A (re)construção da identidade do professor em pleno século XXI

RESUMO

Atualmente falar da (re)construção da identidade do professor tornou-se algo polêmico e, ao mesmo tempo, desconfortante por se tratar um dos grandes entraves para a qualidade da educação do nosso país. Pensar na qualificação da educação brasileira implica em ter que ressignificar as dificuldades, dilemas e os desafios enfrentados pelos professores ao longo da sua trajetória profissional, como forma de buscar uma solução para seu mal-estar docente. Com base nisso, o presente trabalho tem como objetivo abordar de que forma a (re)construção da identidade docente pode comprometer a eficácia da prática pedagógica dos professores em pleno século XXI, levando em consideração os inúmeros fatores que interferem no saber, saber fazer e o saber ser do educador. O presente estudo teve como embasamento teórico os seguintes autores: Nóvoa(1991,1997), Pimenta(2000), Libâneo(2001), dentre outros autores. Para alcançar nossos objetivos, escolhemos a pesquisa com a abordagem qualitativa, do tipo bibliográfica, respeitando a investigação de natureza exploratória. Neste sentido, constatamos na referida pesquisa que, no exercício de nossa prática docente, há vários elementos envolvidos na qualidade da prática docente, tais como: péssimas condições de trabalho, a falta de reconhecimento da profissão pela sociedade, baixos salários, falta de qualidade de vida, a ausência de uma definição clara e precisa das reais funções e dos papéis pelo professor mostrando-se que, por trás de tantas atribuições e dificuldades, o professor sofre com um dilema cruel que, na sua essência, constitui-se como um grandioso desafio a ser enfrentado pelo educador.

Palavras-chaves: (Re)construção; Identidade docente; Mal-estar docente; Prática pedagógica; Desafios.

1 INTRODUÇÃO

A formação e a construção da identidade do professor constituem-se em um dos grandes entraves para a qualidade da educação do nosso país. É impossível pensar, considerando o mundo em que vivemos em constantes mudanças, na evolução da educação sem destacar a importância do papel e a função da formação docente nos dias atuais.

Nessa perspectiva, o professor tenta ser protagonista de sua própria prática ao repensar sobre seu fazer docente de forma crítico-reflexiva. Pensar na profissão docente é, sem dúvida alguma, mencionar a gênese da (re)construção da identidade docente, caracterizada como um processo contínuo, gradativo e transformador, na qual está inserida em um meio que circulam crenças, valores culturais, comportamentos, enfim, tudo aquilo que nos rodeia.

Partindo da compreensão, entendemos que para discutir sobre a problemática sobre a identidade docente e sua relação com a formação e prática pedagógica do professor é, a princípio, questionar sobre os inúmeros fatores que comprometem o saber, o saber fazer e o saber ser do professor. Sendo assim, os motivos que nos impulsionaram a refletir sobre a carreira como professor como forma de ressignificar nossa prática pedagógica foi, por excelência, resgatar nossas inquietações vividas.

Cabe mencionar que uma das formas de analisar e refletir sobre como nossa própria identidade, é estar consciente de que nossa identidade docente é construída tanto em meio a tantas adversidades, como também quando atingimos o sucesso profissional, sem esquecer que devemos levar em consideração tudo aquilo que vivenciamos na prática durante toda nossa trajetória no espaço escolar.

Vale salientar que ao longo de nossa trajetória acadêmica e profissional constatamos que, no exercício de nossa prática docente, há vários elementos envolvidos na qualidade da prática docente, tais como: péssimas condições de trabalho, a falta de reconhecimento da profissão pela sociedade, baixos salários, falta de qualidade de vida, a ausência de uma definição clara e precisa das reais funções e dos papéis pelo professor mostrando-se que, por trás de tantas atribuições e dificuldades, o professor sofre com um dilema cruel que, na sua essência, constitui-se como um grandioso desafio a ser enfrentado pelo educador.

Diante desse quadro, reconhecemos que o dilema vivido pelos nossos companheiros de profissão e, em geral, por todos os profissionais da educação acabaram nos influenciando ao ponto de nos questionar a razão de tanto descaso e inquietações vividas pelos professores. E assim, a cada experiência vivida como professor e juntamente com os docentes percebemos que de fato este não é era apenas um momento passageiro em nossas vidas e sim uma trajetória marcada por muitos percalços.

