FAMILIA UMA INSTITUIÇÃO NECESSARIA NOS GRUPOS SOCIAIS
FAMILIA UMA INSTITUIÇÃO NECESSARIA NOS GRUPOS SOCIAIS
Cleonice Alves de Souza Tigre
(cleonicetigre@hotmail.com)
Professor- André Luis Freitas Fonseca
Disciplina- Psicologia Social
RESUMO
Este artigo aborda a importância da família na condição de formadora e transformadora de indivíduos no meio em que vive. Em sua complexidade, englobando as relações sociais na qual está inserida, enfatizando o seu papel de mediadora, educadora na construção de uma sociedade mais consciente, onde todos podem contribuir sem atribuir um culpado para as catástrofes existentes na sociedade, permitindo o acesso das políticas públicas, conquistando os direitos e deveres para uma sociedade democrática.
1- INTRODUÇÃO
Para a Psicologia Social, a concepção de ser humano como um ser histórico-social é essencial para compreensão dos fenômenos humanos (LANE, 2004a). Nesta concepção, o Ser Humano é considerado produto e produtor dentro de seu contexto histórico e social. Desta forma, só é possível compreender os comportamentos humanos a partir da relação estabelecida com os outros. A família é sempre foi e sempre será à base da nossa sociedade e a base do nosso bem estar. É muito importante a vida em família, pois as pessoas necessitam umas das outras.
Além disso, compartilhar momentos de afetividade só faz bem para as pessoas, traz proximidade, calor humano, harmonia, amor, carinho, sentimentos que as pessoas precisam para serem felizes. É grande a importância da família para a construção de uma sociedade estruturada, saudável e equilibrada. A família continua sendo sem duvida a base. Se a base for desestruturada automaticamente estaremos construindo uma sociedade de incapazes e desequilibrada. A influência exercida pela família determina o estilo de uma sociedade. Infelizmente podemos observar uma sociedade com visões distorcidas, e a consequência disto é uma geração que não respeita o ser humano, uma sociedade individualista.
Vivemos em uma sociedade que se intitula livre, que dizem estar desfrutando de uma liberdade conquistada. Falam-se muito em direitos, mas esquecem dos deveres, observamos nossos jovens presos em suas emoções, em busca de preencher seus vazios interiores enveredam pelas drogas, vícios, prostituições, violências, roubos, assassinatos. Existe um grito abafado de socorro em suas gargantas, que não estamos sabendo discernir, e deturpado seus pedidos e não conseguimos entende-los. Culpamos o sistema, o governo, os outros, mas esquecemos de olhar para a nossa grande responsabilidade neste processo.
É realmente caótica a situação que estamos vivendo, causa nos certo temor, mas não podemos entregar os pontos, precisamos tomar posições, e cada um fazer a sua parte, para juntos construirmos um mundo melhor.
Depende de mim e de você construirmos um futuro melhor. O melhor instrumento começa com o seu exemplo, balizando o seu modo de agir, pensar e sentir, focando os aspectos econômicos, sociais, culturais e políticas ressaltando a importância do respeito ao outro e pelas diferenças e individualidades.
2. A FAMILIA SUAS TRANSFORMAÇÕES NA SOCIEDADE
A família é uma instituição que vem constantemente sendo posta a prova. As transformações sociais e culturais promovem a ausência de afeto, a falta de amor ao próximo e o enfraquecimento na familiar. Os jovens são os mais afetados quando não há uma estrutura familiar que os ampare.
Por isso acabam buscando nas ruas valores que deveriam ser ensinados em casa. São expostos há uma grande quantidade de informação, mas muito pouco dela é aproveitada para a construção de um mundo melhor e mais seguro para eles mesmos. Muito cedo conhecem as drogas, o álcool, o tabaco e a gravidez indesejada. Vivenciam um lado obscuro da vida onde tudo é fácil. Os limites precisam ser colocados para visar o bem estar e a qualidade de vida de toda a família. No mundo atual existem famílias que não se veem não se conhecem. São apenas moradores de uma mesma casa. A família pode transmitir valores que são arraigados na formação destes jovens e que, os sustentaram na busca de grandes ideais para suas vidas.
O valor da família é imensurável e por isto esta instituição deve ser zelada como algo precioso, fonte da vida e do amor. A família é um lugar sagrado onde se constitui a generosidade, acolhimento e respeito. É que precisa ser cultivada, pois somente a família, concebida como fonte de valor e vida pode humanizar a sociedade.
3. CONTRIBUIÇÕES DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE NOS VALORES HUMANOS
A sociedade é a extensão do indivíduo. Se o indivíduo é cobiçoso, cruel, impiedoso, egoísta, etc., assim será a sociedade. É preciso ser sincero consigo mesmo. Cada um de nós está degenerado, logo a sociedade tem de estar degenerada inevitavelmente. Isto o terrível monstro do materialismo não pode resolver. Isto somente o indivíduo pode resolver à base de uma revolução integral em si mesmo.
Para Durkheim, o objeto da sociologia é o fato social, e a educação é considerada como o fato social, isto é, se impõe, coercitivamente, como uma norma jurídica ou como uma lei. Desta maneira a ação educativa permitirá uma maior integração do indivíduo e também permitirá uma forte identificação com o sistema social.
