Acorda universidade
OBS: (Este artigo foi publicado e enviado em 2009, para mostrar que podemos fazer mais paa a inclusão de PcDs, nas universidades públicas no país.)
Jandira 13 de março de 2009
José Cristino dos Santos Mendonça
Coordenador de Inclusão
R. Manoel Alves Garcia, 101 apto. 12 SP CEP: 06618-010 Jandira, SP
lilizizi43@hotmail.com
Ao
MEC Ministério da Educação
Excelentíssimo Senhor Ministro Fernando Haddad
Secretaria de Educação Especial
Excelentíssima Senhora Cláudia Dutra
Secretaria de Educação Superior
Membros da Comissão
ANDIFES
Excelentíssimo Senhor Presidente Reitor Amaro Henrique Pessoa Lins UFPE
Corde - Coordenadoria Nacional de Direito das Pessoas com Deficiência
Excelentíssima Senhora Izabel Maria Loureiro Maior
Conade - Conselho Nacional de Direitos de Pessoas com Deficiência
Excelentíssimo Senhor Alexandre Carvalho Baroni
Governo do Estado de São Paulo
Excelentíssimo Senhor Governador Prof. Dr. José Serra
Secretaria de Estado dos Direitos das pessoas com Deficiência, SP
Excelentíssima Senhora Secretária Prof ª Drª Linamara Rizzo Batistella
USP Universidade de São Paulo - Ouvidoria
Excelentíssimo Senhor Prof. Dr. Ruy Laurenti
Prezados (as) Senhores (as)
Venho por meio desta sugerir, que a Secretaria de Educação Especial defenda aí no MEC e junto a outras autoridades competentes, que viabilizem a implantação imediata de duas listas de candidatos CLASSIFICADOS nos vestibulares de todas as Universidades Públicas.
Ou seja, em todas as Universidades Públicas, - pagas com recursos do povo inclusive de PcD - que deveria haver duas listas de classificados nos vestibulares, e quando forem convocados os candidatos, seria consideradas as duas listas concomitantemente, como já acontece nos concursos públicos, e que infelizmente, não acontece nas universidades. exemplo: USP.
Não se trata de empurrar guela a baixo, para dentro das universidades pcd que não tenham condições de estudar!
Antes, estamos falando de candidatos CLASSIFICADOS, em todas as fases destes vestibulares, e que em cada curso deveria ter reservado um mínimo de (5%) de vagas, por que não aumentar este percentual para 10 ou 15%? e estas serem preenchidas por candidatos que passaram no vestibular, - diga se de passagem são pouquíssimas as vagas que oferecem - e que em grande parte são ocupadas pela classe da elite, e não por acaso, já que, por terem mais tempo para estudar, levam tremenda vantagem, acabam perpetuando a mesmice, ou seja, os melhores cursos vão parar nas famílias de 'sangue azul' como disse a Rita Lee numa música chamada 'pé de chinelo', porém, quem continua usando chinelo, não são os 'Joãos', mais a maioria dos contribuintes cuja possibilidade de entrarem numa universidade pública é mínima, por terem que gastar menos tempo nos estudos em comparação com o chamados pela cantora de 'sangue azul'.
Se já é difícil para uma pessoa pobre sem deficiência, imagine a senhora, e os senhores como esta realidade é astronomicamente mais difícil para as pcd, que além de tudo já vem sofrendo historicamente, um processo de exclusão, desde as primeiras séries de estudo, quer devido a escolas sem acessibilidade arquitetônica e outras, quer devido a outros fatores que não cabe hora falar.
Adotar as duas listas é no mínimo uma reparação, a toda esta exclusão educacional, cuja culpa também está nas costas destas universidades, que nunca levou a cabo ou não trouxe a lume, nenhum estudo que resultassem em prática efetiva de inclusão em todas as Universidades Públicas!
Se omitem até agora, e continuam com um discurso funesto, de que alunos que mesmo sendo classificados, se não estiverem dentro das vagas (poucas) não serão incluídos!
