Eu Amo a Minha Escola

EU AMO A MINHA ESCOLA

ESCOLAS FEITAS POR PROFESSORES, ALUNOS E FAMILIARES.

1. Eugênio J. G. Nunes

A melhoria na qualidade de ensino e uma convivência participativa, colaborativa e ativa entre professores, alunos e familiares ou responsáveis constituem a vontade de todos os profissionais da educação.

Quando se trata, especialmente das escolas da rede publica, esse desejo transforma-se como que num sonho do ideal imaginário a ser atingido.

Este novo paradigma vem sendo desenvolvido nos últimos anos em vários países do mundo, vem ampliando a visão significativa do todo na relação escola-família, e trazendo a possibilidade de criarmos a partir da escola um ambiente onde todos possam participar, levando em conta os sistemas familiares, educativos e institucionais.

Avalia-se que a partir desta forma de atuação consiga-se reduzir, senão extinguir em determinados casos, questões como conflitos diários, evasão escolar, baixo rendimento, violência e até drogas dentro do colégio.

Muito se tem debatido sobre a participação da sociedade na escola e da escola na sociedade. Este pensamento que perdurou durante muito tempo não cabe mais no modelo de necessidades atuais. O grande desafio agora é pensar na escola em conjunto com a sociedade. Ambas integradas numa ação relacional intima. Uma buscando na outra trocando apoio, dividindo anseios, unindo necessidades.

Na escola vemos um curioso fenômeno onde os pais de alunos que, registre-se aqui, são ex-alunos da escola, não atravessam o portão da rua para dentro do pátio sob-hipótese alguma resistindo valentemente em não pisar naquele solo outra vez. Com esta atitude até parece que ao invés de terem sido aprovados, se formado e saído da escola com mérito, eles conseguiram fugir ou foram expulsos. Um reflexo desta observação vem de que quando vão levar ou buscar os filhos na escola eles ficam lá no portão, longe, distantes. Alguns até ficam do outro lado da rua ou lá na esquina.

O fato é que eles não se sentem mais parte da escola. Deixaram de ser agentes vivos, alunos, da escola e se tornaram observadores. Agora são pais de aluno.

Chegou a hora de repensar o papel da escola ou a atuação da escola. Precisamos trazer as pessoas para dentro dos muros e mostrar que este é um espaço social saudável, disponível, seguro no bairro.

A escola faz parte da vida da história das pessoas ela é uma memória viva. Faz parte da história das famílias. A minha mãe estudou na escola que eu trabalho, eu estudei na escola em que eu trabalho, minha filha estudou na escola em que eu trabalho, os meus netos vão estudar na escola em que eu trabalho. Percebemos que a relação é muito mais intima na vida das pessoas do que pensamos. Ao conversar com a comunidade observamos uma nostalgia, e ao ouvir falar do tempo de aluno, são histórias cheias de vida, de acontecimentos de paixões, de existência.

A sociedade local estudou na escola em que eu trabalho: o dono do supermercado; o mecânico; o policial; o despachante; o flanelinha; o gerente do banco; o motorista do ônibus; o vendedor de espetinhos.

Então estamos perdendo para nós mesmos. Porque se as pessoas que conviveram ali; que aprenderam; que tem saudades; que falam com nostalgia; que se lembram dos professores e dos colegas. Não entram mais ali.

Pergunto. O que é que esta faltando?

Como é que eu posso dizer alguns parágrafos acima que:

- Um novo paradigma vem sendo desenvolvido nos últimos anos em vários países do mundo.

Ou, em esse desejo transforma-se como que num sonho do ideal imaginário a ser atingido?

O que faltou?

O novo paradigma, o novo sonho é o de ensinar a AMAR a escola, deixar as pessoas participarem da escola, envolverem-se. Agora sim é a hora de discutir qual o papel da escola em conjunto com a sociedade. Escolas feitas por professores, alunos e familiares.

Eu amo a minha escola.

É um conjunto de ações voltadas para os alunos em sala de aula, nas quais vai se criando o gostar pela instituição, mais também é um conjunto de ações voltadas para os pais dos alunos nas quais se desenvolvem motivos para que eles participem da vida escolar, e também ações que captem o interesse da comunidade que não tem filhos na escola.

Pensar em meios e mecanismos que desenvolvam o amar social pela escola. Formar uma escola relevante significativa à sociedade. Abrindo espaços para que a as pessoas possam vir. Através de eventos, com a terceira idade, jogos, brincadeiras, abrir criativamente um espaço para dona de casa, para as pessoas do dia a dia do bairro.

1. Mini currículo do autor – Especialista em Educação. Graduado em Teologia. Gestão Pública. Licenciado em Geografia. Graduando em Pedagogia. Graduando em Direito. Professor do Ensino Profissional no Programa Menor Aprendiz. Servidor Publico Estadual Paraná. Contato: professorgioppo@gmail.com