Em outras palavras, como seria possível tentar resistir essa triste e dolorosa crise de identidade profissional se a cada vez que passamos pela experiência, constatamos que a mesma nos fortalece de forma engrandecedora. Continuar na profissão docente seria, como muita coragem e perseverança, aceitar o grande desafio com o propósito de vivenciamos esta vivência de forma equilibrada e significativa em nossas vidas.

Diante dos obstáculos que os professores vêm enfrentando, nosso estudo gira em torno da seguinte problemática: Como a (re)construção da identidade docente pode comprometer a eficácia da prática pedagógica dos professores em pleno século XXI?. De forma mais detalhada, nossa temática estudada está norteada pelas seguintes questões abaixo:

•Que elementos estão envolvidos na construção da identidade docente do(a) professor(a) no exercício de sua prática?;

•Qual é a relação que o professor tem com os saberes de sua formação e profissionalização?;

•Em que tempo/espaço, o professor manifesta suas dificuldades, frustações e inquietações?;

•Como a história de vida pessoal está associada à crise de identidade profissional?;

•Quais as alternativas capazes de amenizar as interferências dos elementos que fazem parte do mal-estar docente enquanto o professor tenta estabelecer uma prática pedagógica eficaz?;

Dentre várias interrogações e inquietações presentes, enfim, surgiram muitas dúvidas que gostaríamos de esclarecer e entendermos de fato com nossa pesquisa: quem é o(a) professor(a)? Como ele(a) se vê? Como exerce sua prática docente? Que metodologias o professor põe em prática em sala de aula? Que tipo de relação estabelece com seus alunos? Como avalia seu trabalho? Como vê o exercício de sua profissão diante das novas exigências do mundo contemporâneo? Trabalha numa perspectiva de transmissão ou de construção de conhecimentos? Como percebe a dimensão pedagógica no desempenho de seu trabalho docente? Que concepções de ensino-aprendizagem perpassam sua prática pedagógica? Que problemas e dificuldades têm enfrentado no desenvolvimento de suas atividades?. Nesse sentido, nossa temática gira em torno da constituição da identidade docente e sua relação com a formação profissional, reconhecendo que a mesma é constituída por vários determinantes, tais como: políticos, econômicos, socioculturais, afetivos, pedagógicos, dentre outros.

Para discutirmos sobre a identidade profissional do professor é preciso, portanto, buscar a origem etimológica da palavra identidade. De origem latina - identitatem – a palavra identidade designa segundo Aurélio ( 2001, p. 371) afirma que é: “ Os caracteres próprios e exclusivos duma pessoa: nome, idade, estado, profissão, sexo, etc”. Por outro lado, Bueno ( 1968, p. 385) conceitua da seguinte maneira: “ igualdade entre duas coisas, seres ou pessoas” . Essa conceituação nos permite, então, afirmar que a identidade do professor é necessariamente uma autoconstrução ou uma (re)construção entre pares (coletiva), ou seja, que deve existir características semelhantes em determinada espécie ou categoria profissional.

2 METODOLOGIA

Tendo como objeto de estudo analisar e refletir sobre a crise e a (re)construção da identidade docente, foi desenvolvida uma pesquisa numa abordagem qualitativa e de caráter de bibliográfica. Para Minayo (2002, p.21-22), a pesquisa qualitativa trabalha com o “universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes o que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos”.

Além desses aspectos, é importante destacar que a pesquisa de enfoque qualitativo não entende as etapas da investigação como uma sequência de passos a ser seguida rigidamente. Ao contrário, deve existir uma integração e flexibilidade em que as diferentes etapas se complementam mutuamente. Assim a coleta e a análise dos dados podem recomendar novas possibilidades teóricas e aplicação de outros procedimentos.

O percurso teórico-metodológico da investigação foi bastante flexível às alternativas e novas necessidades que possam se apresentar de acordo com o seu desenvolvimento. Neste estudo foi realizada uma pesquisa bibliográfica que consistiu no conhecimento da problemática através do estudo sistemático de livros, artigos científicos em periódicos, internet e revistas com a pretensão de obter um maior embasamento teórico-metodológico.