Durkheim rejeita a posição psicologista. Para ele, os conteúdos da educação são independentes das vontades individuais, são as normas e os valores desenvolvidos por uma sociedade o grupo social em determinados momentos históricos, que adquirem certa generalidade e com isso uma natureza própria, tornando-se assim coisas exteriores aos indivíduos.
A criança só pode conhecer o dever através de seus pais e mestres. É preciso que estes sejam para ela a encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a autoridade moral seja a qualidade fundamental do educador.
A autoridade não é violenta, ela consiste em certa ascendência moral. Liberdade e autoridade não são termos excludentes, eles se implicam. A liberdade é filha da autoridade bem compreendida. Pois, ser livre não consiste em fazer aquilo que se tem vontade, e sim em se ser dono de si próprio, em saber agir segundo a razão e cumprir com o dever. E justamente a autoridade de mestre deve ser empregada em dotar a criança desse domínio sobre si mesma (DURKHEIM,
A sociedade é o indivíduo. O mundo é o indivíduo. Se o indivíduo muda fundamentalmente, o mundo muda inevitavelmente. A consciência está em grave perigo. Somente nos transformando radicalmente como indivíduos, conseguiremos nos salvar e salvar a humanidade.
Para Mannheim, a educação é uma técnica social, que tem como finalidade controlar a natureza e a historia do homem e a sociedade, desde uma perspectiva democrática. Define a educação como:
O processo de socialização dos indivíduos para uma sociedade harmoniosa, democrática porem controlada, planejada, mantida pelos próprios indivíduos que a compõe. A pesquisa é uma das técnicas sociais necessárias para que se conheçam as constelações históricas especificas. O planejamento é a intervenção racional, controlada nessas constelações para corrigir suas distorções e seus defeitos. O instrumento que por excelência põe em pratica os planos desenvolvidos é a Educação.
(MANNHEIM,1971:34)
A pratica da socialização percorre diversos espaços, como família e outros grupos primários, a escola, clubes, sindicatos, etc. Assim, a pratica democrática emerge horizontalmente permitindo a estruturação duma sociedade igualitária.
4. A FAMÍLIA, EDUCADORA DA DIGNIDADE E RESPEITO DE TODA PESSOA HUMANA.
Dentre os valores humanos, o respeito e a dignidade são alicerces na formação de todo ser humano. Tais valores nos são implantados primeiramente no meio familiar, nos dando uma visão de mundo baseada nestes valores que nos são imbuídos. A família é a precursora do respeito por si e pelo outro, tornando-nos pessoas dignas.
Quando a comunidade sobre os valores aprendidos, dizendo que as virtudes são adquiridas e desenvolvidas primeiramente no lar com os irmãos e familiares, para serem exercitados nas relações sociais. Na dimensão familiar, diz que o homem e a mulher são iguais em dignidade, pois realizam o seu plano como complemento um do outro.
Ressaltou a importância do respeito ao outro e pelas diferenças e individualidades. As diferenças entre homens e mulheres devem ser compreendidas e respeitadas para que o casal e os relacionamentos sobrevivam e sejam preservados.
Neste momento, vale lembrar a percepção de Morin (1973 p.108) acerca do homem:
“é” um ser de uma afetividade intensa e instável, que sorri, chora, um ser ansioso e angustiado, um ser gozador, ébrio, extático, violento, furioso, amante, um ser invadido pelo imaginário, um ser que conhece a morte, mas que não pode acreditar nela, um ser que segrega o mito e a magia, um ser possuído pelos espíritos e pelos deuses, um ser que se alimenta de ilusões e de quimeras, um ser subjetivo cujas relações com o mundo objetivo são sempre incertas, um ser sujeito ao erro e à vagabundagem , um ser que produz desordem. (Morin, 1973, p.108).
Esse homem multifacetado e ambíguo, cuja flexibilidade é responsável pela capacidade de reorganização da vida cotidiana, é dono de uma plasticidade que sugere sempre novas expectativas, novos domínios, novos “vir-a-ser”.
5. ESCOLA, UMA NECESSIDADE DA FAMILIA
A escola é uma instituição importante para educar a criança, que constantemente vai ampliando a sua autonomia através da transmissão cultural, pois, a criança no decorrer do tempo deixa de imitar os comportamentos dos adultos para construir o seu conhecimento e se conscientizar que pertence a um grupo social.
A escola foi criada pelo homem para educar e está em constante aperfeiçoamento de acordo com suas necessidades, e educar sem a instituição especializada significa aprender a fazer fazendo a criança acompanhava os adultos para plantar, colher, caçar, ver, olhar, sentir, enfim o meio social é o seu meio educativo.
A partir da Idade Média a educação tornou-se produto da escola. Pessoas especializaram-se na tarefa de transmitir o saber, e espaços específicos passaram a ser reservados para essa atividade.
Poucos iam à escola, que era destinada às elites. Serviu aos nobres e, depois, à burguesia. A cultura da aristocracia e os conhecimentos religiosos eram o material básico a ser transmitido. (BOCK, 1999. p.261)
A escola como instituição social se desenvolveu para atender os filhos das famílias que detinham o poder na sociedade As atividades dos grupos dominantes foram ensinadas na escola.