Que discurso míope vindo de Doutores que se jactam de seus Laureados, porém, com atitudes que de um ponto de vista holístico e histórico de exclusão, discurso este que exala odor de putrefação, fede!
Ainda há uma esperança de que o MEC, a ANDIFES, o Excelentíssimo Governo do Estado de São Paulo e mesmo os parlamentares, deixem de coadunar-se com esta atitude medíocre de excluir os pcd classificados, que até o momento continua, como que 'deitada em berço esplêndido', esperamos que não 'eternamente', e que se adotem as duas listas imediatamente.
Que os educadores tenham a mente aberta o suficiente, para discernir o quanto já foram excluídos os pcd de oportunidades de estudarem em cursos superiores, e que fiquem imbuídos desta mesma indignação com esta atitude das Universidades Públicas, e principalmente com a atitude da USP, que é exemplo em muitos sentidos!
Quem sabe se esta situação servirá para uma mudança de quebra paradigmática, que será inclusive exemplo para outros países, e que em curto prazo poderá aumentar até o IDH, do Brasil!
Do que tenho lido sobre a atitude do Excelentíssimo Presidente da República, cuja preocupação é com todos os seguimentos , e principalmente com as minorias, ele com toda a certeza se tomar conhecimento deste assunto defenderá esta causa, e solicitará que se assessores, ou o Congresso Nacional analise este caso das duas listas! Poderíamos poupá-lo de tratar deste assunto, pois há quadros e mais quadros de pessoas inteligentes o suficiente para resolvermos este assunto, sem que ele tenha que se preocupar com mais esta questão!
E não só ele, como chefe maior da Nação, mais, qualquer pessoa de bom senso, ainda que não ocupando cargo de Pró-Reitoria em universidade, mesmo o mais simples homem do campo, tomando conhecimento desta exclusão ocorrida até hoje na educação, entenderia esta incongruência educacional, que lamentavelmente alguns Doutores fazem questão de não ver.
No relatório da própria Secretaria de Educação Especial, quanto à PcD no curso superior, nota-se
claramente que infelizmente, as universidades particulares é quem tem recebido a maioria das pcd, e nós sabemos segundo o critério do próprio MEC, que estas Universidades não tem a qualidade das Universidades Públicas sem contar que grande parte destas são como disse um grande professor e escritor de uma Universidade Pública, muitos 'são traficantes do conhecimento', na medida em que se preocupam com o capital em detrimento da educação de boa qualidade, se não, perguntem-se a si mesmo, qual o professor doutor de instituição pública que gostaria de reger em sala com até 60 alunos apinhados! Do que conheço de muitos doutores mente aberta - nenhum!
Novamente volto a dizer, não estamos questionando as ações pontuais de atender pessoas com deficiência em alguns programas, como é o caso da USP, com o chamado USP LEGAL, que inclusive transporta pcd dentro do Campus!, estamos falando especificamente de incluir os candidatos classificados em todas as etapas dos vestibulares em uma lista separada, e serem incluídos nas vagas em todos os cursos sem discriminação! E este conceito ainda não está previsto, ou está? Em caso afirmativo, onde? E por que ainda não é aplicado na USP?
Por favor não desviem o discurso citando fontes que só mostram o contrário, como é o caso da tabela anexa.
Está em nossas mãos diminuir esta exclusão nefasta nas Universidades! Um dia a USP e as demais Universidades Públicas irão acordar do 'sonho eterno'!
Muitos doutores estão chegando atrasados em sala de aula!
José Cristino dos Santos Mendonça
REFERÊNCIA:
• SANTOS, Boaventura Souza. “A Crítica da Razão Indolente contra o desperdício da eficiência” Ed. Cortez.
• MENDONÇA, José Cristino dos Santos, “A Seleção 'Des natural de Darwin e a Ética Social - São Compatíveis?, UFMT 2005, ensaios acadêmicos, pág. 3.
• GERALDI, João Wanderley 'O texto na sala de aula' - Editora Ática
• JONES, Rita Lee Música “João Ninguém”