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Nesse sentido, a identidade do professor deve ser empreendida como uma “ uma identidade profissional se constrói, pois, a partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão ( PIMENTA, 2000, p.23)”. Ainda, segundo a mesma autora, é preciso que o professor seja capaz de construir sua identidade e procurar mobilizar os saberes de sua experiência que, a princípio, é uma das primeiras medidas para a configuração da identidade docente. Sem esquecer, é claro, de outros saberes indispensáveis para formação de professores reflexivos.

Cabe mencionar que os questionamentos sobre as inúmeras responsabilidades dos professores, durante seu processo histórico de sua profissionalização, e que são exigidos ao professor em pleno século XXI é que o mesmo seja: um sujeito crítico, reflexivo, produtor de seus saberes, facilitador da aprendizagem, agente transformador da sociedade. Prosseguindo nossa discussão sobre a temática proposta, não é difícil constatar os diversos papéis assumidos pelo professor que, por sua vez:

representam um grupo profissional sobre o qual incidem vários riscos de descaraterização como: a perda do status e do reconhecimento social, a falta de reconhecimento social, a falta de definição do papel da escola em relação as novas exigências colocadas para trabalho do professor e a falta de percepção pelos próprios professores da dimensão do seu trabalho e o questionamento do que faz e como os outros avaliam suas ações (CARROLO apud PIMENTA, 2000, p.23).

Vale destacar que temática sobre a (re)construção da identidade profissional docente, foco de estudo do presente estudo, apresenta-se nos dias atuais como uma das maiores problemáticas para qualificação de educação brasileira. Nesse contexto, a relação vincular sobre a qualidade de vida do professor associada à qualificação profissional, continua a ser, um dilema paradoxal a ser discutido pelas políticas públicas de nosso país como forma de se refletir sobre as reais necessidades do professor no exercício de sua prática pedagógica.

Ao refletir sobre o desenvolvimento da identidade do professor, Libâneo revela que a profissionalização docente destina-se a condições de trabalho para o bom exercício da docência que, por sua vez, é imprescindível que o professor tenha acesso à qualificação e formação acadêmica (inicial e continuada) além de adequadas condições de trabalho como forma de ressignificar o papel social do professor na sociedade. O referido autor alerta que: “se o professor perde o significado do trabalho tanto para si próprio como para a sociedade ele perde a identidade com a profissão (LIBÂNEO, 2001, p.65)”. O que podemos inferir que o mal-estar, a frustação, a baixa autoestima, são algumas consequências que podem resultar dessa perda de identidade profissional.

Apesar da importância social dos professores para evolução da sociedade contemporânea, estamos conscientes que as competências exigidas pelo professor constituem-se cada vez mais em um grande entrave devido às inúmeras atribuições que são colocadas para o desempenho de suas atividades. Para acompanhar a transformação do mundo, o professor é requisitado a possuir um conjunto de conhecimentos, habilidades, competências, atitudes e valores que determinam sua atuação docente.

Partindo desse pressuposto, devemos entender que a problemática da identidade docente é um processo de (re)construção de reflete o contexto e momentos históricos, cabendo ao professor tentar, de alguma forma, responder às novas demandas colocadas pela sociedade. É importante mencionar que toda e qualquer profissão estabelece a (re) construção de uma identidade e esta, por sua vez:

não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e de conflitos, é um espaço de maneiras de ser e de estar na profissão. Por isso, é mais adequado falar em processo identitário, realçando a mesma dinâmica que caracteriza a maneira como cada um se sente e se diz professor ( NÓVOA,1997, p.35).

Cabe destacar que a necessidade da construção da identidade docente é, acima de tudo, aceitar que é uma particularidade que se constitui como algo que “ conferirá significado à atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de situar-se no mundo (...), do sentido que tem em sua vida o ser professor (PIMENTA, 2000, p.19)”. A partir da afirmação, podemos analisar a seguinte indagação: quais os atributos necessários para a configuração da (re)contrução da identidade profissional do professor, ou melhor dizendo, que elementos estão envolvidos na construção da identidade docente do professor em plena transformações de funções e papéis exigidos pela sociedade?

Diante dessas colocações, compreendemos que a crise de identidade do professor significa, portanto, uma crise de maneira de ser na profissão, ou seja, as implicações e as suas dificuldades na execução de sua prática pedagógica, seus dilemas e inquietações, descontentamentos na realização de suas atividades, a descrença e a desvalorização do seu papel social, etc.

