EDUCAR-SE PARA EDUCAR
Educar presume ter conhecimento. No caso dos professores, possuir conhecimento não se resume a uma só área de atuação. O professor precisa conhecer noções básicas e mais aprofundadas, de todas as ciências que cabem em um currículo de ensino: - matemática, português, história, geografia, artes, religião, e outras tantas, que fazem parte do seu próprio aprendizado desde que entrou, pela primeira vez, em uma escola.
Com o advento da tecnologia, no entanto, alguns que se dizem especialistas no assunto EDUCAÇÃO, afirmam que o professor parou no tempo e no espaço, e que a escola se distanciou muito da atualidade das informações.
Desta forma, o professor – que estuda uma vida inteira para poder retransmitir os conhecimentos adquiridos através de longos anos de estudo, sente que a sua informação em sala de aula tornou-se “barata”, sendo que na realidade, é uma bagagem muito cara.
O que pessoas leigas ao processo de educar não sabem, é que o professor sempre tem sido orientado a educar-se para poder educar. Isso é, na medida em que a sociedade vai se transformando, coisas novas vão acontecendo. Porém, no meio de tantas novidades, algumas são passageiras, outras se tornam parte permanente da bagagem coletiva. E, é nesse contexto, que devemos compreender a importância da educação E DA ESCOLA, no sentido de repassar informações que permanecem, e que merecem ser levadas para o futuro e para as novas gerações.
Portanto, o professor não se educa em modismos, a escola não pode assumir a responsabilidade de se transformar em mera repetidora de temas e assuntos que, amanhã, já não fazem mais parte da história comum universal. Existem situações que se transformam em simples folclore, outras vão morrendo, sem maiores consequências para a verdadeira educação de um indivíduo.
Desde o início da história da educação, todas as civilizações tiveram e têm tido transformações lentas dentro dos seus sistemas de ensino. A nossa época não é diferente. Existem pesquisadores sempre procurando novas formas de fazer Educação, procurando uma Pedagogia que acompanhe as transformações de cada fase da história humana, e, hoje, na era tecnológica, o professor e a escola estão em pleno processo de reeducação e reformulação dos seus currículos e sistemas de ensino-aprendizagem, sempre na direção de melhorar o relacionamento desta comunidade com as comunidades sociais e com as inovações que surgem quase que a todo o instante.
Os professores – conforme o pensamento de alguns indivíduos – não estão parados no tempo e no espaço, nem a escola continua estática diante de tantas inovações vindas com a tecnologia. Pelo contrário, todo o sistema educacional está sempre em processo de atualização e de reconstrução. Apenas, como já foi abordado anteriormente, o processo parece lento, porque a escola não se responsabiliza pelos modismos, que não acrescentam nada à educação dos indivíduos, mas sim procura se especializar no que se torna permanente, a fim de gerar mudanças reais e que atravessem as idades e as gerações, lançando fundamentos enraizados na tradição humana de guardar na sua História Universal as informações que serão úteis para as próximas gerações vindouras.
Por mais que o mundo evolua, o conhecimento jamais será algo acabado, definitivo. Ele se faz numa construção constante, infinita. E é essa a orientação passada aos professores, desde que assumiram a incrível vocação de serem meios de transferência de informações entre as gerações humanas. Tanto de forma coletiva, quanto de forma individual, o professor é aquele profissional que “educa-se para educar”.
Finalizando, gostaria de deixar, como reflexão, o maravilhoso pensamento de Jean Piaget, um estudioso e filósofo da Educação, cujas pesquisas continuam atualíssimas em pleno Terceiro Milênio: “O método consiste, então, em procurar compreender o conhecimento por sua própria construção, o que nada tem de absurdo, pois o conhecimento é essencialmente construção.”
...uma eterna construção.
Saleti Hartmann/Pedagoga e Poeta
Cândido Godói-RS