REORGANIZAÇÃO ESCOLAR PROVA O QUANTO O ESTADO DESPREZA A EDUCAÇÃO
Falar em mudanças ao fechar escolas é o mesmo que alguém afirmar que te ama, e te trair. Não é a primeira vez que um governador do estado de São Paulo e seus amigos políticos, demonstram da maneira mais fria, o quão a educação faz -lhes mal.
Parece que os professores, alunos, pais de alunos (principalmente os pobres e os humildes) são estorvos e atrapalham bastante os planos do Sr. Geraldo Alckmin e dos partidos aliados, que almejam o poder em vários estados e nas cidades grandes. Eles não se importam com pequenas cidades, aquelas em que a população individual é considerada nanica; querem a manobra, a massa, mesmo que falida; o importante é a quantidade.
Ao invés de fechar escolas, por que o governador e os seus inteligentes secretários e os amigos que dão palpites, não valorizam o que têm, não reduzem o número de alunos por sala de aula, não elaboram e colocam o plano de carreira para funcionar, de fato? Por que o governador não visita as Unidades Escolares que ficam nas periferias pertencentes às cidades interioranas? Por que ouve pouco os professores que estão nas salas de aulas, e entendem, melhor que todos, o que é Educação, e do que a sua própria escola precisa para ser TOP?
Por que não elaborar leis e regras para serem cumpridas, e não apenas para análises quantitativas numéricas? Por que
insistir em Progressão Continuada, que, na prática significa Aprovação Automática? Por que sorrir quando alunos, são
aprovados, sem ao menos o básico da série ou ano que convém a cada um, segundo a idade? Por que insistir nessa tal parceria e fazer com que seja correspondente à série/ano, se nem todos da mesma idade pensam e aprendem da mesma forma?
Por que não perguntam aos alunos o que fazem na escola, e por que agem de tais formas?
Onde estão os educadores que formam essa plateia, que age contra os anseios da maioria? As pesquisas afirmam isso. Onde foram parar os especialistas em psicologia, fono, sociologia e afins, que pertencem ao quadro da Secretaria estadual, que não veem essa aberração idade/série? Será que todos bebem da mesma água, a ponto de entenderem, por exemplo, que todos com 10 anos de idade aprendem da mesma maneira; ou deveriam? Será que compreendem, também, que todos os professores ministram aulas da mesma forma?
Fechar noventa e quatro escolas e falar em substitui-las por creches, ou colégios técnicos, ou municipalizá-las, ou seja, "doá-las" às prefeituras, é confessar que são realmente, contraditórios,
uma vez que para promover essas mudanças, são necessários alguns "trocados", ou vão ganhar presentes dos colegas "montados" no dinheiro, através das grandes fazendas, criações, agropecuária, colégios particulares, sociedades em shoppings, lojas dos mais variados ramos de atividades? Os prefeitos também dizem que não têm dinheiro, como vão promover reformas sem verbas?
Terceirizar, também movimenta dinheiro. Fariam isso, em troca do quê? Acrescentaria o que à parte mais interessante que é o aluno?
O que está por trás dessas mudanças? O que o governador ganha demitindo professores, agentes escolares, e outros que realizam funções diferentes? O que ele obtém positivamente, colocando em risco a segurança dos alunos que vão utilizar transporte coletivo precário para estudar em outra escola, e alguns, inclusive, terão que atravessar avenidas movimentadas. O que ele ganha?
Dividir os estudos em ciclos, e semeá-los nas escolas, conforme as necessidades, segundo o estado, não é ruim, mas poderia ser melhor estudado. O que chocam são: o fechamento de Unidades Escolares, o iminente desemprego, os transtornos para os pais, e as justificativas do governador.
Custa-se acreditar que o Estado de São Paulo é o que mais arrecada dinheiro, é o que mais recebe taxas de impostos, como o IPVA; é o que mais recebe dinheiro do governo federal, via Dilma Rousseff, é o estado que mais tem ajuda financeira para a construção e manutenção das maiores obras no estado. Custa-se acreditar que alguém pensa que todo material escolar é importado, a ponto de dizer que a crise atingiu tanto, o estado.
Custa muito acreditar que os salários dos professores e dos funcionários, a maioria, está sem reajuste real, há algum tempo, e que não são pagos com dólares, e sim, com a moeda brasileira, o real. Custa-se acreditar que o governador não sabe o quanto arrecada!
Ora, como o Sr. Geraldo Alckmin fala em crise, se apenas em pedágios, fatura bilhões, repassados pelas concessionárias? Se apenas em multas, através dos radares, arrecada outros milhões, por mês? Se os salários dos funcionários, do próprio estado não são reajustados conforme a inflação?
Como pode falar em reorganizar, se a desorganização é cultural, e não, material?