É preciso mencionar que as causas da crise de identidade são diversas: conflitos na instituição de trabalho, baixos salários, pouco reconhecimento social, sentimentos de incerteza ou insegurança. Por outro lado, deve-se considerar que tal crise não é alheia à distinção entre o eu pessoal e o eu profissional. Devido à complexidade envolvida em torno da identidade docente, decorrente sobretudo de uma vontade de mudança que não se torna efetiva. Em princípio, todo e qualquer professor tem vontade de mudar. Mas esse desejo é mais ou menos escondido na medida em que a mudança “obriga” a mostrar resultados, ou seja, à medida que a mudança se afirma como alternativa para superação dos obstáculos.

Estamos conscientes que por maior que seja a semelhança das trajetórias profissionais de professores e as suas origens de classe, cada um desenvolve uma forma própria (pessoal) de organizar as aulas, de movimentar-se em sala, de reagir diante de conflito. Refletindo sobre o conceito de identidade, lembra-nos que tudo o que podemos fazer no futuro terá como fio condutor os três eixos temporais: passado, presente e futuro. É por esta razão que para indagamos sobre o futuro da identidade profissional docente temos que revisitar o passado e o presente dessa identidade.

Para continuar nossa reflexão sobre a crise da identidade docente, devemos nos reportar ao nível individual do sujeito professor, ou seja, a crise corresponde à configuração da identidade da pessoa. É interessante destacar que os componentes valorativos da identidade docente assumem uma particular importância. Quando falamos nos aspectos valorativos da identidade docente, pensamos nos sentimentos de autoeficácia e de autenticidade, sempre ameaçada nas relações interpessoais, relações essas que por si só se tornam competitivas. A partir dessa concepção valorativa, nos indagamos: Que fatores estão na origem da construção das identidades profissionais docentes?. A crise de identidade docente, considerada como mal-estar docente, decorre sobretudo de uma vontade de mudança de algo que não se torna efetivo. Nesse sentido, é relevante a seguinte interrogação: De que forma se traduz esta vontade de inovação do professor?

Baseando-se em nossas experiências e de com nossos companheiros de profissão, percebemos que a princípio todo o professor tem vontade de mudar. São estes dilemas que hoje ocupam dimensões do processo de profissionalização da atividade docente. Ao tentar estabelecer a identificação, do processo que se origina a identidade do professor, devemos entender, a indissolúvel união existente entre professor como pessoa e o professor como profissional. As implicações dessa identificação são óbvias: não se pode exigir que um professor possa oferecer além das possibilidades e limites da sua formação e atuação docente.

Nesse sentido, acreditamos que é necessário compreender os elementos que o professor(a) utiliza na composição de sua identidade docente, pois com base nisso, o professor poderá ter uma grande ajuda para melhor perceber como o mesmo se vê, que sistemas de representações lhe servem de referência, o que ele(ela) considera importante para o ser professor(a), qual o seu papel diante dos desafios e transformações da realidade atual. Trata-se de pensar sobre como determinados modos de ser pessoa relacionam-se ao exercício da profissão. Pensando nessas questões problemáticas, destacamos como importante pensamento que a identidade docente:

É definida historicamente, e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidade que não são unificadas em torno de um eu coerente. Dentro de nós, há identidades contraditórias, empurrado em diferentes direções, de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas (HALL, 2001, p.12-13).

A partir de pesquisa a respeito de como os professores pensam a sua profissão, Fullan e Hargreaves (2000) discute a identificação de algumas questões mais comuns que, em síntese, aborda a situação da sobrecarga, o isolamento e o pensamento de grupo, questões das quais podem ser capazes de ampliar a crise de identidade do professor.

Mesmo admitindo que tal crise tenha sua origem em diversos fatores políticos, cultural e econômicos (locais e nacionais) vale observar, que as vivências cotidianas podem organizar-se de modo a intensificar ou minimizar o problema.

Vale destacar que a compreensão de análise da identidade docente configura que tanto a figura da pessoa e do profissional do professor estabelece faces indissociáveis de um mesmo ser. O que evidenciamos em nossa prática, é que cada vez mais as escolas e seus profissionais não toleram mais ações e modos de pensar que não sejam idênticos aos do grupo, o que acaba ocasionando a formação de instituições com grande probabilidade de gerar a sobrecarga, o isolamento e o pensamento de grupo.

