AS ESCOLAS ESTÃO VIRANDO NECROTÉRIOS DE CÉREBROS
Chegaram as férias, estamos em julho, e as esperanças de que o ensino melhore estão cada dia mais distantes, porque são poucos os que desejam mudanças para melhor, a começar
pelos pais que fecham os olhos para os problemas dos filhos, e ainda acusam as escolas de omissão.
O necrotério de cérebros ocorre, porque alguns poucos alunos ainda querem estudar, adquirir bagagem intelectual,
mas a grande maioria não quer, não permite. Para isso, conversam, interrompem explicações etc. Os que
desejam algo benéfico, em nome da educação, aos poucos vão se nivelando aos desinteressados, e a sala
acaba contaminada. Muitos fatores colaboram para que isso ocorra. Aos poucos, vou descrever alguns.
É comum assistir a algum espetáculo entre pais e filhos, em que os herdeiros mandam os pais calarem a boca. Tomam o discurso, e os genitores, praticamente, nada fazem. Alegam que têm medo das ações do E.C.A. e, segundo eles, não há muito o que fazer.
Alguns filhos respeitam os pais, por alguns minutos, ou por um dia, mas nas aulas seguintes, de volta está a rotina: nada
fazem de útil, nada criam de salutar. Querem apenas ouvir músicas, assistir aos mais bizarros vídeos, sentar sobre
as carteiras, sair da sala em quase todas as aulas (dizem querer água), não abrem cadernos, não ouvem o que os professores dizem. Os banheiros servem para disfarces e diálogos, visando a ações futuras.
O grande erro dos pais é tentar compensar ausências em casa, com presentes, ou seja, entendem que, se não ficam no lar durante a semana, próximos aos filhos, têm que os agradar de algum jeito. E esse jeito é dar presentes, de preferência caros, mesmo que para isso, dividam em 4, 6 ou 8 parcelas. Poderia ser útil, se o filho ou a filha correspondesse na escola, fazendo tarefas e aprendendo, de fato; para quem sabe, no futuro, ajudá-los.
Engana-se quem pensa que, além dos professores, alguém deseja uma educação de qualidade aos alunos, e condições de trabalho
para gestores e funcionários. Temos um governo estadual convencido de que o pior é melhor, visto que as
tomadas de decisões são contra o bom ensino. Quanto à valorização, esqueça: não há, a não ser aquela, que solitariamente, traz consigo, cada educador, cada semeador de
cultura, cada professor, que chega a almoçar e a jantar sabedoria, pensando no que é melhor aos alunos.
As regras escolares foram criadas para não serem cumpridas, porque esbarram, em uma série de fatores, que cada Unidade Escolar tem. Alguns problemas são comuns, como utilização de entorpecentes, a evasão (abandono), a indisciplina e o uso abusivo do celulares para meios ilícitos e pornográficos; do outro lado, alguns conflitos corriqueiros, como o não cumprimento de algumas regras, como uniforme, horário de entrada e saída, pais
infringindo leis ao ofender professores, equipes gestoras e funcionários. Isso ocorre, porque não há mão de obra específica para fazer com que obedeçam às regras e cumpram as leis.
Claro que há alguma diferença de uma escola para outra: uma permite que o aluno entre dez minutos após o sinal, outras, não; uma promove alguns eventos para levar a comunidade
de volta às escolas, outras, não; uma transfere um educando para que o próximo ar a ser respirado seja melhor para
ele próprio; outras, não; e alega que, se transferir, vai diminuir o número de alunos, e, com isso, fechar salas, fazendo com que professores percam aulas, no ano seguinte; em uma
escola, o pai quer que corrija o filho; em outras, não; e emendam, dizendo que não aceitam que gritem com o filho, que falem alto com o herdeiro deles; em uma escola, a direção
tem livre arbítrio, em outra, não; há equipes gestoras corajosas e agem dentro da lei; em outras, falta coragem etc.
São vários os exemplos que ocorrem nas escolas, e os pais devem decidir o que desejam aos seus filhos, de fato.
Que os cérebros sejam salvos a tempo!