A aprendizagem é, portanto, um processo essencialmente social, que ocorre na interação com família e escola. O desenvolvimento é resultado desse processo, e a escola, o lugar privilegiado para essa estimulação. A Educação passa, então, a ser vista como processo social sistemático de construção da família.
Assim, o homem, ao buscar respostas para as necessidades de seu tempo histórico, cria, junto com outros homens, instrumentos que consolidam o desenvolvimento psicológico e fisiológico obtido até então. Os homens de outra geração, ao manusearem estes instrumentos, apropriam-se do desenvolvimento ali consolidado. Eles aprendem e se desenvolvem ao mesmo tempo, adquirindo possibilidades de responder a novas necessidades com a construção de novos instrumentos.
E assim caminha a humanidade...
A família tem passado por profundas transformações ao longo da história, interferindo assim na estrutura e na dinâmica escolar, de forma que a família, em vista das circunstâncias, vem transferindo para a escola funções que deveriam ser sua. Pois como diz PARO:
Assim, a escola que toma como objetivo de preocupação levar o aluno a querer aprender precisa ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escola, buscando formas de conseguir a adesão da família para sua tarefa de desenvolver nos educandos atitudes positivas educadoras com relação ao aprender e ao estudar? (PARO, 2007. P. 16).
O discurso sobre família, em parceria com a escola e vice-versa, vive em constante auge, pois fazem dos espaços escolares um poderoso trunfo para a qualidade de ensino na escola. Desde que houve uma reflexão sobre as questões pertinentes ao que seria de papel da família e o pleno cumprimento da função social da escola em suas especificidades intensificou a garantia das ações criativas e motivadoras onde pudesse ser vistas por um novo olhar cultural e social.
A partir das supostas dinâmicas, novas oportunidades com certeza surgiram para que seja desenvolvida uma educação de qualidade, sustentada justamente por esta relação (família/ escola).•.
6. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho contém a metodologia de pesquisas bibliográficas, tais como: livros, revistas, internet e informações sobre família, escola e sociedade. O instrumento para se atingir os objetivos da família na sociedade, escola e individuo são necessariamente o conhecimento das teorias educacionais e das propostas existentes neste sentido, e sua divulgação a toda a sociedade para que ocorra a transformação na Sociedade, bem como, instigando o repensar constantemente as práticas e ações na busca pela transformação social.
7. DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA
8. Conceitos:
9.1 FAMILIA
A família pode ser vista, funcionalmente, como um subsistema social e agente da cultura, estando sua organização conformada às necessidades pessoais e coletivas de “ensinamentos” e capacitação individual através da assimilação de valores e padrões de conduta exigidos pelos papéis sociais.
8.2 ESCOLA
A educação escolar, identificada num dado currículo, tem um significado marcadamente social já que perspectivada quer pelos interesses das forças sociais que buscam na educação algum tipo de utilidade, quer pela integração do aprendente numa sociedade que lhe exige o desempenho de determinados papéis. Deste modo, a socialização do sujeito é uma das finalidades principais da escola que servirá para prepará-lo para o mundo do trabalho e de uma sociedade igualitária. hábitos de trabalho e habilidades intelectuais e manuais.
8.4 SOCIEDADE
O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objeto geral do estudo das antigas ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe ao de comunidade ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação natural.
9. CONCLUSÃO
Família e sociedade estão por causas e consequências ligadas. Pois, uma é dependente da outra. Por essa e outras questões é importante que o ser humano esteja ciente do assunto abordado neste trabalho. Levando-se em consideração as contribuições que uma passa para a seguinte, as transformações que ocorrem na sociedade e o papel da família no desenvolvimento destas. E o que elas influenciam em nossas vidas. Tanto a sociedade, quanto a família contribuem para o desenvolvimento do ser humano. Mas, como foi relatado ao decorrer deste trabalho, elas dependem de outros fatores para que esse desenvolvimento seja cada vez mais eficaz.
Para os seres pensantes a família precisa ser bem tratada e educada. Porém, falta ela ser prioridade dos "governantes". Para que isso ocorra é necessário que nos preocupemos nos momentos em que acontecem as eleições, dando mais dedicação para a escolha do que oferecer o melhor para as famílias, porque só assim estaremos contribuindo para um melhor futuro de nossa sociedade. Pois, temos que pensar nos nossos sucessores, os quais irão necessitar de uma família e educação de qualidade para conviver melhor com os outros cidadãos.
Dessa forma, vejo que falta realmente uma valorização pela plenitude e realização da família para um bom encaminhamento do cidadão. Todavia, é um grande desafio ser família na atualidade, contextualizando a diversidade e a cidadania, na sociedade brasileira. Assim, acredito que é totalmente possível mudar e para melhor, tendo como princípio dedicação, tolerância, paciência, inclusão, diálogo e valorização do potencial que existe em cada ser humano.
REFERÊNCIAS
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MANNHEIM, Karl. (1971). Libertad y Planificación Democratica. México,
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