Nesse sentido, pretendemos nos apoiar de forma significativa na concepção da formação do professor reflexivo, ou seja, numa concepção de formação contínua, que compreende o professor como sujeito ativo dessa formação através da reflexão sistemática sobre seu fazer docente. Segundo os autores que trabalham a identidade a partir da teorização cultural, identidade é um processo, uma produção, algo em movimento, em transformação, sempre inacabado, e construído socialmente. Para esclarecer mais profundamente a (re)construção da identidade do professor, vale a pena refletirmos sobre a seguinte citação:

primeiramente, a identidade não é uma essência; não é um dado ou um fato - seja da natureza, seja da cultura. A identidade não é fixa, estável, coerente, unificada, permanente. A identidade tampouco é homogênea, definitiva, acabada, idêntica, transcendental. Por outro lado, podemos dizer que a identidade é uma construção, um feito, um processo de produção, uma relação, um ato performativo. A identidade está ligada a sistemas de representação. A identidade tem estreitas conexões com relações de poder (SILVA, 2000, p.96-97).

A função docente, suas características, a forma de desempenhá-la, a importância a ela atribuída e as exigências feitas em relação à profissão, variam de acordo com as diferentes concepções e valores atribuídos à educação e ao processo de ensino-aprendizagem, que se constitui como algo construído como ideologia de uma sociedade em constante transformação. Muitas questões estão envolvidas na formação docente, sobre sua complexidade e incertezas que os professores vivenciam com suas experiências pessoais e profissionais. Com base nesta afirmação, vale lembrar que:

A competência docente não é tanto uma técnica composta por uma série de destrezas baseadas em conhecimentos concretos ou na experiência, nem uma simples descoberta pessoal. O professor não é um técnico nem um improvisador, mas sim um profissional que pode utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para se desenvolver em contextos pedagógicos práticos pré-existentes ( SACRISTÁN,1991, p.74).

Para que o professor possa refletir e avaliar as situações de dificuldades é necessário que compreenda que se faz necessário identificar os fatores responsáveis pelos conflitos, pois dessa forma o educador terá a oportunidade de conscientizar-se sobre suas competências e poderá assim aperfeiçoar sua prática pedagógica. Por conta da complexidade dessa temática que envolve a educação acreditamos na formação inicial e continuada do professor como um dos passos fundamentais para a melhoria da qualidade do processo educativo oferecido em nossas escolas.

É evidente que esse passo não pode se desvincular de outros indispensáveis a uma política educacional comprometida com uma escola de qualidade para todos. Medidas como valorização do trabalho docente através de salários justos, melhorias nas condições de trabalho, participação da comunidade educacional nas decisões que envolvem a política educacional, mais verbas para a educação em todos os níveis, dentre outras questões educacionais.

REFERÊNCIAS

BUENO, F. da S. Grande dicionário etimológico-prosódico da Língua Portuguesa. São Paulo: Saraiva, 1968.

FULLA. M.; HARGREAVES, A. A escola como organização aprendente. Porto Alegre: Artmed, 2000.

HALL, S. A identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

LIBÂNEO, J. C. A organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa em saúde. São Paulo: HUCITEC, 2002.

NÓVOA, A. Profissão Professor. Porto Alegre: Porto, 1991.

PIMENTA, S. G. Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 2000.

SACRISTÁN, J. G. Consciência e ação docente como libertação profissional dos professores. IN: NÓVOA, A. (org.). Profissão Professor. Porto Alegre: Porto, 1991.

SILVA, T. T. da. Identidade e diferença na perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

* Lucília Santos – Formação Internacional em Professional e Self Coaching, Leader Coach, Analista Comportamental e Analista em 360º pelo IBC. Graduada em Pedagogia e em Psicopedagogia aplicada à Educação. Especialista: Neuropsicologia, Psicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar, MBA em Gestão de Recursos Humanos e em Neuropsicopedagogia Clínica. Professora na Educação Básica e Ensino Superior. Atua como coach, professora, palestrante e escritora.

Lucília Santos
Enviado por Lucília Santos em 27/07/2015
Reeditado em 13/03/2019
Código do texto: T5325311
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