto-juvenil”, diante da vida sedentária e de comodismo que tal população se mantém estático sem a prática de exercícios físicos diários e de uma alimentação correta.

A humanidade contextualiza a tecnologia da informação e da comunicação, via a mídia da internet e suas ferramentas, a exemplos das redes sociais, possibilitando assim, a inclusão, interação, relacionamentos, troca de experiências e informações, gerando direta e indiretamente novos conhecimentos formais e informais em termos educacionais. Não existe um só ambiente na face da terra que seus freqüentadores e especialmente os infanto-juvenis, não utilizem telefones celulares, computadores, tablets, etc., tais objetos tecnológicos já fazem parte de nossas vidas e ou de nossos corpos, pois, jamais o ser humano estive tão próximo e tão distante ao mesmo tempo sem sair do lugar. Isso representa a vida passiva e o sedentarismo em sentido amplo. Diante de tantos meios tecnológicos, as novidades são rápidas demais, assim como é a velocidade da própria internet no universo mental de crianças e adolescentes. A mídia envolve crianças e adolescentes que não tem a mínima noção do mal que causa principalmente a saúde, provocando a obesidade e a própria alienação social, haja vista a falta de ética por parte dos usuários intercontinentais, prova cabal disso é o excesso de troca de xingamentos e ou ofensas, divulgadas pelas redes sociais, inclusive usando fotografias e vídeos íntimos, acarretando assim, ameaças, exclusões, difamações, etc., envolvendo direta e indiretamente o público infanto-juvenil, tendo origem assim o cyberbullying. O tempo excessivo dedicado pelo público infanto-juvenil a tais mídias, vem nas últimas décadas preocupando as instituições escolares e familiares, levando-se em consideração que tais instituições não sabem o que ocorrem nos espaços virtuais, uma vez materializados dentro do ambiente escolar, transformando-se em palco de desavenças, acertos de contas, discussões intermináveis, culminando com brigas. É a mídia provocando a violência dentro e fora de nossas escolas.

Em suma, a falta da prática de Educação Física no ambiente infanto-juvenil, assim como nos demais ambientes e fases da vida humana, tem levado a epidemia do sobrepeso e da obesidade, sendo causas mais que suficientes para terem origem os problemas cardíacos, de diabetes, colesterol alto, dentre outros e que a maneira saudável de se livrar da vida sedentária é ter uma alimentação saudável e ou balanceada e a prática de exercícios e ou atividades físicas diárias no ambiente escolar, familiar e social.

...................

REFERÊNCIAS

BRASIL – Lei Federal nº 8.069 de 13 de Julho de 1990.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity and overweight. Report of a WHO consultation. Geneva, sept, 2006. Disponível em:

< http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html>. Acesso em: 04 de jan. de 2016.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 23/01/2016
Código do texto: T5520910
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.