Aristóteles e os nossos atos e hábitos
Diz Aristóteles: "Tornamo-nos justos praticando atos justos; moderados, agindo moderadamente, e igualmente com a coragem etc.
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Pelos atos que praticamos em nossas relações com outras pessoas, tornamo-nos justos ou injustos; pelo que fazemos em situações perigosas e pelo hábito de sentir medo ou de sentir confiança, tornamo-nos corajosos ou covardes. O mesmo vale para os desejos e a ira: alguns homens se tornam temperantes e amáveis; outros, intemperantes e irascíveis, portando-se de um ou outro modo nas mesmas circunstâncias.
Em uma palavra: nossas disposições morais (ou caráter) nascem de atividades semelhantes a elas. É por esta razão que devemos atentar para a qualidade dos atos que praticamos, pois nossas disposições morais correspondem às diferenças entre nossas atividades" (Ética a Nicômaco, II, 1, 1103 b).
De acordo com Aristóteles, “a virtude moral é adquirida em resultado do hábito”. Para ele, “nenhuma das virtudes morais surge em nós por natureza, visto que nada que existe por natureza pode ser alterado pelo hábito”. Diz, pois, que não é “nem por natureza nem contrariamente à natureza que as virtudes se geram em nós; antes devemos dizer que a natureza nos dá a capacidade de recebê-las, e tal capacidade se aperfeiçoa com o hábito”.
Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco, é muito claro. Essa obra é uma das melhores que a Filosofia já produziu até hoje. Somos nós que fazemos os nossos atos e os nossos hábitos. Depois, são os nossos atos e os nossos hábitos que nos fazem. Por isso, é muito importante estarmos atentos ao que fazemos, porque o que fazemos nos faz.
Ética a Nicômaco é um livro fundamental, tanto para a vida particular quanto para a vida político-social.
Dizem que o poeta inglês John Dryden escreveu isto: "Primeiro, fazemos nossos hábitos. Depois, nossos hábitos nos fazem". Talvez tenha sido baseado em Aristóteles que ele tenha dito isso, assim como eu me baseei no pensamento aristotélico para ampliar e escrever isto aqui: Somos nós que fazemos os nossos atos e os nossos hábitos. Depois, são os nossos atos e os nossos hábitos que nos fazem. Por isso, é muito importante estarmos atentos ao que fazemos, porque o que fazemos nos faz.